Estendi-me tanto no último post que agora segue outro a cobrir o resto da visita.
Fomos ao castelo, claro. O Champs e eu bastante animados e a demorar muito mais do que a Makuks e o Grandalhão gostariam. O guia do tour da véspera, tinha-nos dito que esta fortificação é a que mais vezes foi cercada no Reino Unido. Aliás, que no ano anterior tinha sido cercado por 36 activistas...
É um castelo com muita história – mesmo se há quem seja da opinião que um castelo do século XII não devia impressionar um(a) portugues(a) habituad@ a vê-los a pontapé...
As primeiras comunidades cresceram perto do proeminente rochedo (castle rock) onde se construiu a fortificação. O rochedo formou-se naturalmente, estendendo-se por uma paisagem que é o produto da atividade vulcânica inicial e períodos posteriores de intensa glaciação. O cume do rochedo ficaa 130 metros acima do nível do mar, com penhascos rochosos a sul, oeste e norte, subindo a uma altura de 80 metros acima da paisagem circundante. O que quer dizer que a vantagem defensiva do sitio é evidente - e o Diogo andou à volta a ver -, com uma única rota acessível, onde fica a entrada do castelo (a leste), onde o cume se inclina mais suavemente. Acho que o Diogo viu algures que o calcanhar de aquiles era o fornecimento de água para o castelo, apesar do poço ter 28 metros de profundidade. Quer tambem dizer que o horizonte é a perder de vista.
O castelo real data algures do século
XII, sendo inicialmente fortificação e residência real, perdendo o papel
residencial no século XVII e usado como quartel militar, sendo agora claro o
imenso empenho em mantê-lo preservado como património nacional e
a jóia da coroa turística de Edimburgo.
Dentro das muralhas, visitamos também:
- a exposição One Hour Clock - sobre a marcação do tempo que agora é fácil mas assim não era no passado. De modo que se disparava uma bala de canhão exactamente à 1 hora da tarde para afinar a hora para a população e para o porto e suas embarcações (diz-se que ao contrário de muitas fortificações que o faziam ao meio dia, os escoceses escolheram 1 da tarde porque assim poupavam 11 balas por dia – sim, são conhecidos por serem poupados).
- a capela de St Margareth – do século XII e provavelmente a parte mais antiga da edificação.
- regalia – ou as Honras da Escócia que
consistem na Coroa da Escócia, o Ceptro e a Espada do Estado. A coroa de ouro
foi feita na Escócia em 1540 e mantem a forma original. A espada e o ceptro foram
feitos em Itália como presentes do papa. Vimos ainda exposta a pedra do destino
(stone of destiny) ainda usada no presente nas coroações dos monarcas britânicos
(ou seja, em uso em Maio do próximo ano para a coroação de Charles
III).
Satisfeitos com o compromisso do castelo, paramos para tomar um chocolate quente (com um shot de whisky) e scones, no Brodie’s.
A alcachofra, parece ser a flor do local – lembro-me sempre do filme Braveheart, quando a Murron (menina) oferece a William Wallace a flor no enterro do seu pai e irmão, e que ele guarda sempre consigo.
Visitámos o city art center, e passámos pelo Scott Monument – um monumento gótico vitoriano ao autor escocês Sir Walter Scott, que marcou a escrita anglófona, com romances como Ivanhoe, Rob Roy, Waverley, Old Mortality, The Heart of Mid-Lothian e The Bride of Lammermoor. Trata-se de uma torre com 61 metros de altura, construída a partir de arenito local e com detalhes lindissismos e com os jardins onde se recordam os caídos em batalha com papoilas vermelhas, usadas para comemorar aqueles que morreram na guerra. Estas Rememberance Poppies estão por todo o lado no Reino Unido, e são vendidas por uma instituição de caridade que presta apoio àqueles que serviram ou estão atualmente ao serviço das Forças Armadas Britânicas e seus dependentes. Vê-se por todo o lado na rua à venda e com muita genta a usá-las na lapela.
E assim se acabou o que foi doce.
Patrícia