27.1.19

Inverno

“Winter is coming”, já todos sabíamos.
Parece que agora chegou, e deixo algumas imagens da ultima semana que o provam.
Uma aves a caminharem sobre as aguas do canal, ou a abrirem o apetite para a corrida de patins nos canais (se gelarem a esse ponto) que e sempre tao desejada neste pais
O caminho, pelo parque, para o escritório todas as manhas. A neve cobriu o parque esta semana.
 



 Patricia

Christiane Amanpour


Na sexta passada, eu, os meninos e uma amiga do Campeão, fomos a um evento organizado pelo The John Adams Institute, no Pathé Tuschinski, em Amesterdão. 

O John Adams Institute promove a troca de ideias e intelectual, através da promoção de encontros e debates num palco independente para a cultura americana na Holanda. Há muitos anos que trazem pensadores americanos de áreas como literatura, politica, história, tecnologia e artes. E goste-se ou odeie-se, os EUA, e a cultura americana, tem um papel de relevo no mundo e interessa estar atento. Os holandeses e os americanos tem bastante em comum: foram os holandeses que fundaram a colónia Nova Amesterdão na ilha de Manhattan no inicio de seculo XVII, que mais tarde se tornou New York. E New York ainda tem consigo algumas dessas raízes que os holandeses deixaram: uma sociedade heterogénea, um espirito empreendedor. A imigração, diversidade e identidade são tópicos de debate em ambos os países.

Desta vez o Instituto trouxe a Christiane Amanpour que creio dispensa apresentações de maior uma vez que e conhecida como a entrevistadora-chefe da CNN internacional. Esta ultima afirmação não é, se calhar, tão verdade como creio, já que a nossa Makuks não fazia ideia de quem a Amanpour é – sinal de que cá em casa, a televisão não tem de todo destaque. 
Christiane Amanpour, aprendemos, tem um pai iraniano (e muçulmano) e uma mãe inglesa (e católica), tendo sido educada no Irão pré-revolução. Ela contou que teve uma educação bastante aberta no Irão e que, jovem adulta, quando se preparava para estudar na Universidade (falhou medicina) as grandes alterações que se passaram no pais a estimularam a encaminhar-se para o estudo do jornalismo nos EUA. Contou também que as suas irmãs mais novas contavam que pouco depois dela ter saído – apos a revolução de 1979, as escolas mudaram completamente, paginas arrancadas aos livros, imposição do uso da hijab a cobrir o cabelo etc.

Terminados os estudos (1983), ingressou na CNN, então pouco conhecida como jornalista. Conta que o fundador da CNN, Ted Turner, era um visionário, que todos queriam ser correspondentes estrangeiros (foreign correspondent) e que ele baniu a palavra foreign e a trocou por internacional, que procurava noticias 24h sobre 7 dias. E foi enviada para cobrir a guerra do golfo, a dissolução do comunismo europeu (1989 e seguintes), a guerra da Bósnia e o cerco de Sarajevo e tantos outras zonas de conflito, ganhando reputação de destemida. Na sua conversa muitas vezes referiu que procura trazer a verdade a publico, e que se afasta de ideia de que tem de ser sempre neutra, considerando que por vezes dar a cara ao agressor para ele continuar a espancar é ser cúmplice do mesmo “There are some situations one simply cannot be neutral about, because when you are neutral you are an accomplice. Objectivity doesn't mean treating all sides equally. It means giving each side a hearing”.

É conhecida por ser dura em entrevistas (e entrevistou tantas figuras de relevo mundial) e também empática. Confessou que queria entrevistar a Rainha de Inglaterra e o Papa, bem como um Presidente dos EUA em funções e que nunca, até agora, o conseguiu. Mas é preciso olhar para a lista impressionante de todos aqueles que teve oportunidade de entrevistar. A lista é longa.  
Contou também como, em zonas de conflito ou de catástrofe, levam todo o material e por vezes passam dias a latas de atum, como o nascimento do filho (com 46 anos) alterou a sua postura em relação a zonas de conflito – ganhou medo, de como se tenta manter sã, dos pros e contras das “breaking news”, das “fake news”’ e do papel importante dos media nos dias que correm.

