23.11.20

Socializar em tempos de pandemia

Pandemia. Distância social. Proteger as células do corpo. Sim, claro. Mas somos também seres sociais, e por isso manter a sanidade mental, alimentando o contacto com os outros e também fundamental.

As medidas começaram a relaxar um pouco, depois da segunda vaga cá pela Holanda, e por isso retomámos alguns contactos, para tirar a barriga da miséria.

No domingo passado fomos lanchar a casa dos nossos grandes amigos portugueses cá da Holanda. Recebem-nos sempre com uma mesa maravilhosa e delicias a sair do forno: bolinho de cenoura e nozes (delicioso, e não pedi a receita!!); pão, doces caseiros, queijos; frutos frescos e secos diversos; uma bonita travessa com maças assadas a sair do forno; chá e acima de tudo sempre uma conversa deliciosa que nos faz sentir acompanhados. Levamos um bolinho de matcha em castelo.   

Esta sexta feira, devolvemos o convite que uma família nos tinha feito já há bastante tempo, com um jantar em nossa casa. Ja tínhamos tentado antes mas meteram-se as obras e depois a pandemia.

Uma família interessante: um casal e duas filhotas. Ela italiana, formada em biologia. Ele com dupla nacionalidade, filho de mãe francesa e pai alemão e formado em psicologia. Ambos neurocientistas, neste momento a estudar em especial a empatia. As filhas, de 9 e 6 anos, nascidas na Holanda e a estudar na mesma escola dos nossos filhos, a escola europeia.

O novo protocolo: sapatos ficam a porta de casa; nada de beijos ou abraços e a primeira coisa a fazer é ir lavar as mãos. Chegaram com uma enorme travessa de tiramisu, que comemos como sobremesa, apesar de termos tido de esperar porque eu a meti no congelador quando era suposto ter sido no frigorifico. Disparates de Patricia!

O jantar era muito simples, uma mesa com picos variados para entreter enquanto a Makuks foi gentilmente buscar as pizzas ao Mangiamore. E para sobremesa, tínhamos os tiramisu e macas assadas, não tão bonitas como as da Cristina porque eu gosto em especial que fiquem quase em puré.  Para ganhar um espaço especial no coração das meninas, tínhamos coca-cola que, como nós também fizemos com os nossos, só lhes é permitido em dias especiais.

Conversa muito intensa sobre ao que andamos, projectos, educação, e um bocadinho de neurociência e filosofia. Em especial, falou-se num projecto que ela está presentemente a desenvolver cá na Holanda com um grupo de especialistas diversos e que pretende ver se e possível influenciar o voto com empatia, isto e pensando nos outros e no futuro (por exemplo, quando alguém vota ter em conta a mudança climática e impacto que terá não para o próprio mas para os outros, ou da vacina, que pode ser um risco para o próprio mas visa a protecção de todos), mas ao mesmo tempo, deixar espaço a liberdade de escolha pessoal. Tema polemico que discutimos todos.

Fez-me lembrar um comentário do Champs aquando do Brexit: que aqueles que nele votaram não estarão cá para viver as consequências e que portanto algumas pessoas não deveriam ter o mesmo peso em algumas decisões do que aqueles que (mais provavelmente) estarão (que na realidade ninguém sabe o amanhã). Posição também polémica, mas passado tempo de facto concordo que pelo menos se deveria considerar a ponderação do peso do voto.    

Já ontem, passamos por Haia para almoçar uma belo Thai com o Diogo pelas ruas que os restaurantes só estão abertos em Take-away.

Depois visitamos uns amigos holandeses em Roterdão que se mudaram para uma casa espectacular, recuperada de uma escola antiga e com andares com pés altos fenomenais. Conversa também agradável e ainda bem que levamos o pão de ló.

Patricia       

13.11.20

Makuks – relatório de Outono S5 Eng

quina!!!!!!!!!!!

Mudou de secção, ou seja, inverteu a sua Língua 1 (L1) para inglês, língua na qual agora aprende para além da língua em si as ciências naturais e a matemática, e como Língua 2 (L2) passou a ter francês, ou seja para além do estudo de francês aprende história e geografia também em francês.

Para além disso mantem L3 Espanhol e L4 holandês. Arte e desporto são dadas em inglês.

