31.3.15

Viagem a Texel

O Diogo foi numa viagem da escola para Texel, a maior das Ilhas Frísias na Holanda do Norte. As actividades da ilha são a agricultura, a pesca e o turismo.
A viagem (de Bergen para Texel) foi  de bicicleta (pelas dunas), na sua Batavius Dragon. O Di ía preparado para os 6 graus e previsão de chuva para todo o dia de partida mas, pelo que conta, não apanharam chuva pelo caminho. Ele e seus colegas percorreram 50kms (inicialmente estavam estimados 40kms mas houve um qualquer desvio imprevisto) de bicicleta e o Di confessou-me, no dia seguinte ao da viagem, estar cansado – com as pernas e o rabo doridos.

Ainda no dia da chegada fizeram uma viagem nocturna, a pé, nas dunas e na praia. O objectivo era observar a fauna e flora nocturnas, bem como os faróis e a comunicação entre eles.  O Di estava estoirado e, também por isso, não fala com grande entusiasmo desta noite.

No dia seguinte, quarta feira, visitaram o “Juttersmuseum”. Trata-se de um museu que expõe tudo aquilo que é encontrado na praia e reciclado. Havia armas, muitas garrafas, e muitos outros objectos.  Tudo grátis, não parava o guia de comentar.  Também havia casas que mostracam como antigamente se vivia, que em muito variava devido à profissão.


À tarde partiram num barco TX-10 para o mar de Wadden (ou Waddenzee »). O barco pesca camarão que é imediatamente cozido a bordo, para depois vender. O barco tem duas grandes redes de pesca (uma de cada lado) que, uma vez atiradas ao mar fica cerca de 30 minutos debaixo de água. Um avez as redes levantadas, a carga é despejada numa espécie de máquina dentro do barco onde se faz a separação de peixes e camarões. O peixe é separado e atirado ao mar – infelizmente muitas vezes já morto. Os meninos salvaram muitos dos peixes, retirando-os da máquina e devolvendo-os ao mar ainda com vida. Entretanto, as muitas gaivotas acompanhavam o barco, na esperança de apanharem alimento, enquanto os meninos exprimentaram os camarões cozidos.



Regressaram, mais uma vez de bicicleta, à pousada da juventude onde relaxaram, jantaram e jogaram vários jogos em grupo.     

Na quinta feira de manhã foram ao « Slufter ». O Suflter é uma praia, com dunas e marés muito intensas e marcadas, cada 6 horas. A maré estava vazia. Andaram pela praia, tentaram (sem sucesso) com uma rede apanhar camarões numa espécie de ribeira de água e, parte mais divertida da manhã, saltaram e rebolaram nas dunas.





À tarde foram ao Centre Ecomare onde viram focas, animais parecidos com golfinhos, raias e peixes diversos. Um centro que acolhe animais marinhos necessitados e, uma vez preparados, devolvidos ao seu meio natural. 


Nessa noite tiveram uma festa dançante mas aparentemente sem sucesso. Quase todos preferiram divertir-se a fazer guerras de almofadas no corredor a dançar. E um grupo de cerca de 10 ficou à conversa até bastante tarde.

Na manhã seguinte, malas feitas e entregues à carrinha, fizeram-se de novo à estrada e percorreram outro caminho (este perto da autoestrada) de bicicleta de regresso à escola. Apesar do Di não ter uma bicicleta com mudanças, estava sempre no pelotão da frente. A 500 metros da escola caíu, e esfolou o joelho e o ombro. Mais uma cicatriz (ou medalha) para contar uma história.   

Diogo e Patrícia

29.3.15

Earth Hour 2015 – I’m using my power

Participamos nesta açcão da Earth Hour e (WWF) Wild World life Fund for Nature, creio que desde 2010.

Ė sempre no último sábado de Março, entre as 20.30 e as 21.30. Ontem também o fizémos mas foi ainda mais divertido porque tínhamos a alegre companhia de uma família de amigos cá da Holanda.  

Começámos o jantar para o cedo e perto da hora esperada estávamos a terminar a deliciosa sobremesa – Serradura – que a Cristina preparou para nós.

Há hora esperada o Diogo e o Gonçalo tomaram em mãos a tarefa de acender as velas e assim ficámos todos à luz de velas. Os adultos em amena tertúlia sobre como devolver a Portugal o seu merecido esplendor e as crianças a jogar à cabra cega. Durante uma hora, finda a qual os meninos 
estavam desejosos de acender de novo a electricidade. Pois, faz falta e temo-la sempre por adquirida.