O Grandalhão, para quem comprei inicialmente bilhetes, estava nos EUA e por isso o Campeão convidou uma colega, de origem iraniana mas que viveu na Tanzânia a veio para a Holanda há cerca de um ano, porque, como ele, se interessa por história e politica internacional, e com quem, pelos vistos ele gosta de trocar ideias nestas áreas já que a menina, devido a sua bagagem, tem perspetivas frescas e diferentes das que o Champs está habituado. Eles gostaram do evento. A Makuks, nem por isso. Claramente não lhe apelam estes temas e o único comentário que fez foi que o entrevistador da Amanpour era fraquito – pudera, é por o aluno da dar uma aula ao professor, disse-lhe.

Patricia

12.1.19

Tallinn

A Estónia é dos 3 países bálticos, a saber: Lituânia, Estónia e Letónia. A Estónia tornou-se independente da União Soviética em 1991 (sob governo de Gorbatchev). Mas antes disso, a sua capital, Talin, foi conhecida como Reval, desde o seculo XXIII ate 1918. Adicionalmente, interessados pela sua localização estratégica - a cidade se localiza no Norte do Pais, junto ao mar Báltico e apenas a 80 kms de Helsínquia - e ponto principal de comércio na zona, entre os países escandinavos, o continente europeu e a Rússia), a cidade foi sendo alternadamente ocupada por escandinavos e alemães. De modo que a cultura do povo estoniano foi sendo influenciada um pouco pelas culturas Russa, Dinamarquesa, Sueca, Finlandesa e Alemã e a noção de pais independente/identidade nacional é muito recente (1917 depois da queda do império russo e tendo depois sido ocupado por alemães e russos novamente até 1991).

Em 2004, a Estónia tornou-se membro da União Europeia (e em 2011 adoptou o Euro) e tem sido um polo de desenvolvimento na área. Como curiosidade, foi em Tallinn que o skype foi inventado/desenvolvido.

A Estónia é um pais pequeno (cerca de metade do território português), e com uma população pequena de menos de dois milhões de habitantes e os estonianos são, enquanto grupo étnico, um povo fínico que representa cerca de 70% da população. A gerações de imigrantes da ex. União Soviética são a maior parte dos restantes 30% da população e vivem sobretudo em Tallinn.

Economicamente tem sido chamada do Tigre do Báltico, devido a transição da economia comunista para a capitalista, com investimento estrangeiro e aumento do credito e consumo interno, combinado com trabalho barato.

Investimento estrangeiro foi a razão para a minha (primeira e breve) visita ao pais e a capital do mesmo, Tallinn. Dois dias mas sempre deu para alimentar alguma curiosidade e tentar descobrir um bocadinho sobre o pais, e iniciar algumas sensações / observações sobre o mesmo.

 A zona histórica da cidade e uma das cidades mais bem preservadas da época medieval europeia e por isso listada na UNESCO. E eu tive oportunidade de, depois de reuniões e jantar, dar um pequeno passeio a pé por essa zona e verificar como de facto é lindíssima, como as fotos demonstram.

A neve cobria com uma camada suficiente simpática as ruas mas não estava muito frio. Disseram-me que as vezes atingem -25graus. Quando la estive estavam -2/-3, nada de insuportável.







 





As pessoas são amigáveis, de facto alguma afinidade com finlandeses e russos (alias, na arquitetura nota-se bastante da influencia da antiga União Soviética – da Rússia czarista não me apercebi de nada). Com alemães não notei tanto mas estive tao pouco tempo que e normal.

Como é inverno, os dias são curtos. Nos dias que estive, o sol nasceu as 9.11 da manha e pôs-se as 3.42 da tarde. De facto deve ser complicado adaptar-se a esta variação tao dramática da luz do dia (ou no inverno a falta dela), bem como no Verão, adaptar-se a pouca escuridão. Disseram-me que estão habituados biologicamente, que no inverno dormem mais e no verão aproveitam, sendo que o solstício de verão e uma grande celebração na região.

Dois dias e uma noite. Foi uma viagem simpática, apesar do regresso complicado devido a neve. Para la, em Amesterdão passava uma tempestade e muitos voos foram cancelados, por sorte o meu não foi, para ca, também algumas complicações por causa da neve, e por isso tive um atraso no regresso mas nada do outro mundo.  

Patricia

2.1.19

2018

O ano que passou. Foi um ano cheio.

Entrámos nele em Santa Cruz, a ver o fogo de artificio na praia.

A lesão do joelho do Campeão impediu-o em grande parte de fazer râguebi (parece que ainda não se pacificou com isso ou pelo menos não conseguiu ainda encontrar algo que o substitua), o que para um rapaz desportivo e na sua idade não tem sido um processo fácil e nos não temos como resolver a não ser incentivar fisioterapia, perseguir especialistas e tentar convencê-lo a adaptar-se a outra actividade física que claramente lhe faz falta.

