26.10.14

Fada de Outono

Lindíssima - porque o Outono está cheio de encantos.


Patrícia

Experiências da Kaki

A Kaki anda empenhada em plantar. Antes de ir de férias de Verão plantou umas coisitas: cenouras, flores que,  na sua ausência, morreram.

Na falta de jardim construíu (com a Laura) na varanda, um engenhoso sistema de 6 vasos pendurados e um sistema de régua muito eficiente. Para além do móbil de vasos, ocupou uma boa parte da varanda com outros vasos, nos quais plantou diversas sementes e as rega, religiosamente.

A Laura, entretanto, preparou para a Kaki um puzzle de sementes. A Kaki terá de descobrir o momento em que deve semear as sementes que estão na folha, e ver o que de lá saí.
Se tivéssemos mais espaço, como um jardim, estou convencida de que teríamos abastecimento de alguns legumes e frutas. Tudo fresco e á mão de apanhar. O desafio seria o Verão.

Patrícia

19.10.14

Um dia com amigos imaginários

Que eles existem, já sabíamos. Mas com esta experiência, conseguimos vê-los...


Patrícia

11.10.14

11 de Outubro de 2014

Título banal, uma simples data. Uma data única como outra qualquer. Todas as datas são únicas, todas são essencialmente iguais. Em cada uma juntamos horas à anterior, exercício mecânico e replicado à exaustão até nos trazer até esta.

À falta de de tema melhor, falamos do tempo. Não deste tempo, do outro dos graus e da precipitação. Porque não este, afinal também é tempo. É aliás mais tempo do que o outro, que só na nossa língua se confunde com o verdadeiro. Que tem a geada a ver com a entropia, a não ser que para ela contribui. Pouco interessa, qualquer dos tempos serve na verdade. Ambos preenchem o vazio das conversas e compensam o desinteresse subjacente pelo outro.

Começo então pela data. Vazio ocupado, passo seguinte. O conforto da expectativa cumprida. Já nem me lembro porque fui por aí. Sim já sei, queria erguer um marco para a posteridade. Lá está, a data enquanto elemento de unicidade imposta. De contexto também, tal como o outro tempo. Um evento à luz do sol em nada se assemelha a outro (ou até ao mesmo) ao som da trovoada. Começo agora a entender porque a ambos se chama tempo.

Nunca mais serei como hoje. 11 de Outubro de 2014. Brutal. Finito por definição, hoje estou vivo e consumo a minha quota diária de existência. Esta acaba aqui, no fim de hoje. Pouco interessa se mais terei, ainda que por arrogância o assuma. Por magnífica ironia, paz de espírito alcançada por grotesco desinteresse. Por perfeita contraposição, a angústia provocada pela consciência. Hoje estou aqui e observo o fim deste dia irrepetível.

Regresso ao objectivo inicial, deixar uma marca de quem sou hoje para mais tarde lamentar. Sinto hoje a falta de tudo o que fui, mais hei-de sentir a do que agora sou. Se fosse possível capturar para sempre os momentos. Não há memória natural ou artificial que compense a perda. Os momentos esgotam-se, ainda que muitos restem pela frente. Este que agora vivo já foi. O futuro que se torna passado num suspiro, a vida de expectativa que aos poucos se metamorfoseia numa vida de saudade.

Tenho um menino e uma menina. São magníficos, cada um à sua maneira. Não chega dizer-lhes isto, não chega o meu amor, vão crescer e mudar e seguir sem mim. Nem sequer importa se sei e me preparo, não saberei lidar com isso. A glória que vivemos é finita e nada deixa para mais tarde. Tenho um menino e uma menina que me fazem rir sem razão. Ele nobre, ela indomável.

Que pensas tu meu anjo, enquanto enrolas o cabelo e finges estudar a lição. Olhas para mim e nada dizes mas sei que me julgas. Até entre pais e filhos um fosso inultrapassável. Sim já fui como tu. Entras de rompante e fazes-me esquecer, fazes-me acreditar.

Nuno