31.10.09

Job hopping

Mudanças frequentes de emprego fazem manter a curva de aprendizagem elevada e os desafios sempre frescos. Claro que as empresas, em especial os recursos humanos, não gostam desta característica de algumas pessoas, mesmo porque muitas vezes procuram pessoas que nao sejam ambiciosas (em sentido lato e não apenas financeiro) que venham propor mudança ou desestabilizar os processos.

Porque conhecido pelo teu job hopping e por saber quanto alguns dias te custam, importa notar que estás há precisamente dois anos na mesma empresa.

Diria que é tempo de pensar em mudar, não vás perder estatuto que ao longo dos anos tens construído.

Patrícia

Cahier de liaison - Miminha

No caderno de ligação entre escola e pais colocam-se desenhos, canções, imagens feitas na escola e, durante as férias, os pais fazem com os filhos algo para depois ser compartilhado na sala de aula.
Nas férias de Toussaint esta foi a produção da Miminha.



Patrícia

Brincar com abóboras

Hoje é noite de halloween. Nunca o celebrámos (ou temos intenção de o passar a celebrar) mas uma vez que tínhamos que comprar abóbora para a sopa, decidimos brincar um bocadinho com ela. Não se julgue que é pêra doce tirar o interior sem danificar o exterior – não fosse a contribuição do Grandalhão e a sopa ficava com muito pouca abóbora… Mas lá terminámos o que nos propusémos e ficou engraçado.

A nossa produção sob o efeito das velas:

Os pequenotes a explorar o interior:

Foi giro! E a vela ainda arde.

Patrícia

Em fato de surf

para não passar frio nas suas actividades aquáticas.

Começa com aquecimento:

Depois treina os movimentos na água e os mergulhos:

Como a Miminha fica tão querida encharcada!

Patrícia

30.10.09

Lisboa

Reproduzo aqui a minha intervenção numa discussão sobre Lisboa no Linkedin.

"Devo discordar do pressuposto de que Roma e Helsínquia são menos periféricos.

Roma é a capital de um país de 60 milhões de habitantes (mais do que o total da Península Ibérica e mais do que a França) cuja economia, embora estagnada há várias décadas, gera suficiente riqueza para justificar a inserção do país nos grupos das economias mais desenvolvidas do mundo. Ainda assim, Milão acaba frequentemente por atrair mais atenção do que Roma, justamente pelo seu posicionamento geográfico (perto de Alemanha, França, Suíça e Áustria) e estratégico – na mente das pessoas é a capital da moda e do design;

Quanto a Helsínquia (na verdade à Finlândia como um todo), é tão ‘vítima’ da perspectiva regional quanto Portugal – vista de fora, a Escandinávia é uma região homogénea com idiossincracias genericamente irrelevantes. A diferença está na capacidade da Finlândia em descobrir nichos: incapaz de competir directamente com as grandes cidades, tem sabido concentrar-se em capacidades distintivas transmitidas com consistência.

Lisboa está fisicamente distante do centro da Europa e sem dúvida a sombra de Madrid e Barcelona é muito forte. Mas não creio que isso justifique o afastamento pois tenho verificado que o país e a cidade são largamente conhecidos. Nos dias que correm a geografia já dificilmente constitui um desafio. O que me parece faltar a Lisboa é uma estratégia de marca, uma imagem coerente, uma mensagem.

O que é Lisboa? Um pouco de tudo, sendo que nada passa para fora. As pessoas vão a Lisboa e, quando regressam, vêm comentar que ficaram surpreendidas com as coisas mais banais. Algumas por evidente falta de cultura mas muitas outras, cidadãs do mundo, porque a mensagem simplesmente não lhes tinha chegado.

Talvez se pararmos de tentar imitar os outros - só nos anos mais recentes tentámos imitar a Irlanda, a Espanha e a Finlândia - e nos concentrarmos nas nossas capacidades distintivas, podemos desenvolver uma imagem consistente da cidade que sirva para a vender ao resto do mundo."