Já a Makuks continua investida na natação sincronizada que continua a dominar pelo menos cerca de 11 horas por semana da Makuks (incluindo os treinos: seus e das suas iniciadas mas excluindo as horas extra nas competições e por diversos pontos da Holanda). Ganhou a medalha de bronze na sua categoria e passou para uma nova etapa/idade, sendo que esta muito satisfeita com este novo grupo, apesar de ter menos hipóteses de chegar a competição. No inicio do Verão decidiu que teria de trabalhar a sua flexibilidade e a verdade e que tem sido persistente e melhorou a olhos vistos a mesma com trabalho regular.  

O Grandalhão vai fazendo a sua ginástica (acho que e um das razões porque gosta de viajar porque quando está fora, liberto de todos os compromissos familiares, consegue arranjar tempo para si) e eu lá vou conseguindo manter o meu ioga, apesar de estar longe de o fazer todos os dias como gostaria.

Foi em 2018 que a Makuks começou a usar lentes de contacto e que continuou a sua saga do aparelho nos dentes. Esperemos que em 2019, finalmente desapareça.   

O Grandalhão fez ao todo 21 viagens – Portland (6); Lisboa (4); Paris (2); Londres/Oxford (2); Bélgica (2); e Moscovo, Brasil, Luxemburgo, Barcelona e Istambul. Eu fiz 18: Luxemburgo (7); Lisboa (5); Nova Iorque (2) e; Brasil, Oxford/Londres, Varsóvia e Colónia. Verdade que algumas foram juntos, de férias: Lisboa, Brasil, Oxford/Londres mas tudo o resto é o corrupio da vida louca que vivemos.

No final de Março e inicio de Abril fizemos uma viagem maravilhosa ao Brasil – um espaço paradisíaco o Club Med do Rio das Pedras – naquele jeito brasileiro relaxado e festivo pudemos descansar com a incursão, no dia em que a Makuks fez 12 anos, a cidade maravilhosa.

Em Maio, a Makuks teve a viagem a Texel seguido de um fim de semana de competição no Luxemburgo. E uma miúda rija mas quando a deixei na sexta feira no quarto do hostel a preparar-se para a competição vi-a a quebrar. De cansaço. Felizmente precisa de poucas horas para se recompor e na manha seguinte estava pronta para a pressão da competição e no domingo, resolvemos regressar a casa mais cedo, apesar de um qui pro quo com a treinadora.   

 Em Junho tivémos a visita dos Eddie’s  a nossa casa e a história da garrafa de gin, que tinha água…. Coisas do adolescente Diogo (que eu ate achei graça, agora que passou). Junho foi um mês intenso para o Campeão que teve exames, para a Makuks que teve o seu Syncrobeat (a sua equipa ganhou a medalha de bronze da Age I). Passados os exames, o Campeão teve de duas semanas de estágio em Petten e na Nike findos os quais seguiu para Oxford, para duas semanas de uma curso em liderança e relações internacionais. Sempre a rolar. Aproveitamos para ir a sessão de formatura do curso e conhecer Oxford, e dar uma espreitadela a Londres que vale sempre a pena e a Makuks adora – apesar de ser um mau fim de semana (com a visita do Trump e a final de futebol estava tudo louco).

Finda esta agitação, meados de Julho, os meninos (com o pai a ir com eles e eu a roer-me por não ter ido porque queria ter estado com a Makuks num dia em especial) seguiram para Portugal. Tiveram nos primeiros dias no Algarve com os avós paternos e, apesar dos amigos não estarem porque são cativos de Agosto,  consta que foram bons e tranquilos momentos com os avós. Depois passaram para os outros avós e primos até nós chegarmos para o décimo sexto aniversário do Champs. Guardo com muito boa lembrança o jantar deste aniversário do Champs, com todas as pessoas mais queridas, sem tensão, foi um momento bom e alegre – a repetir!

Tivemos em Portugal quase duas semanas no Verão - e a Makuks teve a sua primeira aula de condução. Sobretudo em Magoito e tranquilos. Eu e o Grandalhão resolvemos que no próximo Verão não iremos a Portugal fazer férias – tudo a correr bem fazemos um fim de semana prolongado para matar saudades e as ferias algures noutro local – ainda em negociação.

