7.8.17

Califórnia – Muir Woods

Quando me apercebi que, indo a São Francísco, teríamos a possibilidade de visitar uma floresta nativa com a sequóias gigantes, fiquei maravilhada. Para mim, árvores são seres mágicos e estas, pelo tempo que têm, são absolutamente fascinantes.

Muir Woods é monumento nacional desde 1908 mas mais importante que isso, é uma floresta primitiva (e virgem e nativa), quer dizer, uma floresta antiga que nunca sofreu perturbações significativas ou foi explorada ou influenciada (directa ou indirectamente) por humanos e que portanto exibe características únicas. Actualmente, florestas primárias são muito raras. O que encontramos são florestas secundárias (ou seja, regeneradas após uma perturbação grave que pode ser por exemplo um incêndio, uma infestação de insectos ou, mais comum, de colheita.

Uma das caracteristicas destas raras florestas nativas é que alberga árvores muito antigas.

Em Muir Woods existem as sequóia-vermelhas (reedwoods ou sequoia sempervirens), a única espécie sobrevivente de sequóias, nativa da América do Norte, em especial da costa Oeste dos EUA onde existem, exemplares entre 1200-1800 anos.

A espécie destaca-se: pelo seu grande porte podem atingir 115m de altura e o tronco 9 metros de diametro; e longevidade, estão entre os seres vivos mais antigos do planeta terra.

Porque esta árvores tem grande porte e a madeira é resistente a ataques de insectos e a incêndios depressa foi usada pela indústria madeireira na construção de casas, caminhos de ferro, etc. Li algures que uma só árvore deu origem a 200 casas! Claro que a indústria madeireira depressa dizimou a população existente destas árvores existentes que está agora muito  limitada – estima-se que inicialmente haveria algo como 8.000km2 de floresta primária contend redwoods e no inicio do século XX, a maior parte destas florestas tinha sido cortada, apenas restando, a Norte de Sao Francisco uma floresta velha intacta, especialmente pela inacessibilidade. 
William Kent, apercebeu-se disso e comprou 247ha de terra por USD 45,000 com o objectivo de proteger os redwoods. 

Em 1908, Muir Woods tornou-se monumento nacional por decreto do president Roosevelt, o primeiro monumento nacional a ser criado por terra doada por um privado. O nome “Muir” foi uma forma de agradecer a John Muir, um naturalista e activista que criou a Sierra Club e inspirou muitos dos movimentos em defesa do ambiente. Contou-nos isto o nosso amigo Chris, que trabalha no Sierra Club.

O parque está aberto todos os dias mas tem grande limitação de estacionamento. Chegámos às 7.30 da manhã, passando primeiro pela Golden Gate Bridge – ícone de São Francísco (e que mostrou possível o desenvolvimento da tecnologia das pontes suspensas e inspirou a nossa ponte 25 de Abril) e para evitar o problema de estacionamento e o fluxo de gente.

Os nossos amigos foram ter connosco e iniciámos o passeio de 2 horas pelo santuário de árvores.
Ficam as fotos, que deixam muito a desejar do que se vê e sente no local.






 



 










 

 
 





 



 


 
Fiquei absolutamente deliciada. E confirmei que é isto que quero fazer: proteger as florestas primitivas e reflorestar.


Patrícia

6.8.17

Califórnia – São Francisco

O terceiro dos Estados dos EUA que visito, depois de repetidas visitas a NY e de Oregon.
Estando em Portland, estivémos indecisos durante a semana se iríamos ou não, apesar de uma viagem relativamente curta, há sempre a logística: passagens, hotel, carro e tudo o mais que era preciso resolver.  Mas lá nos entusiasmámos, quando soubémos que poderíamos rever uns amigos que (com muita pena nossa) deixaram Amesterdão há 5 anos atrás para regressar ao seu país de origem (isto depois de terem vivido 20 anos na Europa). Atrevemo-nos e fomos a São Francísco.

