29.5.12

pré-adolescência

Talvez a título de aviso para quem se prepara para cuidar dele no Verão, talvez como desabafo por já ter um filho à beira dos 10 anos, ou provavelmente porque quero tomar plena consciência do começo desta nova fase da vida do nosso filho e de todas as suas implicações.

O nosso Diogão, Campeão, Diogurte, Pirata, Didi, Fifio, Diôgô, Dióurróu (e outros tantos de que agora não me recordo mas que mais tarde completaremos em conjunto) está em avançada fase de pré-adolescência, com todos os sintomas conhecidos em plena evidência: despassarado, despachorrado, amuado, bruto, hipersensível e rezingão.

Ontem, pela primeira vez na vida, não queria jogar à bola comigo. Diz que sou nabo (algo que não contesto) e que só quero fazer passes, enquanto ele quer marcar golos. Foi sozinho para o parque à procura de companheiros - incentivado por mim, pois isto de ser pai de pessoal crescido tem destas contradicções - mas, face à ausência de actividade futebolística na zona, lá acedeu a dar uns toques comigo e acabou por se divertir.

Felizmente ainda só estamos na pré- e, no meio do remoínho de emoções, o nosso Diogo continua a vir à superfície com frequência. Quando menos se espera solta uma daquelas gargalhadas tão únicas, dá-nos um abraço sentido, larga um gosto de ti casual ou passa a tarde com a kiki a preparar um espectáculo para nós.

Espero que, quando chegar de vez a adolescência, não desapareçam esses momentos. Como pais, sabemos bem o que nos espera e o papel que nos cabe. Mas há sempre a esperança de que os nossos sejam daqueles mais calminhos e de que nós tenhamos sabido e continuemos a saber cultivar neles o gosto pelo tempo passado em conjunto.

Nuno

28.5.12

Século passado

Kiki – Mamã, nasceste em dois mil e quantos?

Eu – Tu (e o mano) nasceram em dois mil. Eu nasci em mil e novecentos. Sou do século passado.

Um frase esquisita, pensei. Olhando pela positiva, já vou tendo alguma bagagem.

Patrícia

27.5.12

Churrascos em casa do John

Não são muitas as noites em Amesterdão em que pode andar só de vestido à noite. Quando essas noites coincidem com o fim de semana e o nosso amigo John resolve fazer os churrascos ao estilo da África do Sul, as noites são uma delícia.

Conversa animada, gin tónico e/ou um vinho, os pimpolhos todos a sirigaitar pelo jardim e pela casa, as brasas, o fumo e cheiro a churrasco da carne a grelhar. Só a temperatura e a possibilidade de estar na rua. A ida e regresso de bicicleta, em família.

Lava-me a alma.

Patrícia

20.5.12

Champions League Final 2012 – Bayern Munique vs. Chelsea

O Di é louco por futebol e por isso resolvemos deixá-lo convidar alguns amigos para assistirem com ele à Final da Liga dos Campeões.

Vieram 5 e chegaram antes do jantar. Foram dar uns toques na bola, depois fomos buscar pizzas e preparámo-nos para o jogo.

Apesar de não haver nenhum alemão ou inglês no grupo e as origens dos meninos serem bem diversificadas (o nosso Di que é claramente português, um irlandês/japonês nascido na Holanda, um francês/holandês nascido em França, um francês/holandês nascido na Argentina, um Belga/Turco e um Serbo-Croata/Americano), estavam todos pelo Chelsea (menos eu que torcia pelo Bayern). O início do jogo foi bastante aborrecido.

Ficou tudo muito desanimado quando aos 83 minutos o Bayern marcou... E loucos de alegria quando o Drogba, pelo Chelsea, empatou aos 88 minutos.Seguiu-se o inevitável prolongamento e depois os penalties. A tensão na sala era grande.


Ficaram muito contentes com o resultado porque o Chelsea ganhou. Pela primeira vez.

O Di pediu aos amigos que assinassem a sua caderneta do evento, para se lembrar desta final.

Agora vamos prepararmo-nos para o Europeu 2012 que está já à porta. A paixão do Di por futebol inspira alguns amigos que, não sendo europeus torçem, em pura solidariedade com o Di, por Portugal. A ver vamos.
Outro plano que convém não perder de vista é o de ver a Final da Liga dos Campeões no Estádio da Luz, em 2014.

Patrícia

Sushi

Na quinta-feira foi feriado por estas bandas e fomos convidados para um jantar em casa de uma amiga japonesa.

O jantar foi sushi e quem o preparou fomos nós com a excepção do arroz, que já estava pronto. O que tínhamos de fazer era por arroz, peixe e vegetais e enrolar o papel da alga.


E depois cortar.


Ficou delicioso. Agora há que comprar os ingredientes e experimentar em casa – suspeito que vá ser bem mais difícil...

