30.3.08

Queda e consequência

Foi no sábado (ontem de manha) que caiu o segundo dente de leite do Diogo. Também do maxilar inferior.

Não foi a única queda de ontem. Enquanto comprava um produto numa perfumaria o Nuno vigiava os pequenotes a brincar nos corredores do ”centro comercial”. Enquanto assistia a Catarina que tentava imitar as proezas de outros meninos, o Diogo escorregou e espetou-se.

E assim fomos parar, pela primeira vez na Holanda, as urgências do hospital onde o Diogo foi observado por 3 neurologistas – bateu com a cabeça e suspeitaram de um ligeiro traumatismo craniano. Fez um RX que mostrou ao ortopedista que tinha o pulso direito fracturado. Tem(os) agora de suportar durante 2/3 semanas o gesso no braço.

Tudo isto aconteceu na hora de partida dos avos paternos para Lisboa. O Diogo e eu nem tivemos tempo para nos despedirmos e agradecer a visita. O Nuno e a Catarina levaram-nos ao aeroporto a pressa, com o sentido posto em nos nas urgências do hospital.
O Diogo achou imensa graça a umas cadeiras de roda que tem a entrada das urgências, na qual se põe a moedinha de 50 cêntimos, como nos carrinhos de compra dos hipermercados em Portugal, e se usa enquanto estamos no hospital. São amarelas e chamam-se ”axi”.

Durante a noite, acordamos o Diogo de 2 em 2 horas, conforme nos disseram os médicos, para verificarmos a sua lucidez e consciência. Já passaram as criticas 24 horas pós-queda e não ha qualquer sintoma de traumatismo craniano. Safos.

Tudo correu bem. Acabamos por ter sorte. Dizem que o sistema de saúde holandês e péssimo mas até hoje não temos motivos de queixa. E é uma grande vantagem podermos falar com toda a gente em inglês – desde a recepcionista nas urgências, aos médicos e enfermeiros.

Não posso deixar de fazer menção ao facto dos médicos terem falado em holandês com o Diogo que sempre lhes respondeu na sua língua. Nada mal, tendo em conta as dores e o facto de ser aos 5 anos a sua terceira língua. De modo que só podemos entender o comentário da professora de holandês do Diogo como uma absoluta tontice. Eu, mais uma vez, estou muito orgulhosa do meu menino.

Patrícia

No final do segundo trimestre do ano lectivo 07/08

as professoras do Diogo não estão tão contentes e escrevem “Diogo était très agité ce trimestre. Son comportement a fait baisser ses résultats. Il doit se reprendre car il peut faire beaucoup mieux”.

A avaliação é de A a D, sendo:
A – competência adquirida;
B – a reforçar;
C – no início de aquisição; e
D – competência não adquirida.
A grande maioria das competências, classificadas em grandes grupos, são avaliadas com A. Tem alguns B e apenas um C. Nenhum D.

A avaliação foi como se segue:
Linguagem verbal
Comunicação:
- Exprimir-se de forma compreensível – B;
- comunicar em diálogo e em grupo - A;
- dizer de memória um texto - A;
Linguagem escrita
- contar uma história ou acontecimento – B;
Leitura e escrita
- diferenciar fonemas - A;
- diferenciar palavras, silabas e letras - A;
Interpretação
- identificar diferentes suportes escritos e diferentes tipos de texto – A;
- compreender um texto lido pela professora - A;
- - utilizar a biblioteca – A;
Escrita
- reconhecer as diferenças gráficas duma mesma letra e palavra - A;
- escrever de forma legível e respeitando as regras da escrita – B;
Produção escrita
- copiar uma frase com um modelo – B (neste campo o Diogo baixou os resultados obtidos no primeiro trimestre);
Matemática
Numerar
- enumerar e quantificar - A;
- contar até - 59+
- classificar os números, comparar grupos - A;
Geometria
- escrever números - A;
- utilizar uma tabela de entrada dupla – A;
- descodificar um trajecto – B+
- reproduzir e descrever algumas figuras simples – B
Domínio do espaço
- utilizar vocabulário preciso – B;
Matéria e tecnologia
- manipular e utilizar técnicas simples - A;
No mundo da vida
- conhecer manifestações de vida animal e vegetal e referir-se a critérios de classificação – A;
- compreender e respeitar regras de higiene - A;
Educação artística
Educação musical
- cantar canções simples - A;
- participar em actividades com instrumentos - A;
- escutar um registo sonoro - A;
Educação visual
- manifestar interesse por actividades de artes plásticas - A;
- escolher aplicar uma técnica para fazer uma produção pessoal – A;
- provar criatividade e imaginação - A;
Educação física e desportiva
- exprimir-se com o corpo - B
- participar em actividades atléticas e ginastas – A;
Comportamentos e métodos de trabalho
- respeitar as regras da escola e da sala – B; (baixou)
- estar atento e concentrar-se na realização de uma tarefa – C (baixou bastante);
- trabalhar a um ritmo satisfatório – B (baixou);
- ser cuidadoso com o seu trabalho – B;
- compreender o trabalho – A .