Que todas as acções de sensibilização fossem assim agradáveis !
Obrigada aos amigos pela companhia, deliciosa sobremesa e flores. A repetir !

Patrícia

27.3.15

Lista sobre o que nos esquecemos

Faço tantas listas. Esta é mais uma. Sobre o que nos esquecemos.
Do nosso lugar no mundo natural
Nos último séculos, temo-nos vindo a separar da natureza. Exploramos, assolamos, sacamos, consumimos e tentamos controlar a natureza para apaziguar a nossa ganância, motivada pela nossa loucura colectiva. Tentamos distanciar-nos do ciclo natural da vida. Esquecemo-nos de ouvir e entender os ritmos naturais e ciclos da terra – os seus sinais e linguagens. Esquecemos de seguir o caminho da natureza e de viver em equilibrio com ela.
Da nossa ligação à vida e ao universo
Ao nos desligarmos da natureza, esquecemos que estamos profundamente ligados a ela e aos ciclos do universo. Algumas tribos « não civilizadas » e que seguem modos antigos não expostos a fraude da opinião vigente, preservaram essa ligação com respeito e reverência. Nós, por outro lado, incutimos uma forma de separação que nos levou ao desequilibrio e doença. Esquecemo-nos como tudo está ligado e se equilibra numa dança delicada e bonita.
Da nossa sabedoria antiga
Esquecemos a nossa sabedoria antiga. Na busca de obter conhecimentos cientificos através da racionalização da nossa mente, esquecemos a sabedoria obtida através da abertura do coração. Esquecemos histórias antigas e sabedoria popular que foi passada por homens e mulheres do passado que viviam em harmonia com o universo. A literatura e a poesia, a meu ver, estão mais perto da realidade humana do que, por exemplo, a investigação psicológica.
Do nosso caminho e os nossos sonhos
Ao afastarmo-nos do nosso caminho interior, esquecemo-nos de sonhar o sonho de vida. Mais importante, esquecemos como despertar desse sonho e ver a nossa verdadeira natureza como co-criadores da vida: os sonhadores. Esquecemo-nos de que temos o poder de tecer sonhos e usar o nosso poder e intenção para direcionar esses sonhos.
Do nosso propósito
Com todo o frenesim, ruído e distração nesta realidade densa esquecemos o que viémos fazer aqui. Esquecemos o nosso propósito. Estamos presos no transe de massa da realidade consensual e fabricada. Perdemos de vista a nossa autenticidade, aquela centelha interior que nos impele para a nossa felicidade e auto-realização. 
De que tudo é amor
Esquecemo-nos de que tudo é em, última análise, energia e consciência e que o amor é o tecido fundamental da existência que atravessa toda a energia e consciência.
De perdoar
Ao acreditar que estamos separados e desligados dos outros e de tudo o resto, esquecemos de perdoar. No sentido mais profundo do perdão, como o acto de nos lembrarmos que somos um com todos e tudo. Estamos apenas todos a mover-nos juntos numa rede dinâmica a que chamamos vida.
De ser livres
Esquecemo-nos de nos lembrarmos todos os dias que somos livres. Nascemos e somos educados numa realidade em que a liberdade é apenas um conceito. Estamos ligados ao medo, falsas ideologias, recompensa material e às regras que foram feitas para salvaguar apenas os interesses de alguns de nós. Somos feitos esquecer que somos agentes da mudança. Que somos livres de ser o que somos, sem medo ou culpa.
Do nosso verdadeiro poder
Viver no medo fez-nos esquecer quão poderosos somos. Esquecemos o poder imenso da nossa vontade e intenção de mudar a nossa realidade. Fomos transformados em mortos-vivos e a seguir as regras criadas, como se fossêmos máquinas.
Das lições da história
Se há algo que a história nos ensinou é quão rapidamente nos esquecemos das lições do passado. Vezes sem conta continuamos a repetir os mesmos erros, agarrados aos mesmos padrões de ganância e auto-destruição. Nâo podemos ser individualmente culpados pelos erros cometidos pela humanidade no passado. Mas somos responsáveis, enquanto individuos, de nos recordarmos dos erros passados e de tentar evitá-los.
De ser simples
A vida humana tornou-se tão complicada e complexa. Somos seduzidos pelo brilho de mais e não pelo poder de menos. Esquecemos de ser simples e do significado da simplicidade. A vida é simples. Simplicidade significa libertarmo-nos do que é superfluo e que nos entorpece a visão da sabedoria que esquecemos. 
De confiar, de acreditar de nos maravilhar
Perdemos o encanto pelo mundo. A capacidade de nos maravilharmos com o milagre da vida. A nossa visão céptica e cinica do mundo faz-nos perder a confiança em nós, nos outros e na magia do universo. Esquecemos como acreditar. Esta é talvez a maior tragédia de todas. Enfraquece o nosso espírito e empobrece a nossa alma.
A lista das coisas de que nos esquecemos. Ou mais importante, do que nos devemos lembrar.