Patrícia

18.5.12

Dia da Mãe

Debaixo da almofada dois envelopes com dois postais...


O azul, escrito pelo poeta mais doce do mundo.


O vermelho, pela menina mais querida de todas.



Da Mãe mais parcial do Universo.

Patrícia

13.5.12

Berlim

Esta semana estive 3 dias e duas noites em Berlim para uma conferência de uma Big 4. Viajei depois do dia de trabalho e aterrei em Berlim (Tegel) por volta das 10h da noite. Aeroporto típico de cidade antiga, antigo também ele (nada de mangas e a usarem autocarros para levar os passageiros do avião para o aeroporto), perto da cidade. Apanhei um táxi e indiquei o hotel (no qual me tinha registado através da conferência mas do qual nada sabia).

Boa surpresa quando o taxista pára, a não mais de 300/400 metros da famosa imagem de Berlim, a Porta de Brademburgo. Fiquei contente e obviamente, após o check in no hotel e ter deixado a mala no quarto, ainda voltei à praça para ir ver a dita Porta de perto.

O hotel Adlon Kempinski, é também um dos ícones de cidade. Mesmo junto à Porta de Brademburgo e junto ao Reichstag (que alberga o parlamento alemão). O hotel abriu as portas em 1907 tendo servido o último imperador germânico. Fazia parte da rota dos famosos nas décadas 1920/1930. Em 1945 foi destruído e abandonado tendo sido demolido em 1984. Depois da queda do muro de Berlim, o povo de Berlim recusou-se perder o ícone histórico da cidade e em 1997 reabriu o histórico e luxuoso hotel.
O dia seguinte foi passado na conferência. Entre as 5h (quando as sessões terminaram) e a hora de partida para o jantar de gala (7h) havia algum tempo – tive de optar entre preparar-me para a gala ou ir espreitar os arredores do hotel. Ficam fotos da minha opção em baixo (e a de cima também).
A Porta de Brademburgo - um dos símbolos de Berlim cuja construção foi ordenada (juntamente com outras que entretanto foram destruídas) por um rei prussiano. Rapidamente me vieram à cabeça imagens como: Napoleão e as suas tropas a passar pela Porta em 1806; a Alemanha nazi de Hitler, com as tropas a marcharem para a revista e o líder com aquela imagem por trás; os últimos dias da segunda guerra mundial, em 1945, com as tropas aliadas a destruírem as portas; a divisão de Berlim; o muro de Berlim; a queda do muro de Berlim e a reunificação alemã. Não0 admira, a Porta está carregada de história, e nos dias de hoje simboliza a unificação alemã e prosperidade. Muito da história da Europa passou por ali.
O Parlamento Alemão – onde se decide hoje tanto do que afecta o destino do mundo inteiro.
O muro de Berlim – a barreira fisica entre a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) e a República Federal Alemã (Alemanha Ocidental), construído em Agosto de 1961 e que caíu a 9 de Novembro de 1989, 28 anos depois.
Ainda à espera do jantar tive tempo de beber uma Berliner no bar do hotel.
O jantar de gala foi numa sala do museu histórico alemão
Estava à conversa no cocktail quando fui chamada pela partner da Big 4 do escritório de Estugarda para me juntar à sua mesa (como sua cliente). Uma mesa oval com 10 pessoas – 2 (separadas na mesa, uma das quais eu) não falavam alemão, as outras 8, sim. Pode-se imaginar que a conversa se iniciou em alemão... Até que se forçou o inglês... O que cada um faz (na mesa tax partners da Alemanha e Áustria e os directores da area fiscal da Daimler e de uma poderosa empresa de escavações e contrução , experiências, muita, muita surpresa (e curiosidade) por eu ser portuguesa e um mega massacre: o que andamos a fazer; quando acordamos do século XVI; que temos demasiados doutorados (44% contra 14% na Alemanha); que vamos ter de recuar aos tempos do início da Europa industrializada.

Não foi fácil – nunca é, explicar que há razões históricas e culturais – e ter de ouvir dizer (quando a defender o argumento de que somos periféricos) que os Finlandeses também são, que espero que os Portugueses nunca se transformem em Finlandeses (sem ofensa para estes) mas que a identidade e diversidade nacional deve ser respeitada e que os alemães não podem impôr o seu modo de estar e de fazer as coisas. Acalmou o ataque cerrado, começaram a falar em Lisboa, Matosinhos e Cascais. Em como se está lá bem, e se come bem. Mas a ideia de que os Portugueses são ingovernáveis e irrelevantes (a não ser para consumir os subsídios que a Europa esforçadamente pouca e manda) é o que está na cabeça daquela gente... Diferenciam-nos dos Gregos (não vêm qualquer salvação para a Grécia), para melhor, mas somos farinha do mesmo saco.

Da Alemanha para casa trouxe... deliciosa bolas de Berlim!
Fiquei com muita vontade de lá voltar com tempo mas também preocupada com o que vem aí.

