30.6.10

Final do ano lectivo 2009/2010 – Miminha

Para a Miminha foi o primeiro ano na escola. Um ano de desafios: foi iniciada na língua francesa e inglesa uma vez que este ano decidiram começar o sistema de ensino bilingue.

Confesso que no inicio do ano estava algo apreensiva, tendo em conta que aos 3 anos já levava português e holandês na bagagem. Mas aqui estamos, findo o ano lectivo com ela a falar também francês e claramente iniciada no inglês. Um absoluto espanto! Em 43 itens avaliados teve apenas 5 com a nota “competência em curso de aquisição” e todos os outros “competência adquirida”.

Na festa da escola, os pequenotes cantaram lindamente as suas canções em inglês e francês.

Também da sua classe partem alguns meninos: o Simon para França, a Maelle para a escola holandesa, e outros que não sei bem.

Ficam alguns dos lindos e coloridos trabalhos do ano.








Patrícia

Final do ano lectivo 2009/2010 – Campeão

O ano lectivo acaba amanhã. O Campeão passa com louvor para o CE2 ou, para quem prefere a minha escala, para a terceira classe.

Da sua classe alguns amigos ja sabemos que vão partir: a preferida Azylis que parte para a Grécia, o Maxime e o Léon, para a escola holandesa. Mas antes, fizeram um belo espectaculo na festa da escola.

Altura da casa ser assaltada com os trabalhos do ano, alguns dos quais ficam registados.





Patrícia

22.6.10

Reflexão despoletada por uma das nossas fotos da Tunisia

O Anuncio da Adesão á CEE

Dei comigo a relembrar uma imagem que retive em 1984, há portanto mais de vinte e cinco anos. Num dia de calor abrasador, ás duas e pouco da tarde fiquei retido numa passagem de nível á entrada de Coimbra, aguardando que o comboio passasse e alguém abrisse as cancelas.

O calor era sufocante. Insuportável. Sem ar condicionado no carro, ao fim de quase três quartos de hora de espera, já não sabia o que fazer: se ter os ventiladores ligados, se desligados, as janelas abertas ou fechadas, ou ambas as coisas.

Indignado também pela pressa, considerava inadmissível que á entrada de uma grande cidade, pudesse ainda subsistir um sistema daqueles forçando a inaceitáveis e intermináveis esperas. A minha e, claro está, e a de uma enorme fila de carros, autocarros e camionetas que se apinhavam, a perder de vista, pelos dois lados da linha. Nos outros dias, no dizer de muitos, era sempre o mesmo, precisamente naquela hora a que retomavam usualmente as suas actividades da tarde.

Foi enquanto desesperava com o problema da climatização que ouvi, a rádio, anunciar que tinha sido aceite, por Bruxelas, o pedido de adesão de Portugal e Espanha á CEE. Olhando então pela janela direita do carro recordo a imagem de um velho lavrador que, sob aquele sol abrasador, tentava árduamente manobrar uma junta de bois com um grande arado em madeira revolvendo, á sua passagem, enormes blocos de terra endurecida pela secura extrema daquela primavera.

Retive esta imagem ao ouvir a notícia, e ainda hoje a associo invariávelmente á adesão de Portugal á CEE.

Na altura já conhecia (empresarialmente) alguns países europeus, as suas mentalidades, o seu nível de desenvolvimento, de educação, as suas capacidades de organização, formação e conhecimento. Questionei-me então, a mim próprio, se este país, ainda naquele débil estádio de desenvolvimento, sem infraestruturas, formação e tecnologia, poderia vir a “suceder” num espaço alargado de mercados altamente competitivos.

A verdade porém é que não íamos sózinhos: nesta matéria, a Espanha não divergia muito de nós. Fiquei portanto esperançoso, e naturalmente satisfeito, mas também a recear que, apesar dos enormes apoios esperados da CEE, tivéssemos capacidades mínimas de sucesso para uma “requerida” convergência económica e financeira de longo prazo, ambas altamente exigentes, e de voltarmos a repetir erros passados.

Voltei a pensar que não tinha emenda: o mesmo meu pessimismo de sempre, pois claro!

É que o país estava social e económicamente bastante debilitado: tinha acabado de sofrer (1983/84) um “tratamento de choque” duríssimo do FMI, tenazmente conduzido por Ernâni Lopes, num esforço derradeiro de reequilibro das finanças públicas e relançamento económico, muito penoso para todos os portugueses: com uma inflacção superior a 20% e fortes desvalorizações da moeda, as empresas estavam fortemente descapitalizadas, sem acesso a financiamento interno, e muito menos ao investimento. Foi uma lição pesada.