Os resultados continuam a ser bons. Entendemos este comentário das professoras como uma fase. Fizemos um acordo com o Diogo no qual ele tem de escrever em cadernos de linhas, todos os dias, o seu nome, data e os números. Para praticar. Combinámos também que ele nos dirá se sentir alguma dificuldade em algum trabalho.

Patrícia

26.3.08

línguas

Que raiva, a atrofiada que dá aulas de holandês ao Diogo teve a desfaçatez de escrever no relatório periódico do Diogo que ele não fala tanto holandês como devia.

Não consigo saber exactamente o que ele fala, visto que ele se retrai um bocado nesse capítulo e o nosso papel é pô-lo a falar português correctamente, e muito menos o que seria suposto falar, mas o que posso garantir é que nós estamos babados com a capacidade que ele vem demonstrando de adaptação e aprendizagem.

O nosso filhote fala neste momento 2 línguas de forma fluente e é capaz de manter uma conversa básica numa terceira. Isto depois de um ano aqui, com mil mudanças e exigências à mistura. Quando chegou só falava português, nada mais. O que mais pode querer a professora?

Nuno

25.3.08

Catarinês 2 anos III

E a melhor de todas é

apitador canchado = o aspirador está cansado (a Patrícia inventou que o aspirador se cansa, para conseguir que ela o desligue quando decide aspirar a cozinha e já não temos paciência para ouvir aquele barulho insuportável)

Nuno

24.3.08

Catarinês 2 anos II

calila = Catarina (como pude esquecer-me deste no anterior?)
biosque = rabiosque
miminho = beijinho
miminha = maminha
pão queijo, pão doce (influências do holandês)
rô = arroz

lekker lekker (lekker = muito bom em holandês)

Nuno

Catarinês 2 anos

Só as que me lembro neste momento, a completar com o tempo:

bilhota = cambalhota
bilhulho = barulho
biguiga = barriga
coqueque = consegue
cucaco = casaco
cacaco = macaco
eu faço tu = eu faço
aquilo = isto, isso, aquilo, aqui, ali
ofitante = elefante
dodi = Noddy

niet doen ('não faças isso' em holandês)
niet leuk ('não é bonito', 'não gostei' em holandês)
hey pupi = pupje (bonequinha em holandês)

Nuno

16.3.08

Piscina

Foi a primeira vez que fomos a uma piscina cá na Holanda. Primeira vez não, minto. A primeira vez foi em Julho de 2006, quando viémos acompanhar o Nuno no seu início de vida na Holanda. Eu, o Diogo e a Catarina fomos então a uma piscina. Foi uma aventura meio louca mas eu e o Diogo estávamos a dar em doidos de estar fechados no hotel De Graaper, em Amersfoort, estava um calor infernal e resolvemos ir. Para quebrar a rotina daqueles 23 marcantes dias aqui. A Catarina tinha 4 meses (e não pôs pé na piscina).

