Tinha escolhido
esta peça como a introdução dos meninos à ópera. Tudo calhava
bem: data e hora (a seguir aos exames do Campeão e sem interferências de
treinos da Makuks), história conhecida da tradição clássica grega, cantada em francês,
duração de 3 horas, num dia que o Grandalhão regressava das suas visitas aos EUA, etc. Mas a verdade é que, como o drama de Sófocles conta, não
há como fugir ao que tem de ser, e não tinha de ser os meninos irem – a Makuks
porque tinha uma festa de aniversario de uma amiga que não queria faltar e o Campeão
porque se podia escapar…
… Acabei por oferecer os
bilhetes deles a uns amigos russos que nos acompanharam ontem na Ópera.
Ainda demos um pequeno passeio antes do espectaculo e a Dam esta muito bonita decorada para o Natal.
O drama grego, escrito
por volta de 427 ac, não perde actualidade e explora a vulnerabilidade humana consequência
do destino (ou um acontecimento acidental e involuntário). A história conta que
um recém-nascido, filho do rei de Tebas, é mandado matar porque a profecia de
que a criança irá matar o seu pai e casar com a sua mãe, é determinada. Mas não
há coragem para o matar, e o destino segue o seu curso…
O compositor Enescu
preparou a peça para ópera na primeira metade do século XX. E a opera que vimos
ontem, já por si de uma forca notável, cresce ainda mais nas mãos do director
Alex Olle (de La Fura dels Baus) que entrega um verdadeiro espetáculo. Édipo é representado por Johan
Reuter e Jocasta por Sophie Koch. O coro da Dutch National Opera também tem um
importante papel. O maestro, Marc Albrecht é quem realmente nunca pára em
todo o espetáculo. Este maestro é o maestro principal na Orquestra Filarmónica
Holandesa, que esteve espectacular nesta opera, e na Opera Nacional Holandesa.
Já não ia a uma
opera há uns tempos e gostei. O cenário era imponente, a musica bonita e a representação
comovente. Não me apelou em especial alguma modernidade para representar a
esfinge ou sitio que cruza três caminhos, onde a primeira parte da profecia acontece,
mas gostei muito de ir com o Grandalhão. Chegados a casa, cai a primeira neve da estacão.
Entretanto a Makuks, divertia-se na sua festa a fazer crepes. E no dia seguinte a patinar.
O Campeão, nas suas sete quintas… com o gato!
Patricia