Naquela altura ninguém pagava a ninguém: a começar pelo Estado, e a acabar nas pessoas, passando óbviamente pelas empresas. Os bancos não tinham crédito para conceder, e as empresas que o tinham plafonavam-no (pagavam empréstimos com crédito novo, ou reformavam a dívida a cem por cento), cativando-o. Lembro-me de ter de a ir ao Banco de Portugal negociar directamente os empréstimos superiores a 30 mil contos, (que nem me chegavam para pagar os salários de um mês) e de ir ao Barclay´s, a Londres, negociar directamente crédito externo para financiar a actividade corrente da empresa.

Multiplicavam-se falências, salários em atraso, despedimentos, forte desemprego e emigração. Os activos reavaliavam-se anualmente, para evitar as falências técnicas.

Nas empresas, a palavra investimento era “proibida”, e não ter salários em atrazo uma distinção. Até o Estado teve que pagar o 13º mês com Certificados de Aforro!

Com a Adesão, o salto apresentava-se, de facto, gigantesco.

Cito um pequeno exemplo: em 1977, enquanto controller da empresa (com mais de 2.200 trabalhadores) preparava o Orçamento cumprindo naturalmente as regras e as matrizes da CUF desagregando a sua vertente comercial, em duas grandes rubricas: o mercado interno, e o externo, sendo que o interno representava o mercado do Grupo (e das suas associadas), e se estimava rondar os 2,5 milhões de consumidores onde concorríamos quase sózinhos.

Três anos mais tarde, dada a grande necessidade da empresa (e do país) obterem divisas, exportando, houve que ajustar este conceito passando então a abranger todo o mercado nacional, alargando-o para 10 milhões.

Com a CEE, oito anos depois, aquele mercado passara “nominalmente” para 260 milhões. E se hoje a empresa existisse, com 500 milhões, seria duzentas vezes superior.

Já então se falava de uma enorme oportunidade mas,... e a enormidade da concorrência?

Era esta a dimensão do salto, e esta foto recente da Tunísia sugere-o.

Mais verde, menos agreste, esta imagem é em tudo idêntica á que retive há 26 anos, em Coimbra. Não só a foto, claro, mas também o contexto do país: Déficit, Dívida e Desemprego. Os mesmos três “D” do passado, a que voltaremos a ter que acrescentar o quarto (o da Desvalorização, com ou sem ...FMI).

Isto porque por cá há quem pense que, por não verem hoje imagens destas ás portas de Coimbra, estamos bem melhor que a Tunísia: é que nós temos a A1, e eles não.

Talvez por isso há quem queira o TGV, para por lá passar mais ao largo, e ainda mais depressa.

Até pode ser que Coimbra saia mesmo do mapa. E não fará falta: de avião, automóvel ou TGV, a cidade, as suas cancelas e os seus malfadados congestionamentos, áquela velocidade, nem se vêem!

São as dinâmicas dos tempos: tal como aquela imagem se projectou numa foto, e esta, neste filme...

Carlos

e eu que nunca gostei do homem

Macário Correia proíbe pausas prolongadas para café

Faltas injustificadas, processos disciplinares e quebra no vencimento é o que pode acontecer aos funcionários da Câmara de Faro que fazem pausas para café demasiados prolongadas, disse à agência Lusa o presidente, Macário Correia.

O presidente da Câmara de Faro assinou recentemente um despacho interno alertando os funcionários para que se fossem detetadas pausas para café demasiado longas o facto seria tratado como uma “falta injustificado”, uma sanção com consequências disciplinares que pode levar à quebra de vencimento.

“Estou a fazer um alerta para puxar pelo brio e dever profissional de que as horas de serviço são para trabalhar (…). Temos de respeitar os cidadãos que às vezes estão ali em fila à espera e há alguém que está no café em vez de estar a trabalhar”, disse o autarca Macário Correia, em entrevista à Lusa.

O responsável pelo Sindicato dos trabalhadores da Administração Local (STAL), Hélio Encarnação, contactado pela Lusa, explicou que o sindicato quer falar com os funcionários para “perceber se há justificação” para as medidas tomadas pelo autarca.

O que o presidente Macário Correia fez foi “um ato administrativo” e se houver casos de exagero ou abuso na duração das pausas “devem ser corrigidos”, mas temos de perceber com os funcionários se há justificação para os atos, explicou o sindicalista, afirmando que de momento não serão tomadas nenhumas medidas.