A piscina que fomos a semana passada é uma piscina in door. Lá fora chovia copiosamente, e o céu estava escuro e carregado de nuvens mas fomos. O Nuno sem vontade, o Diogo todo contente, a Catarina por imitação do irmão também contente e eu, com vontade de proporcionar à Catarina aquilo que o Diogo teve desde os 6 meses e ela, por falta de oportunidade não teve, com vontade de divertir o Diogo mas sentindo-me mal por arrastar o Nuno. Sózinha nao dava para controlá-los aos dois.

A piscina tem uma parte dedicada apenas a bébés, com escorregas, fontes e outras diversões. Depois tem uma piscina maior, com várias profundidades para pequenotes como a Catarina e como o Diogo. Tem escorregas. Tem uma piscina de profundidade. Tem uma piscina que faz um enorme remoínho. E na piscina grande, a cada hora, há 5 minutos de ondas.

Os miúdos deliraram. Brincaram, correram, saltaram, mergulharam. A Catarina gostou bastante. Quer-se sentir segura perto de um de nós mas contente e confiante. O Diogo passou o tempo a dar "mergulhos especiais". A ir no escorrega com o pai, a brincar.

À tarde, para nosso descanso, dormiram profundamente. Só por isto valerá a pena repetir...

Patrícia

14.3.08

A mudança de dentes do Diogo

Esta manha o Diogo apareceu com um buraco onde deveria ter o incisivo esquerdo central inferior: começaram-lhe a cair os dentes de leite!

Ao que investiguei a fase de transição entre dentição decidua (ou de leite) e a dentição permanente deverá ocorrer entre os 6, 7 anos e os 11 anos.

O Diogo estava todo contente a ver-se ao espelho. Desdentado. Só foi pena não encontrarmos o dente. Provavelmente a fada dos dentes levou-o...

Patrícia

9.3.08

Férias de Inverno


Acabam hoje duas semanas de férias de Inverno do Diogo. Acabam num dia verdadeiro de Inverno (oxalá o fim das férias fosse também o fim da estação por este ano!).

Como vem sendo costume este ano, o Diogo irá relatar amanhã, à professora e colegas, o que fez nas férias. Não pudémos ir a lado nenhum porque trabalhámos, mas o Diogo teve a visita da sua tia maluca, que veio de Portugal sózinha de carro (valente mulher!) e com ele esteve uns dias.

O dia em que fazemos este trabalho é sempre engraçado pois tanto eu como o Nuno nos esforçamos por participar em algo que ele irá partilhar na escola. Desta vez, decidimos retratar o resultado de duas experiências e uma visita a um parque de diversões indoor, no qual o Diogo gostou especialmente de escorregar pelo grande toboggan e de saltar na cama elástica.

Para as próximas férias, da Páscoa, já contamos com a visita dos avós que por certo irão brincar muito com os seus netos.

Patrícia

Mudança de sala


Em Abril de 2007 a Catarina começou a frequentar o infantário, no chamado grupo de bebés. Fez, nesse mês, um ano de vida. A adaptação não foi especialmente fácil sobretudo porque a hora de a deixar era, em algumas ocasiões, difícil. Claro que o facto de estar a ser exposta a uma nova língua e cultura não ajudava muito à adaptação.

Passaram 11 meses desde então. A Catarina adaptou-se muito bem à língua e em muitos aspectos à forma de estar dos holandeses.

Segunda-feira passada foi a festa de despedida do grupo de bebés. A foto aqui anexa é das lembranças que ela levou aos seus amiguinhos na sua despedida - tradição daqui. Apesar de nunca o irem ler (porque não percebem portugês) presto homenagem às suas duas educadoras, Jessica e Fanny, que foram formidáveis com ela. Muito profissionais e carinhosas. A sua competência e alegria permitiram-me sentir a confiança necessária para a deixar no infantário enquanto trabalhava.

A Catarina continua no infantário mas agora inserida no grupo dos meninos "mais velhos". Entre os 22 meses e os 4 anos. Nova etapa à qual está a corresponder muito bem. A passagem de testemunho foi feita para a Shelly e a Pauline, a quem a Catarina chama já com muito carinho. De momento ela anda fascinada com tudo, e contente. A Jessica já nos tinha dito que ela andava aborrecida com os bebés, presumo que a novidade esteja a superar o normal receio da mudança.

És uma linda menina!

Patrícia