Nuno

29.10.09

Línguas

Importa nesta fase registar a evolução linguística dos pequenotes. Enquanto o campeão prossegue a sua caminhada para o domínio da quarta lingua, a minúscula debate-se com duas novas em simultâneo. Daquilo que nos é dado perceber, deixo em baixo um resumo do progresso de cada um:

DIOGO

Português – com domínio já assegurado quando chegámos à Holanda no princípio de 2007, não mais voltou a ter qualquer apoio formal e toda a sua aprendizagem tem sido feita por via oral (connosco e com a família e amigos aquando das visitas a Portugal) e através dos livros e filmes que trazemos ou lhe enviam de Portugal;

Francês – foi integrado no ensino francês aos 4 anos e meio sem qualquer preparação; entrou a meio do ano escolar para uma turma dominada por nativos ou semi-nativos; começou por utilizar a linguagem gestual para se fazer entender mas ao fim de em 2/3 meses já compreendia o suficiente para se integrar; em 8 meses já se expressava fluentemente; a partir daí tornou-se consistentemente um dos melhores da turma, apesar de nunca ouvir francês em casa;

Holandês – poucos meses depois de começar as aulas no liceu foi integrado no naschool holandês; teve de início o apoio de um colega francês, que lhe suavizou o embate, mas em relativamente pouco tempo já percebia o suficiente para se integrar; quando o colega partiu foi forçado a integrar-se mais com as restantes crianças e o domínio da língua aumentou drasticamente num curto espaço de tempo; hoje exprime-se com fluência e total conforto;

Inglês – a única exposição dá-se no liceu, durante as curtas aulas dedicadas a esta língua e no convívio com os amigos anglófonos; aos poucos o vocabulário tem enriquecido e a sua compreensão tem dados saltos significativos, embora ainda bem distante de qualquer das outras.


CATARINA

Português – quando veio para a Holanda ainda não sabia falar; a sua aprendizagem foi essencialmente feita através da comunicação connosco e com a Narcisa, complementada pela interacção com os familiares e amigos aquando das nossas idas a Portugal e as suas vindas cá; ainda assim é fluente desde muito cedo, tendo adquirido vocabulário suficiente para se expressar com conforto por volta dos 2 anos e meio;

Holandês – foi integrada no infantário holandês com um ano; aprendeu portanto a língua em simultâneo com o português e evoluíu depressa; todo o feedback que recebemos das educadoras foi sempre positivo, tendo também nesta língua adquirido rapidamente uma descontracção atípica para a idade (isto comparando com as crianças nativas, expostas apenas a uma língua); neste momento continua a demonstrar total conforto, embora o vocabulário seja limitado pela idade e pela quantidade restrita de ambientes a que tem sido sujeita;

Francês e Inglês – aqui englobo as duas no mesmo parágrafo pois a evolução é em paralelo e não estamos bem conscientes do seu nível nesta fase; parece estar mais confortável com o inglês, mas isso pode dever-se apenas ao facto de gostar mais da professora respectiva; foi convocada para as aulas de acompanhamento em francês mas não para as de inglês; sem qualquer fundamento ocorre-me que tal possa dever-se ao facto do inglês ser mais parecido com o holandês.

Nuno

24.10.09

As novas aquisições da minha joie de vivre

Para captar a sua visão do mundo:


Ainda no caixote (vejam como está contente a desembrulhá-lo), o computador que servirá para tratar e divulgar as imagens captadas com o "bicho"de cima:


Que te divirtas muito com ambos!!

Patrícia

19.10.09

A eleição

O Campeão foi, esta semana, chamado a, democraticamente, eleger um representante de turma. A função do eleito será representar a turma perante a escola, na pessoa do Director, imagino.