Macário Correia afirmou que dos 1030 funcionários da Câmara de Faro “a grande maioria das pessoas cumprem os seus deveres, mas há umas dezenas que não o fazem” e é para esses trabalhadores que o autarca assinou um despacho interno proibindo as pausas de café mais longas.

O presidente na Câmara de Faro recordou que havia constatado “há muito” que alguns profissionais da autarquia “passavam muito tempo num pequeno bar camarário ou no café das redondezas, atrasando os processos”.

Depois do primeiro alerta, Macário Correia decidiu mesmo proibir as idas demoradas ao café no horário de expediente e ordenou o encerramento do bar da Câmara de durante a parte da tarde, limitando o horário matinal entre as 07:00 e as 10:00.

Quando Macário Correia foi presidente na autarquia de Tavira, já havia implementado um sistema de controlo de assiduidade dos funcionários, tecnologicamente avançado, onde os funcionários colocavam as suas impressões e o seu tempo de trabalho era assim controlado.

Na Câmara de Faro o sistema ainda não está instituído e é ”muito atrasado”, tendo Macário Correia optado “um cuidado acrescido”, como o próprio assim definiu a ordem.

in www.ionline.pt

Nuno

20.6.10

América Latina

A semana passada e em trabalho, o Grandalhão andou a percorrer alguns países da América Latina. Valeu-me a Sogrinha que se disponibilizou para nos estabilizar neste período. E assim fez, sempre com tranquilidade.

Trouxe das suas visitas por aquelas terras:

- umas sandálias todas “fashion” do Brasil para a Miminha mostrar os seus lindos pézinhos no Verão

- a camisola do ídolo de futebol do Campeão neste mundial (sendo que a camisola de Portugal já um amigo lhe tinha oferecido)


- para a aquecer a friorenta da casa, directamente do Chile, uma manta típica de um “huaso”

Uns sortudos!

Patrícia

13.6.10

Comida orgânica

Nos últimos anos temos aumentado o nível de consciência ecológica a todos os níveis: as alterações climáticas, o problema da escassez da água potável. O que quer que se faça tem de se fazer de forma sustentável, ou seja, respeitando e preservando a biodiversidade e os ecossistemas naturais.

A perspectiva ecológica está também a incidir (e fortemente) na alimentação.

Para os descrentes, que dizem que toda a comida é necessariamente biológica e orgânica, deixo o pouco do resultado da minha pesquisa. De facto, usar a etiqueta “orgânico” para distinguir um tomate de outro é esticar o sentido original da palavra, de algo vivo ou derivado de matéria viva. Nesse sentido, a ideia de tomate inorgânico é uma contradição em termos e assim sendo, toda a comida seria orgânica, independentemente de como é produzida.

O sentido especifico da expressão “orgânica” usado actualmente, data de 1942 quando Rodale defendia que se devia manter a fertilidade do solo através da colocação de matéria orgânica no solo, ao invés de apostar na colocação de “inorgânico”, ou seja, fertilizantes de composição quimica vistos então como a agricultura moderna.

Este termo depressa se destacou e as definições começaram a variar e a ampliar-se para também incluirem as ideias de vida saudável, formas de distribuição equitativa, preocupação com a vida animal, etc, e a definição actualmete aceite é de que a agricultura orgânica é um sistema de agricultura que promove a produção de comida tendo em conta a perspectiva ambiental, social e económica.

Assim, comida orgânica é benéfica para a nossa saúde porque obtida sem recurso a fertilizantes, pesticidas ou hormonas de crescimento.

Mais, este conceito está devidamente regulado. Para se dizer que provém de agricultura ecológica é preciso respeitar uma série de critérios e passar por uma certificação. A União Europeia tem legislação sobre o assunto desde 1992 e, a partir de Julho de 2010, o logo abaixo será obrigatório em todos os produtos de comida orgânica pré-embalados.


O logo já é conhecido como a folha europeia, porque nasce do cruzamento das estrelas europeias com a ideia de natureza (forma da folha e cor).

E muito mais há para descobrir nesta área. Recomendo, para começar, o site da Comissão Europeia:
http://ec.europa.eu/agriculture/organic/home_en

Patrícia

12.6.10

CE1 2009/2010- Avaliação nacional

Há umas semanas o Campeão andou a fazer exames. Foram avaliações nacionais em francês e matemática que permitem situar a aquisição de conhecimentos dos alunos em relação ao programa.

O exame era composto de 60 items em francês e 40 em matemática.

Abaixo ficam os resultados do pequenote.