Em Setembro as aulas e as actividades – râguebi e natação sincronizada – recomeçaram. E a lesão do Champs também voltou para tristeza de todos no final do mês fazendo-o parar com a acividade e voltando para actividades de índole politica – também desperto pela candidatura a Presidencia da Associação de Estudantes da sua escola – não ganhou as eleições mas foi depois convidado para integrar a equipa da associação de estudantes, algo que me parece tem feito com gosto.

Outubro foi um mês muito normal para os meninos – tirando a primeira viagem de representação da escola a Bruxelas do Champs num fim de semana, e, complicado para nós de gerir com muitas viagens de trabalho, duas das quais longas. Em Novembro, o Champs fez outra viagem, de uma semana, e a Munique para as Nações Unidas. As fotos do ano lectivo 2018/2019

Chegados a Dezembro, novamente exames para o Champs, novamente viagem do Grandalhão a Portland, novamente espetáculo da Makuks de natação, e finalmente férias de Natal com uma visita muito acolhedora a Lisboa para passar tempo com os nossos e regressar para os prepararmos para um novo ano, novo recomeço, novas 365 hipóteses.

No meio destas loucuras conseguimos uns tempinhos para fazermos coisas que gostamos – para mim a nao esquecer este ano da exposição Classic Beauties no Hermitage em Amesterdão com uns mármores lindissimos; a visita aos magníficos jardins e Palácio de Queluz; a exposição da vida de Buddha na Neue Kerk em Amsterdão, que foi inaugurada pelo Dalai Lama. Idas ao cinema a três (o Champs ja nunca nos acompanha mas a Makuks gosta do programa e fomos pelo menos ver os seguintes este ano: Darkest Hours, Jurassic Park, Alfa, Mama Mia, Bohemian Rapsody, Fantastic Beasts – Crimes of Grindelwald. E fomos a um concerto de Iron Maiden, ao Cirque do Soleil (que este ano não foi especialmente bom), à Opera.

Em termos profissionais, o Grandalhão continua na Nike, sempre a ser convidado para a sede nos EUA. Eu, com reservas que muitas vezes creio fundadas, larguei a minha actividade enquanto profissional independente e consultora para integrar os quadros da LCN Capital Partners num desafio que acreditei diferente. Continuo muito desequilibrada e penso, não sei se com razão ou não, que não me deveria ter deixado seduzir pela oferta e devia ter protegido a minha Independência e liberdade. Um dia de cada vez, é o sentimento do momento.  
Nisto tudo, (e a contragosto) so descobri uma foto dos 4 juntos: 
Um ano cheio. Agora que iniciamos o novo ano (gregoriano), e em breve (5 de Fevereiro o ano chinês do porco) estamos em fase preparatória, naquilo que podemos influenciar, para ele. E promete, se nos continuarem a seguir e quiserem saber.

Venha 2019! Que seja um ano de transformação.
Patricia  

1.1.19

Natal


Mais um, entre família e amigos. Fizémos uma viagem curta desta vez - com muito poucas prendas compradas o primeiro dia em Portugal (23 de Dezembro) foi nos centros comerciais…



No final do dia, tivémos o já tradicional jantar dos primos, desta vez acolhido na casa da C e do B. Sempre muito agradável, comida deliciosa e muito bom ver como os meninos crescem e se individualizam. 

No dia seguinte, a véspera do Natal, foi em casalinhos com pais, irmão, cunhada e sobrinhos. Jantar maravilhoso com a mesa alegre e abundante, seguida de uma entrevista da minha mãe aos seus 4 netos pedindo-lhes para falarem sobre os seus planos sobre o que pensam fazer no futuro e como este será. Todos tem a sua ideia, esperando estarmos todos cá para vermos o que vai acontecer – nunca é linear, ou o que se planeia…

Prendas, de coração mas demasiadas. E uma sessão dos filmes do Hobbit que passava na TV.



O jantar de Natal foi em Lisboa com os sogros e cunhada. O aclamado perú e também comida vegetariana para quem por ela opta. Mais prendas. Também de coração e demasiadas.


Dia 26 foi um dia calmo para me dar a oportunidade de comer o meu crepe gelado com a Makuks.



Dia 27 tomámos o pequeno almoço com a Marta e o Fred. Sempre tão bom estar com amigos de longa data.
 E no final do dia mais um jantar com primos, desta feita do meu lado, para acabar a viagem a Lisboa em beleza.  
Por fim dia do regresso a casa. Pesado, porque chegamos a casa e devido a problemas com a canalização não temos duche por uns dias – felizmente temos a banheira – mesmo porque são dias que se quiseram calmos e lentos até ao Ano Novo.



Patrícia