Patrícia

6.5.12

Das férias na Grécia

Nestas férias de Primavera fomos para o resort Gregolimano, na ilha de Eubeia que é banhada pelo mítico mar Egeu. A vista do nosso quarto era de encher a alma – o mar calmo e transparente, as montanhas cobertas de pinheiros e o céu sempre azul e luminoso.


Aterrámos em Volos, num sábado à noite e cansados depois de um longo dia de viagem por causa do atraso do avião. Jantámos e fomos descansar. Descansar foi o que fizemos esta semana mas mais que isso porque o local e a (sorte com a perfeita) temperatura também fazem a disposição. Todos, mas em especial a Kiki que é uma golfinha, nos divertimos pela piscina. Brincadeiras e jogos, bons banhos de água e de sol.


O Di andava de um lado para o outro nas suas actividades desportivas. Fez amizades com meninos franceses e holandeses e andava em perfeita autonomia e consoante a sua vontade de um lado/grupo para o outro. Jogou futebol e fazia parte da equipa que ganhou o torneio tendo recebido uma medalha.


Jogou ainda ping pong, pétanque e tiro ao arco.


Ainda jogou ténis e experimentou ski náutico mas não gostou porque caiu e não sabia que podia largar a corda, de modo que andou puxado a apanhar com a água do mar na cara e não achou muita graça. Todas as noites se juntava aos G.O.s junto ao bar para as danças. Foi (como já é costume) o mais popular da família. Várias vezes era interpelado por meninos (e por vezes graúdos) que sabiam o seu nome.


A Kiki adorava a piscina e nunca perdia uma oportunidade para mergulhar incluindo no mar (bem mais frio do que a piscina). Apesar de ter ido a algumas actividades do mini club, continua a gostar de estar mais à nossa volta. Andámos a apanhar conchas e quase todos os búzios que descobrimos albergavam caranguejos, de modo que sempre os devolvíamos ao mar.


As ondas do mar tinham uma forma artística e a muito ligeira rebentação uma cadência muito mais elevada do que as das nossas praias de Portugal. Ao ver este mar aliado ao clima facilmente se percebe porque os gregos fizeram o berço da civilização ocidental, uma cultura milenar que criou ideias e princípios globais e alicerçou conhecimentos e gerou mitos de sabedoria profunda. Os gregos estão actualmente num período difícil (por não conseguirem manter os 3% - que mais ninguém consegue - impostos pelos alemães) mas a eles devemos muito da humanidade que hoje temos, da Europa que somos (que foram eles que impediram persas, arabes, turcos de invadirem a Europa diversas vezes). Falar de Europa sem a Grécia é, no mínimo, heresia.


Uma vez na Grécia, e apesar dos meninos não apoiarem, era imperativo ir a Atenas. Vimos o estádio Panatenáico, um estádio de atletismo em Atenas que recebeu os primeiros jogos olimpicos da idade moderna (1896). Foi reconstruído, totalmente em mármore, das ruínas de um estádio grego antigo.

Os jogos olímpicos da antiguidade consistiam num festival religioso e desportivo da Grécia antiga e realizavam-se cada 4 anos no santuário de Olimpia, em honra de Zeus, tendo por isso sido proibidos por um imperador cristão no século 4dc por serem uma manifestação de rituais pagãos e reinstalados no final do século XIX.


Visitámos a Acrópole de Atenas. Explicaram-nos que existem muitas outras Acrópoles e que o nome indica que é uma cidade (pólis) no cimo de uma colina (acro). Vimos o Partenon, templo construido em honra da deusa Atena.


Vimos tambem o Erecteion, também em honra de Atena, Hefesto e Erecteu e conhecido como o simbolo do período jónico e com as famosas cariátides, colunas em forma de estátuas de mulheres.


Mas ainda na Acrópole vê-se outras maravilhas, como por exemplo o teatro de Dioniso, considerado o berço da tragédia grega e onde se apresentou as tragedias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes e onde hoje ainda se apresenta grandes espectáculos.


Ainda vimos as ruínas do templo de Zeus.


E o render da guarda na praça Sintagma, onde se encontra o parlamento, em frente ao túmulo do soldado desconhecido. Os soldados sao os Evzones, membros da guarda presidencial grega, e vestem os fatos tradicionais.


De volta ao resort tivémos muitos momentos bons e muito descanso.


A Kiki participou no espectáculo montado pelo mini club cantando e dançando o It's Oh So Quiet e o New York, New York.
 

E corajosamente voou no trapezio.


No último dia, para nossa surpresa, os golfinhos foram fazer uma visita pela praia e brindaram-nos com a sua passagem.

E depois o regresso. Difícil depois de uns dias maravilhosos. Valeram-nos os gatinhos! Obrigada ao meu Grandalhão, que planeou e proporcionou esta semana de sonho.

Patrícia