O resultado que mostrou foram conhecimentos "muito sólidos" tanto a francês como a matemática.

Note-se que, segundo a professora, 5 dos items avaliados não foram ainda abordados nas aulas (sendo que dois eram de gramática e ele, pelos vistos institivamente, acertou).

Patrícia

6.6.10

O código da casca dos ovos

Se repararem, os ovos que compramos têm um código alfanumérico que refere o modo de produção do ovo.

O mais importante desse código é o primeiro número que tem o seguinte significado:
0 – ovos de criação biológica - a galinha que pôs o ovo vive no campo, vê a luz do dia, cada galinha tem espaço para se mover livremente e é devidamente alimentada (sem antibióticos).
1 – ovos de galinha criada ao ar livre - a galinha que pôs o ovo vive no campo, vê a luz do dia e cada galinha tem espaço para se mover livremente.
2 – ovos de galinha criada no solo - a galinha que pôs o ovo vive também num espaço super povoado (cerca de 12 galinhas por m2) e não vê a luz do dia.
3 – ovos de galinha criada em gaiolas - a galinha que pôs o ovo vive enjaulada, sem espaço e nunca vê a luz do dia. Tem tão pouco espaço que lhes cortam o bico para que não se biquem umas as outras.

Estive a ver estatísticas (do Reino Unido) e claro que os ovos começados por 3 são os que mais se consome. Há, naturalmente, uma diferença de preço mas que é devidamente compensada pela melhor alimentação e pela dignidade dos bichos, pelo que toca a ter em atenção e comprar ovos começados por 0 ou 1.

Para mais informação e curiosidades sobre ovos: www.anapo.pt.

Patrícia

As plantas que nascem no vaso

Grande parte dos tempos livres da minha infância e adolescência foram passados no campo e praia.

Desde pequena me lembro de adorar ajudar o meu avô paterno na construção do jardim da sua casa do campo. Isto, lembro-me que incluía:
- tirar as ervas daninhas;
- preparar a terra (misturando estrume de vaca);
- plantar sementes, plantas, arbustos;
- delinear os canteiros, apanhando pedra a pedra e alinhando-as onde se queria ver o canteiro;
- caiar cada uma das pedras;
- podar os arbustros...

Já na adolescência passaram os meus pais a ter um bocado de terra que utilizavam tanto quanto jardim como como horta e pomar. Louvor aos meus pais cresci com este gosto por plantar e esperar que vingasse. Fazia parte da rotina dos sábados de manhã ir aos centros de jardinagem buscar plantas e flores que plantávamos ora no jardim ora nos canteiros de cada janela da casa e, uma vez por mês (com especial atenção nos meses da Primavera), íamos ao mercado da localidade comprar árvores de fruto e sementes.

O jardim separava-se da horta e do pomar. A horta foi tendo diferente espaço no terreno. Daquele terreno tirámos batatas, cebolas e alhos (que a minha mãe entrançava e pendurava no telheiro), abóboras, meloas, melancias e melões, feijão verde, ervilhas, favas, alfaces, couves, cenouras, tomates, morangos, uvas. Do pomar as pêras, as ginjas (com o qual a minha mãe fazia a sua deliciosa ginjinha), as maçãs reinetas, as nêsperas, os abrunhos e ameixeiras, as romãs (que para minha frustração nunca foram doces), os pêros, os marmelos, os kiwis, os limões... E eu adorava inventariar as nossas árvores de fruto e comer aquilo que era nosso. Creio que, também e talvez em grande parte por isto, vou ser sempre uma acérrima defensora daquele bocado de terra, que como a magnifica personagem Scarlet O’hara do filme “E tudo o tempo levou”, acaba o filme a dizer que há um chamamento qualquer muito especial da nossa terra (e no meu caso do mar também mas essa é conversa para outras núpcias).

E aqui estamos nós, em pleno século XXI com plena consciência de que temos de mudar de hábitos de consumo, que temos de tornar o nosso mundo sustentável, que devíamos produzir mais aquilo que comemos (porque é melhor para o planeta e porque nos enche de uma satisfação incomparável e que nunca tiraremos da prateleira da loja, ainda que sejam produtos orgânicos e de produção biológica como cuido adquirir).

Quando os meus pais cá estiveram da última vez, fizeram, noutra escala, com os pequenotes, o que faziam comigo: plantaram sementes num vaso. Os filhotes têm tido muito cuidado em tratar das plantas que neles vingam, regando-as com uma disciplina exemplar. Com 4 semanas eis o resultado:


Isto tem sido um alerta para mim de que algo não está certo quando na infância dos meus filhos o que cultivam e veem crescer são sementes num vaso da varanda. Sabe a pouco quando sei que essas memórias são tão vivas e queridas para mim.

