m Maio de 2018, a Makuks revelou-nos o seu plano para a Universidade. Fez uma pesquisa e cálculos e disse que Oxford poderia ser uma opção
– sendo que manter a mente aberta.
Em Julho desse ano, o Champs fez um programa de Verão emOxford, que veio a ser critico e alterar a sua opção de entrada para a
Universidade e mudando de querer fazer um curso de física para querer fazer Relações
e Organizações Internacionais. Faltavam-lhe dois anos para o ingresso a
Universidade.
Com o Covid e o Brexit, o ano passado não era uma
alternativa proporcionar a Makuks a mesma experiencia. Este ano foi possível e
lá a inscrevemos no mesmo programa, sendo que ela optou por medicina, a educação
que há muito vem dizendo que quer fazer.
Só ela poderá contar da sua experiência. O que registo
aqui é o relato da minha perspectiva, e como o experienciei, para memória
futura.
A inscrição foi para duas semanas, tal como o Champs. As
duas ultimas semanas de Julho. O Grandalhao estava nos EUA e o plano era que
garantisse que a Makuks chegava bem a Oxford para depois ir ter com o
Grandalhao. O Champs, em Amsterdão, a fazer o seu estágio de Verão conseguido à
ultima hora e a olhar pela casa e pelo gato.
Tivemos o aborrecimento com as alterações no booking do
voo, e do autocarro que a levaria depois a Oxford, pelo que tivemos de mudar o
voo para as 7h20m da manhã de domingo. Acresce que os aeroportos pós-pandemia estão
caóticos e meio ingovernáveis e a recomendação e para chegar a tempo ao
aeroporto para evitar o risco de perda do avião.
Saímos de casa as 4h30m da manhã, num uber, para chegar
ao aeroporto antes das 5. Uma vez la chegadas, uma fila grande para o check-in
quando pergunto a Kiks se tinha os documentos da imigração. Disse-me que não.
Tinha-me pedido para os deixar em cima da cama na noite anterior. Primeiro
pensamento foi que estava a gozar. Não estava. Junto desses documentos que a
escola recomendava ter prontos para a entrada no Reino Unido, estava também o passaporte.
Metemo-nos num táxi que libertava um casal de velhotes para ir buscar os ditos
a casa. Demorámos meia hora a ir e voltar – o taxista disse que nunca tinha
feito aquele percurso tao rápido. A fila estava ainda maior e a Makuks não
tinha prioridade (várias vezes compramos bilhetes com milhas para que tenham). Lá
passamos a frente pessoas na linha da prioridade. As pessoas no aeroporto não
facilitaram, presumo que com o caos oiçam historias a toda a hora de pessoas que
chegam atrasadas e a querer furar as filas. O casal de velhotes que tinha saído
do táxi estava umas 10 pessoas a nossa frente na linha de prioridade que tinha
uma fila gigante. Passamos todos. O tempo estava muito curto – ainda era
preciso a verificação de passaporte. As hospedeiras na fila normal disseram
algo como 3 a 4h. Enfim, conseguiu apanhar o avião… “ao menino e ao borracho,
mete deus a mão por baixo”. Mesmo.
Penso que gostou. Do que aprendeu e sobretudo dos amigos
que conheceu e fez. Íamos falando com alguma regularidade.
Ainda não percebi (talvez a Makuks também ainda não o
tenha definido para si) se a experiencia reforçou a vontade de se candidatar a
Universidade de Oxford ou não. Muito em breve vai ter de decidir que as
candidaturas tem de ser feitas ate 15 de Outubro deste ano. Penso que uma
desvantagem na cabeça dela e que o Reino Unido apenas aceita candidatos que tem
18 anos no ano de entrada. A Makuks terá 17, pelo que significaria um gap year –
que não lhe agrada. Gostou da experiencia, claro. Mas nela cresce muito a admiração
pela cultura e forma de estar holandesa. Compreende-a. Gosta dela. De modo que não
sei qual e o seu plano. Penso que se candidatará ao Reino Unido de qualquer
forma, mas não estou certa se, neste momento, o tem como primeira opção. Penso
que há um certo conflito entre o deslumbramento do elogio do que é entrar numa
das universidade de topo com o ficar num pais que gosta (mas cuja língua não
domina da mesma forma que o inglês).
E não é isto o que é crescer? Fazer escolhas. Fazer uma escolha
por algo implica abdicar de um outro algo. Não se pode ter tudo. Pelo menos não
tudo ao mesmo tempo.
Os próximos meses serão determinantes. Resta-nos oferecer
o que nos compete e podemos proporcionar para que faça uma escolha informada. E
apoiá-la na sua escolha. E tranquilizá-la ao longo deste percurso que é
stressante para todos os jovens. Com a convicção de que ela escolherá o que melhor
a serve.
Quanto a Oxford, ficam algumas imagens. Poucas que ela
partilhou
E outras da cerimónia de formatura, connosco chegados dos
EUA a Amesterdao na véspera, e viajados para Londres e Oxford no dia. Com muito
jet lag. Não sei como o Grandalhão consegue ajustar-se nessas condições a condução
pela esquerda…
No dia seguinte, chegou-nos a chorar, emotiva com a separacao dos seus novos amigos. Para um abraco. Para um pequeno almoco. E um pequeno passeio pela cidade.
E de volta a casa.Fica agora o
suspense para o que a Makuks decidirá candidatar-se, entrará, e escolherá como sua
Universidade. Cenas dos próximos episódios…
A certeza
que tenho desde já, porém, é a de que afortunada será a “casa” que ela escolher.
Patrícia