Este Natal decidimos, em consciência, ficar. Para evitar tentações (que seriam enormes se tivéssemos ido) e proteger os que tem de ser protegidos neste momento. Não somos nós, não são os nossos filhos, são os nossos pais e avós dos nossos filhos. Não foi uma estreia que há 8 anos atrás tínhamos optado por ficar também.
Foi um natal diferente num ano também ele diferente. O Campeão juntou-se a nós de modo que foi um natal, fisicamente, a quatro. Em pensamento e virtualmente fomos mais.
Tentámos manter algumas tradições da véspera de natal que na realidade é o que fazemos todos os anos: duas vésperas em casa dos pais de cada um. Duas vésperas, uma no dia 24 outra no dia 25, alternadas. Este ano teria sido a véspera com os meus pais e o dia com os sogros. Outros planos se apresentaram e outros valores se elevaram.
Foram dias muito tranquilos. A gozar a presença uns dos outros, a ler, ver filmes, jogar jogos e comer aquilo que se preparou. Quem ficou a ganhar foi o gato Mel que normamente fica com os amigos na pensão de gatos.
Optámos pelo
perú, menu do lado paterno que parece ser o prato dos meninos para o natal - ainda que não saibamos de onde vem: do Algarve ou da Madeira? Do
meu lado os menus são mais diversos e variados de modo que não há um que seja
associado ao natal. O que é estranho porque para mim sempre foi o bacalhau. Mas
a verdade é que desde que passamos a ser mais o bacalhau deixou de aparecer
como eleito: havia, na véspera, bacalhau (apresentados de diversas maneiras: cozido com todos, com broa etc) mas passou a
haver também cabrito ou peru. E no dia de natal, se puder influenciar a escolha
vou para o cozido... Ou seja, na memória dos meninos, peru recheado acompanhado com puré
de batata (que a Makuks fez questão de fazer) é a consistência do menu de natal.
O bolo rei não
podia faltar para o Grandalhão. Fizémos dois que ficaram bons e muito bonitos
com a decoração do Grandalhão e da Makuks.
Fiz questão de ter a mousse de chocolate da avó Carlota e que o meu irmão reavivou no ultimo ano.
Claro, as prendas que chegaram dos avós e da tia (incluindo brigadeiros) foram entregues e abertas uma a uma. Muitos miminhos bons.
Um natal
diferente e muito sereno.
Como alguém disse: este nao é um ano para conseguir tudo o que se quer. E um ano para se apreciar tudo o que se tem.
Patrícia