Patrícia

21.3.15

A nossa horta - 3


Todas as sementes que plantámos até agora, brotaram. Estamos muito contentes !

 
Temos sido diligentes em as proteger do frio (estão na nossa sala, na janela mais solarenga da casa), da fome (todas as manhãs e noites lhes damos umas gotinhas de água), e energia positiva (vamos falando com elas). Algumas delas (espinafres, rabanetes, bróculos, alface e alho francês) já passámos para potes, para que tenham mais espaço para crescer. Por enquanto vai dando, e depois, logo encontraremos uma solução. 


A minha Kaki é muito especial: na contínua corrente da sua curiosidade e brincadeira descobre alegria e sabedoria.  E cuida e nutre, enaltecendo o seu expoente sagrado feminino. 

Patricia

20.3.15

20 de Março de 2015

Hoje, 20 de Março de 2015, tivémos um eclipse solar total. No mesmo dia do equinócio de Primavera que indica o primeiro dia de Primavera no hemisfério norte. O eclipse foi visível na maior parte da Europa. Infelizmente, porque as nuvens cobriam o céu em Amesterdão, não consegui ver nada, a não ser uma ligeira escuridão. Não vi mas senti.

Na astrologia, eclipses solares criam mudanças e novos princípios nas nossas vidas. Os efeitos são notados nas semanas anteriores e nas semanas seguintes ao eclipse.

Para alem do eclipse, hoje acontece o equinócio da Primavera que não é apenas o início da Primavera, a estação da renovação

Entao temos o eclipse solar, o equinócio da Primavera e, na astrologia, é também o final de um ciclo e o recomeçar de outro : a transição do signo de peixes para carneiro

Para mim, isto só pode ser um chamamento, um alinhamento com os ciclos cosmicos de que fazemos parte, associado a um novo começo para certas coisas que se tem tentado acabar, ou que, simplesmente, precisam de acabar, um fim definitivo. Tempo para uma mudança ou pelo menos uma oportunidade para lavar (como o primeiro mergulho do ano o mar) aspectos negativos do Eu que não reflectem quem verdadeiramente sou.


Também hoje iniciei o processo de libertação de uma prisão autoimposta e que me vinha intoxicando no último ano e meio. Estou confiante. Aquele momento em que se inspira o novo e se expira o que foi, em que se sabe que se faz aquilo que está certo – regardless.

Não, não é o post habitual. Ė um acto de fé e de gratidão.


Patrícia 

19.3.15

Ao meu Pai

Hoje é dia do Pai, e claro, penso ainda mais em ti. Tenho saudades tuas. Da proteção, do conforto das tuas palavras – ainda que por vezes me dizes o que preciso (apesar de por vezes não o querer) ouvir.

Tantos kms têm crescido entre nós. Bem sei que a culpa é minha. Fui eu que decidi mudar de país, porque esse em que nasci não tinha mais lugar para a minha visão da minha família nuclear. E os anos também têm pesado.

Carrego muitas malas cheias de experiências, vitórias e fracassos também. Acho que é isso a vida. Cresci. Mudei, em algumas coisas para melhor, outras nem por isso. Tenho feito o que e como posso/consigo fazer, e acima de tudo tenho aprendido, sobretudo nos últimos meses, que se o que se faz totalmente abafa o que se é, algo está muito errado. Aprendi que antes de ser human doing tenho de respeitar que sou human being.  

Dedico-te a canção abaixo porque a sinto tão profundamente. Porque diz o que sinto e te quero dizer melhor do que as minhas palavras.
Gosto muito de ti. Sempre.