Chegámos de tarde, e ao Grandalhão coube a tarefa de conduzir até ao centro da cidade onde tinhamos reservado o Westin San Francis. Literalmente o centro: Union Square. Eu teria tido receio, era hora de ponta (sexta feira ao final da tarde), São Francísco tem imensas colinas e imensa gente – pareceu-me algo semelhante a conduzir no Arco do Triunfo em Paris ou na Times Square em NY. O Grandalhão, sereno, lá nos levou seguros a bom porto.

O hotel era gigante. Pousámos as coisas e tínhamos de sair para Berkeley, onde os nossos amigos no esperavam.

Ainda fizémos um pequeno passeio pela Praça e ruas à volta. Imensa gente: locais (integrados e sem abrigo), turistas, etc



As colinas, o eléctrico, a vista sobre água fez-me de alguma forma pensar em Lisboa.
Depois rumámos a Berkeley, do outro lado da Baía. Os nossos amigos vivem numa casa super agradável, como eles dizem: “uma vista com casa”. A casa está situada numa colina e tem uma vista absolutamente fabulosa para São Francisco onde ser consegue ver as pontes e a cidade. Uma casa com jardim, espaçosa e muito acolhedora. Tal como os nossos filharocos, os filhos deles estão enormes! O mais velho não nos reconheceu (apesar de saber perfeitamente quem o Campeão era), o Callum, mais novo e grande amigo do Campeão na primária sim, lembrava-se de nós.

Estivémos em animada conversa durante o jantar – sempre tão bom rever amigos! – e regressámos já tarde ao hotel – na manha seguinte tínhamos de madrugar (mas isso fica para outro post).

Depois da manhã seguinte em Muir Woods, regressámos a São Francisco. Passeámos pela Baía, almoçámos e de novo passeámos. Não tínhamos muito tempo.

A Golden Gate Bridge - envolta em nevoeiro, um icone da cidade
 o almoco




A Baia e a ilha de Alcatraz


m&m patrioticos dos EUA
Interessante a explicação histórica que a Dietlind nos deu sobre São Francísco. O Estado fazia parte do império espanhol. O primeiro explorador europeu a avistar e pisar o litoral da Califórnia, em 1542, foi um português (João Rodrigues Cabrilho) mas a serviço da coroa espanhola. A Califórnia continuou inexplorada por 3 décadas até Sir Francis Drake, em 1575 explorar novamente o local e desencadeando explorações por parte dos espanhóis que temiam perder o controlo da região para os ingleses – e assim assentaram umas quantas missões para a colonizacao da região – e por isso, tantos nomes espanhóis e religiosos das cidades da Califórnia (São Francisco, São Diego, Santa Bárbara, São José, Los Angeles, etc).

Após a independência do México (1821), o Estado da Califórnia passou a fazer parte do México, e tornou-se um Estado Norte Americano em 1848. O Estado é conhecido pelo Estado Dourado, e está relacionado com a corrida do ouro (1848-1855), que atraíu na altura todos os garimpeiros (inicialmente nos rios, depois em minas) e aventureiros que vieram de carroça e por mar (oriundos da América do Norte e América Latina, da Europa e da Ásia) a tentar a sua sorte com o ouro. A partir desse momento, a Califórnia, em especial São Francísco, tornou-se cosmopolita, acolhendo e influenciada por gente de todo o mundo. Aliás, este evento tambem ajudou a moldar o sonho americano

“O velho sonho americano....era o sonho dos puritanos, do almanaque de Benjamin Franklin....de homens e mulheres satisfeitos com acumular una modesta riqueza pouco a pouco, ano após ano após ano. O novo sonho era um sonho de riqueza instantânea, ganha num abrir e fechar de olhos, graças à audácia e à boa sorte. [Este] sonho dourado... converteu-se numa parte proeminente da psique americana apenas depois [de Sutter's Mill].

O Estado da Califórnia é visto como um estado líder em termos políticos e económicos (16% do PIB dos EUA vem deste estado). Este ano celebram os 50 anos do “Summer of Love” o movimento hippies dos anos 60.

É uma cidade muito interessante e à qual não me Importarei de um dia voltar e explorar com mais tempo. Um bastião azul e do liberalismo nos EUA, e representada pelo urso.


Patrícia