Patrícia

5.6.10

favorecimentos

Depois de anos a ser injustamente acusado de favorecer a Catarina em detrimento do Diogo, eis que aparece a própria alegada vítima (o Diogo) a repôr a verdade.

Disse hoje o filhote que todos na família (incluindo os avós) excepto eu prestam mais atenção à Catarina.

Embrulha...

Nuno

a loucura do futebol

Como é do conhecimento de quem segue este blog, fui no mês passado a Lisboa com o Diogo para, entre outras coisas, testemunhar a conquista do campeonato pelo Glorioso.

Na altura fiquei chocado com o entusiasmo colocado nas celebrações por massas incontáveis de gente, em contraste óbvio com o desmazelo com que a média dos Portugueses parece abordar o trabalho, a poupança e outros temas tão intimamente ligados ao crítico estado económico e social do país.

Em paralelo, o Diogo tem demonstrado nos últimos meses uma paixão desmesurada por todo e qualquer tema ligado ao futebol. Gosta de jogar, de ver e de se informar sobre o assunto, procurando decorar os nomes dos jogadores de todo o mundo e estar a par dos resultados dos principais jogos de todos os campeonatos.

Ora, como em tudo na vida, o equilíbrio é fundamental. Procuramos portanto motivá-lo a remeter o futebol ao seu estatuto natural de actividade lúdica e a dedicar atenção a outros assuntos, entre os quais o seu desenvolvimento escolar, temas sociais (investimos fortemente na sua consciência social), artes, ciências e até outros desportos. Enfim, nada de extraordinário, diria eu.

Mas eis que estamos às portas do Mundial e o mundo fica louco. Bandeiras desfraldadas, camisolas e cachecóis aos molhos, os media dominados pelas notícias do futebol e o povo na expectativa. Tudo se esquece e perdoa e as selecções são olhadas como entidades abstractas, como comunidades de estrelas sem qualquer ligação à realidade dos seus países de origem.

No futebol tudo é possível. A selecção de um país em plena guerra civil pode superar-se e derrotar a de um outro com os níveis mais altos de desenvolvimento. E o povo sai à rua e celebra, como se essa vitória mudasse alguma coisa e esquecendo a sua própria realidade e a perversão social do dinheiro movimentado pelo futebol.

Mais uma vez o contraste é agoniante: de um lado a crise mundial, com os PIIGS e agora a Hungria nos escaparates pelos piores motivo, do outro os calendários dos jogos e as notícias fabulosas das transferências de jogadores. Espanha atravessa um momento gravíssimo mas o Real Madrid domina o imaginário de todos pelas contratações milionárias.

E ninguém quer saber pois o futebol é o novo ópio do povo. Talvez seja melhor assim: enquanto o pau vai e vem folgam as costas...

Nuno

4.6.10

Corrida da luta contra a fome

Foi hoje.

Novamente (e bem) este ano a escola se associou a este evento organizado pela Action Contre la Faim (www.coursecontrelafaim.org).

É uma acção contra a fome para pequenotes. Eles correm contra a fome. São patrocinados por familiares e amigos que lhes prometem dar um montante por cada volta que completarem e o dinheiro dos patrocinios é entregue á ONG e usado, espera-se, na luta contra a fome.

O Campeão fez 20 voltas e, portanto, vai contribuir com 100 Euros.

A Minúscula superou as expectativas na sua primeira corrida. Deu 16 voltas (conforme se vê pelo bilhete da professora) e vai fazer a sua primeira contribuição de 80 Euros.

Agradecemos aos patrocinadores que neles acreditaram e a motivação dos meninos numa luta que devia ser de todos. Assim se formam consciência e responsabilidade social.

A mãe muito orgulhosa,

Patrícia

mar impossível

Na neve mais pura escrevo
As saudades do meu mar:

Tenho saudades da areia
Branca de neve ao luar

Tenho saudades do vento
Que sopra breve, indeciso,
Leve como um pensamento
Do céu azul, calmo e liso.

Tenho saudades das ondas,
Das conchas e das sereias.
Aqui as ondas são poucas
E vivem paredes meias

No coração com a saudade
De não ver o mar sem fim.

(Quando não posso cantar
Tenho saudades de mim.)

Luiz de Macedo / Raúl Ferrão
(cantado por Camané)


Nuno