Patrícia   

16.3.15

Projecto boneca (inspirado em Tree Doll change)

Um destes dias, a surfar na internet, descobri um site interessante que partilhei com a Kaki. A semente germinou na cabecinha dela e, seguindo a sua iniciativa eis que nos lançámos num novo projecto.

A ideia consiste em transformar uma boneca dela  e que se parece com uma mulher provocante, numa boneca que se pareça mais com uma criança como ela, e que poderia ser uma das suas amigas.

Ela pegou numa das suas bonecas, uma "Bratz" que estava atirada numa gaveta (infelizmente não tirei uma foto antes de começar o processo de transformação) mas que era mais ou menos como a da foto abaixo.
Tirámos-lhe a maquilhagem e a Kaki resolveu cortar-lhe o cabelo porque achou que era longo demais e pouco realista para uma menina. Abaixo, como agora está:
 Sendo que ela já pintou os novos lábios.
 Kaki cabeleireira:
Os próximos passos serão pintar-lhe de novo a cara de forma mais natural, arranjar algo para os pés e fazer uma roupa mais normal. Quando completarmos o projecto, logo coloco o resultado aqui para verem. Entretanto divertimo-nos, falamos de temas interessantes como: o que é ser crianca e adulto (e a sexulalidade); porque que é que fazem as bonecas como fazem e como seriamos se nos parecessemos com elas; 
e fazemos um belo projecto juntas.

Se tiverem curiosidade para ver o video que enviei a Kaki e que despoletou tudo este projecto, está abaixo.

Patrícia

13.3.15

Violetta

Pedi em Setembro, os meus pais acederam e compraram os bilhetes como prenda de Natal. E, finalmente, levaram-me a Roterdao, a ver o concerto da Violetta.




Adorei.

Makukia

8.3.15

Sarau de ginástica

A Makukia continua a fazer a sua ginástica e, hoje, teve de novo um sarau. Desta vez filmámos, para que fique registada a sua dedicação. Começou com a introdução, todas as meninas que concorriam. A Makukia tem um fato preto e vermelho, e ajuda a levar a bandeira do seu clube.
Depois do aquecimento, começaram as provas que consistiam em exercícios em 4 aparelhos diferentes:
-       
         - Solo - onde fez a roda, o avião, o pino, cambalhotas
  -          Salto
 -          Barras paralelas; e
-          Barra fixa (neste tivémos um pequeno problema técnico e não filmámos de princípio)   
Uma falha nas barras paralelas tirou-lhe os pontos que não a permitiu ir ao podium. Ficou triste. Nos achámos todos que ela está muito mais segura e melhor tecnicamente do que o ano passado. 

Temos todos muito orgulho na nossa Macaquinha Makuks, de rabo invisível a olhos distraídos!


Patrícia 

A nossa horta - 2

Plantadas as sementinhas em Fevereiro, colocámo-las em local seguro e luminoso e temo-las cuidado com carinho e regado todos os dias.

A maior parte das sementinhas já deixou a sua casca e se transformou em brotinho e agora cresce, para se tornar naquilo que tem de ser.
Vamos ver como continua, e pensar no que fazer quando tivermos de transferir para potes – é que tomates, por exemplo, não deveria ser um problema, mas para fazer crescer cenouras ou alho-francês, precisamos de potes fundos.

Já pensei tomar um pouco do espaço aqui à frente de casa… Cada coisa a seu tempo.


Patrícia  

1.3.15

Cirque du Soleil - Quidam

Vimos hoje, no Ahoy em Roterdão, mais um espectáculo do Cirque du Soleil : Quidam.
O enredo é a história de uma menina que está aborrecida. Os pais, distantes e apáticos, ignoram-na. Ao procurar preencher o vazio, ela imagina um mundo – o mundo Quidam – onde conhece personagens que a encorajam a libertar a sua criatividade.

Nos actos vimos : a roda alemã (german wheel); banquine, diabolo, contorcionismo, cordas (skipping ropes), spanish web, statue (de longe o acto mais excepcional deste espectáculo), arcos aereos e, claro, os palhaços.  

Gostei. Cirque du Soleil continua a ser uma marca de referência, um selo de qualidade. 
Todo o conjunto, actos, roupas, música, luz, maquilhagens.

Patrícia