A mudança da língua foi feita em preparação para a nossa expectativa de mudança para os EUA e tendo em conta que a Makuks tem aprendido (e portanto pensa) sobretudo a matemática em francês. Ora, para além de se ter de ajustar à terminologia, também tem de se ajustar à metodologia, ambas substancialmente diferentes das que está habituada.  

A Makuks sempre foi excelente aluna mas eu esperava um período (possivelmente um trimestre) de ajustamento. Vem por vezes aborrecida com ciências naturais (apesar de no segundo teste de biologia ter tido a melhor nota da turma…) e vê-se que sente alguma frustração com as diferenças a matemática. Normal. A inglês, teve um 9 num dos trabalhos que fez sobre um livro, o que achei absolutamente brutal.

A média global do período é de 9,1. Não obstante os números, melhor são os comentários dos professores, ora vejam:


 Mama muito babada da sua filhota linda!

Patricia

11.11.20

Linguas de veado

 As primeiras que fiz, receita da minha prima, com acrescento abundante de raspa de limão.

Ficaram boas mas feias. Tenho arranjar um saco de pasteleiro e fazer em forma de swoosh – vai ser um sucesso em Portland!

Patricia

9.11.20

Momentos de Outono 2 – No Beatrix Park

 O Beatrix Park é o meu jardim e nele me passeio quase diariamente. Não me canso. Gosto de ver as minhas amigas arvores e de ver-lhes as mudanças e sim, de falar com elas. As árvores nunca me viram as costas, porque como escreve Bagão Felix, não as têm.

É entre meados de Outubro e o inicio de Novembro que o Outono aparece no seu esplendor, e adoro passear-me por ele

de brincar as telas de cores,



entender as diferenças de folhas, frutos e troncos,









ver como as árvores se colorem


























e como mudam em poucos dias, neste caso, de uma arvore originaria da Coreia, Sorbus Dodong, a diferença abissal entre 19 de Outubro e 5 de Novembro






Absolutamente deslumbrada com o Outono no meu jardim.

 Patricia

Momentos de Outono

Porque este período tem sido exigente mas também permitido observar benesses que de outro modo passariam despercebidas, aqui ficam imagens que falam por si de um passeio a uma floresta em Hilversum.

No filme da Disney O Rei Leão, há uma cena em que o

From the day we arrive on the planet

And, blinking, step into the sun

There’s more to see than can ever be found

But the sun rolling high

Through the sapphire sky

Keeps great and small on the endless round

It’s the Circle of Life

And it moves us all

Through despair and hope

Through faith and love

Till we find our place

On a path unwinding

In the Circle of Life

E claro, a conversa entre Mufasa (Rei e pai) e Simba (herdeiro e filho) em que o pai explica ao filho a responsabilidade de um reinado, que ser rei não é fazer o que apetece mas que há muito que fazer. “Tudo o que vês faz parte de um delicado equilíbrio. Como rei tens de entender esse equilíbrio e respeitar todos os animais, desde a formiguinha até o maior dos antílopes.” E Simba pergunta: “mas nós não comemos antílopes?” “Sim Simba, mas deixa-me explicar, quando nos morremos o nosso corpo transforma-se erva e a erva alimenta os antílopes. E assim estamos todos ligados no grande Ciclo da Vida.”

O Outono é muitas vezes visto com melancolia como perda, como morte. Sobretudo porque as folhas das árvores de folha caduca ganham novos pigmentos que lhes mudam as cores, num mecanismo de protecção. A queda das folhas acontece nos meses mais frios do ano e evita a evaporação da água pelas folhas, ou seja, a árvore consegue armazenar água no tronco e ramos e usa a sua energia na proteção da raiz. O Outono é lindissimo! 




O Grandalhao na sua paz



Eu e as minhas arvores


Também no Outono, com a humidade das chuvas, aparecem muitos fungi, nos quais conhecemos os cogumelos (e bolores e leveduras) que apenas notamos quando frutificam porque a sua rede subterrânea é muito importante e vasta.  





Enormes nos troncos das arvores
Ou mais pequenos
O Grandalhao a captar-lhes a essencia e beleza nas suas fotos



Aqueles que indicam que deve haver Gnomos por perto...


Uma festa para os sentidos. Não é tudo espectacularmente encantador?

Patricia