Na primeira ronda o Campeão empatou com a Alix. Foram novamente a votos, e ele ganhou 10 votos contra 8. Sempre soubémos ter um animal politico em casa mas nunca pensei que começasse a sua carreira aos 7 anos de idade.

Tenho tanto orgulho em ti filhote!

Um exemplo de como a política e as eleições não têm de ser uma vergonha... Para não me fazer perder a fé.

Patrícia

Segunda visita a Nova Iorque

Passaram nove meses desde a primeira vez que visitei NY. Naquela altura estava muito frio e nevava. Desta vez, cheguei também domingo, um sol radiante, calor, muitas pessoas na rua. O trânsito em NY é intenso não apenas nas estradas da cidade – com os impaciente taxistas a guiar como se o mundo fosse acabar pouco depois da corrida e ainda quizessem ir fazer algo - mas também nos passeios. O tempo de distância de um sítio a outro é medido consoante o “trânsito pedrestre” esperado para dada hora do dia.

Naquela altura Obama tinha sido recentemente eleito presidente dos Estados Unidos da América. Curiosamente, desta vez, Obama foi recentemente nomeado prémio Nobel da Paz. As minhas visitas parecem seguir-se sempre a um momento interessante da vida do Presidente.

Desta vez vi a estátua da liberdade duas vezes: à chegada, da janela do avião; e, duma sala de reuniao, no trigésimo andar do prédio número 5 da Times Square. Melhor que nada. Parece pequena, no entanto.

Mais uma vez pouco vi da cidade. Circulei apenas entre a quarta e a nona avenida, entre os quarteirões 40 e 57. Mais geométrico seria impossível, perfeito para quem tem um sentido de orientação medíocre como o meu. Aqui não me perco.

Gosto, claro, da quinta avenida. Também gosto do ambiente na Rockefeller Plaza, onde a empresa tem o escritório. Convidaram-me para vir assistir ao “tree lightning” que é um marco de NY e, em especial, da empresa para a qual actualmente trabalho. Poucos dias depois do dia de acção de graças (terceira quinta-feira de Novembro), é colocada nesta praça uma das maiores árvores do país. A árvore é então decorada com as luzes de Natal e é um grande acontecimento quando a iluminam. A área fica restrita, celebridades presenciam o momento, e na empresa comemora-se convidando pessoas para assistir, da janela, ao grande momento. Deve ter a sua graça a julgar pelo entusiasmo com que se fala do evento. A Times Square faz-me sorrir com todos os painéis de neon a enviar-nos flashes luminosos para a cara. Na Broadway anunciam-se todos os espectáculos.

Nos media discute-se com muito afinco o sistema de saúde. Também a epidemia da gripe suína e se se deve ou não vacinar as crianças. Sente-se ainda a crise financeira, não tanto nas lojas, restaurantes ou hotéis mas no que se vê de regulamentação e controlo à actuação das empresas. Obama quer muita reforma. Reforma que está associada à obrigação do Estado de proteger as pessoas, pelo que lhe chamo uma reforma humanista (e que acabara por ser mais cosmética porque demasiada). Mas não há dinheiro para tudo. Acredito (talvez por deformação profissional) que uma medida para obter dinheiro será a introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado nos Estados Unidos da América. Outra consequência inevitável da crise será o controlo de custos, ou melhor, da ajuda financeira que agora os EUA dá a países em dificuldades pelo mundo fora. Veremos.

Outra previsão (provavelmente não muito original) é sobre a língua nos EUA: acredito que em poucos anos o castelhano se tornará língua oficial. O mundo está, claramente, a mudar. Os negros consagraram-se com a eleição de Obama, não me espantaria que um futuro presidente dos EUA fosse de origem hispânica, já que é uma comunidade em franca expansão de influência.

Ainda tenho de mencionar a importância dada ao Halloween. Tudo está presentemente decorado para esse acontecimento: abóboras, bruxas, aranhas... É o sinistro Carnaval deles. Ou seja, até ao Natal são só festas: Halloween, dia de acção de graças, o dia em que a árvore de Natal é iluminada.

