16.6.12

Debaixo de chuva

Sexta-feira, oito da manhã e tudo pronto. Saímos de casa – custou-me especialmente a acordar porque na noite anterior estive num jantar de trabalho e deitei-me tarde. Dirigimo-nos a pé para escola. Vamos deixar os meninos. Chove mas não está vento. Eu e a Lindinha levamos os respectivos chapéus de chuva. O dela é de fadas – muito mais giro que o meu. Os rapazes levam apenas os seus casacos, cabeça descoberta e expressão pronta de que é só água e que não são torrões de açucar para se desfazerem nela. Vamos a pares, conversando.

Chegamos à escola. O Di dá a cabeça para que lhe dê um beijo e segue conversando com quem lhe cruza o caminho. Desaparece na escola.

Entro na outra porta da escola com a Quiducha. O trânsito e ritmo do costume, os ˝bom dia, como está?˝ habituais. Depois do beijo ela fica, satisfeita, e deixando-me a sensação de perfeito domínio.

Saio da escola. O Nuno sorri provocando um irlandês sobre a derrota de futebol da sua seleção na noite anterior. Continua a chover. Continuamos a pé, agora na direcção do meu trabalho.

Sob a chuva e sempre a caminho falamos de planos, de sonhos, de hipóteses. Hesitamos, contrapomos, concordamos. Vamos, ficamos e seguimos sem decisões.

Não interessa onde, nem para onde. Valem estes momentos. Juntos, sob a chuva, a fazer o nosso caminho.

Oito e quarenta e cinco, chego à porta do trabalho. O Grandalhão segue caminho, encharcado. Enfrento o dia com coragem, porque estes momentos me enchem a vida.

Patrícia

2 comentários:

Berta disse...

Norinha!

E porque a vida é boa, quando é feita a dois!

Que agradável poder partilhar este vosso bocadinho de vida, descrito dessa maneira amena, tranquila e elegante...
Beijinhos

CDA disse...

Americanices...

Já vi esta cena no
"Singing in the rain"...