Sexta-feira, oito da manhã e tudo pronto. Saímos
de casa – custou-me especialmente a acordar porque na noite anterior estive num
jantar de trabalho e deitei-me tarde. Dirigimo-nos a pé para escola. Vamos deixar os
meninos. Chove mas não está vento. Eu e a Lindinha levamos os respectivos chapéus
de chuva. O dela é de fadas – muito mais giro que o meu. Os rapazes levam
apenas os seus casacos, cabeça descoberta e expressão
pronta de que é só água e que não são torrões de açucar para se desfazerem nela.
Vamos a pares, conversando.
Chegamos à escola. O Di dá a cabeça para que lhe dê um
beijo e segue conversando com quem lhe cruza o caminho. Desaparece na escola.
Entro na outra porta da escola com a Quiducha. O trânsito
e ritmo do costume, os ˝bom dia, como está?˝ habituais. Depois do beijo ela fica,
satisfeita, e deixando-me a sensação de perfeito domínio.
Saio da escola. O Nuno sorri provocando um irlandês
sobre a derrota de futebol da sua seleção na noite anterior. Continua a
chover. Continuamos a pé, agora na direcção do meu trabalho.
Sob a chuva e sempre a caminho falamos de planos, de sonhos,
de hipóteses.
Hesitamos, contrapomos, concordamos. Vamos, ficamos e seguimos sem decisões.
Não interessa onde, nem para onde. Valem estes momentos.
Juntos, sob a chuva, a fazer o nosso caminho.
Oito e quarenta e cinco, chego à porta do trabalho. O Grandalhão
segue caminho, encharcado. Enfrento o dia com coragem, porque estes momentos me
enchem a vida.
Patrícia
2 comentários:
Norinha!
E porque a vida é boa, quando é feita a dois!
Que agradável poder partilhar este vosso bocadinho de vida, descrito dessa maneira amena, tranquila e elegante...
Beijinhos
Americanices...
Já vi esta cena no
"Singing in the rain"...
Enviar um comentário