Profissionalmente tem a sua graça trabalhar para esta empresa: os almoços e jantares em restaurantes magnificos, reuniões em escritórios de advogados (que seguem o estereótipo dos advogados de NY, exemplo, acordam a meio da noite para verificar o blackberry); a impressionante conferência a que fui organizada pela E&Y; reuniões com big 4 nas quais estou eu e a minha chefe rodeadas por 8 partners, cada um responsável por diferentes países. Impressiona, claro, o poderio e cultura americana do “posso, quero e mando, já”. Mas faz-me questionar até onde posso, acima de tudo quero, ir. Imagino estas pessoas, hoje absolutas escravas de trabalho, daqui a 5 anos “encostadas à box”, com os neurónios queimados, porque o ritmo de trabalho (e ausência de vida) é impossível de manter. Pelo menos assim creio.

E agora vou embarcar, de volta para os meus Tesouros.

Patrícia

17.10.09

Um grande luxo

Uma semana em trabalho em NY. Tal como a cidade, num ritmo frenetico e alucinante de reunioes atras de reunioes, projectos, eventos.

A minha cabeca pode estar aqui comigo porque em casa os meus pequenotes estao acompanhados pelo papa e com os meus pais. Nao fossem eles e estaria, provavelmente aqui, mas com a cabeca do outro lado do Atlantico.

Sempre a ampararem os golpes. Um verdadeiro luxo. Obrigada.

Patricia

5.10.09

Ela insiste


E a meu ver com muito gosto.

Patrícia

4.10.09

Três anos e meio

A Panquica faz, precisamente hoje, três anos e meio. O que ela consegue na sua idade é notável e tem que ser descrito para que mais tarde não façamos confusão.

Fraldas deixou-as há já um bom tempo.

Fala português com perfeita clareza para quem a conheça ou não. Aliás consegue falar ao telefone e ser totalmente compreendida pelo receptor. Holandês não falo mas vejo como ela fala, sem qualquer problema com as educadoras, vizinhos, pessoas na rua, o que fôr. Isto não é de agora. Contrariamente ao mito de que crianças bilingues desenvolvem a linguagem tardiamente, cá está a Miminha para mostrar que não é necessariamente verdade.

Não fosse suficiente para demonstrar a capacidade da Miminha, nas 4 semanas de aulas que passaram aprendeu os nomes dos professores e dos colegas da escola nova. Sabe dizer as cores vermelho, verde, azul, amarelo, laranja, cor de rosa em francês e inglês. Sabe cantar uma canção/jogo em inglês. Sabe dizer (pelo menos) pintura, sapatos, como te chamas, chamo-me, chichi, cocó, jogo, dormir em francês.

Durante o fim de semana cruzámo-nos, nas compras, com uma família que falava francês e ela, sem qualquer comentário da minha parte, resolveu dizer-me que eles estavam a falar francês.

Denota agora uma grande sede pelas regras de boas maneiras. Quer que se lhe leia um livro que temos sobre o tema. Mas a regra só não lhe chega: quer perceber porque é assim.

Esta tarde pediu ao irmão para lhe pôr um jogo de meninas no computador. E jogou, tendo-a ouvido dizer ao irmão que a tentava ensinar, “eu sei como é, eu faço”.

Fez hoje três anos e meio. É formidável.

Patrícia

Mazelas de brincadeiras de irmãos

Estávamos na cozinha a tratar das nossas coisas. Os pequenotes brincavam no escritório. Ouvimos um tremendo PUM, seguido do choro da Panquica e o Campeão, muito aflito, aos berros: "a Mana bateu com a cabeça!". Pois, foi de testa ao chão, fruto da brincadeira dos dois.

Ficou o susto e estes valentes galos na testa.

E eu lembrei-me que, também a brincar com o meu irmão, parti a cabeça.

Patrícia