31.7.14

Bye NY, a caminho de casa

 A minha avenida preferida para passear em Manhathan.
 Atlas.
 Rockefeller Center.
 Artistas - na Rockefeller Plaza um semi dinausauro, semi cao feito de plantas e flores...
 A vista de uma da sala e reunnioes
 Nao podia deixar de visitar a loja M&Ms. Desta vez para levar M&M de menta para experimentarmos.
Patricia

28.7.14

Eu e os meus pais

Novamente fechada sózinha umas horas no avião para Nova Iorque. Tempo de reflexão. Sobre mim. Sobre os meus pais. Sobre mim e os meus pais.

A família não se escolhe ou muda. Escolhe-se muita outra coisa : cresce-se, muda-se de casa (ou de cidade ou de pais), muda-se de ideias, de hábitos, de comportamentos, de emprego. Mas os meus pais vão ser sempre os meus pais e eu vou ser sempre (orgulhosamente) a sua filha.

As dinâmicas na relação, no entanto, mudam ao longo do tempo. Em pequenina queria “ser como a minha mãe”: vestir-me como ela se vestia; sorrir e espalhar alegria como ela o fazia (e faz): ajudar as pessoas como ela sempre fez e contra todos os preconceitos – neste lembro-me em particular, de uma situação em que, na rua, interpelados por um jovem muito pálido e claramente enfraquecido, a minha mãe carregada com compras e comigo (não me recordo se também com o meu irmão) pela mão, parou, largou as coisas e auxiliou quem, e pelo tempo, que precisava – contra todos os olhares e comentários do “deixe estar que é um drogado, não merece a pena” de quem passava que eu simplesmente não entendia. Hoje em dia o meu gosto difere do da minha mãe; não sou o tipo de pessoa que chega e enche uma casa (tenho, claro, a minha teoria sobre o porquê disto e em muito está associado à minha mãe) mas revejo-me em absoluto na vontade de ajudar quem precisa, que vem, em absoluto da minha mãe.

Na adolescência e enquanto jovem adulta, a minha mãe era a mãe mas também uma amiga e confidente. Sempre a apoiar para novos desafios e conquistas. As viagens do clube que campismo que me tiraram (com excepção de visitas à vizinha Espanha e uma Ceuta), pela primeira vez, de Portugal; a ida à ginecologista assim que «me tornei mulher» para que alguém competente me respondesse a questões que pudesse ter, sem que criasse (ou deixasse que me criassem) mitos e preconceitos em relação à menstrução; a ideia de que iria ser uma mulher dona e senhora das minhas ideias e responsável pelas minhas escolhas; a carta de condução assim que a pude tirar; e tantas, tantas outros momentos.

Depois tornei-me, também eu, mãe. Percebi, ou tenho vindo a perceber algumas coisas que não percebia até aqui. A ajuda com os bebés, agora pré-adolescente e criançs. A partida para outro pais e a mudanca de hábitos. A distância do dia a dia e, no entanto, a presença constante.

Já do meu pai tenho memórias e figuras diferentes. Em criança, a figura do « homem mais forte do mundo”, seguro, dominante, sério (tantas vezes que me pesa tanto esta seriedade radical que herdei de ti… e, no entanto, está entranhada no mais infimo do que eu sou!). Na adolescência, mais distante (consumido nas suas responsabilidades – talvez demasiado) mas sempre vigilante, observador e intervindo no momento certo, quando a « coisa estava no limite». Facilmente me levava à explosão e às lágrimas, deixando-me esvaziar a emoção e trazendo-me de novo de volta ao trilho. A presença de quem gostava tanto (temas bem diferentes das conversas com a mãe) que, para conseguir momentos de atenção, feliz da vida me voluntariava para ir às lojas de bricolage (lembras-te? HORAS a escolher parafusos, lampadas, e sei lá mais o quê!!! Paciência de jó, para quem tão impaciente sempre foi, mas era tempo só para mim…), ou as manhãs de compras (com a mãe) de plantas para os jardim e floreiras do Magoito. Em adulta, as conversas e conselhos sobre a gestão de expectativas do emprego, das relações de trabalho…

Fundação sólida: a primeira e constante relação – ao passo com o meu irmão que sendo mais velho sempre lá esteve também num papel totalmente diferente - ao longo da minha vida.

Os meus pais. As pessoas que não vivem comigo e que mais adoro, confio e admiro. E, no entanto, que me podem irritar ou magoar tanto. E vice-versa, sim, sei. A relação pai/mãe-filho(a), um elo fundamental naquilo que se é.

E sei que, - assim como para mim foram, o serão para todas as crianças - os pais funcionem como modelo. Do qual, naturalmente, se rebelam na adolescência quando se degladeiam com a tempestade de hormonas e com a procura/afirmação da sua individualidade, de fazer as coisas diferentemente – acho eu que no fundo, sempre e secretamente, à espera da sua aprovação. Sim, já sei, em breve estarei lá a passar por tudo e a ter de engolir muitos sapos.

Talvez me tenha faltado esta rebelião na adolescência? Não sentia necessidade de transgredir e antes tinha um grande apelo por fazer aquilo que a minha consciência ditava certo – e que não podia ser uma agressão directa e propositada aos meus pais. Não de forma acentuada pelo menos – tive uma adolescência muito tranquila. As vezes que me aborreci (aborreço) por agir sempre de acordo com a consciência, fazer aquilo que «está certo» e é esperado.

Agora imersa noutra cultura, oiço que o que é esperado é que, enquanto adulto e a criar a sua família, se liberte («to break free») dos pais. Revejo a vida dos meus e pergunto-me se não foi isso que fizeram, em vários exemplos: organizaram o natal em sua casa desde o primeiro (talvez segundo?) ano de casados e não os vi jamais a admitir outra opção; a machadada que o «nosso Magoito» terá sido para os avós paternos (vendo o seu Magoito a ser trocado como o local de eleição para a congregação familiar – pergunto-me, terá sido o Magoito o vosso grito de Ipiranga?); o modo como fizeram tudo sempre sózinhos - sem qualquer ajuda e antes a extender a mão a todos à sua volta – e à sua maneira. E respondo, não sei se é a minha cultura, mas ainda que se vivesse para sempre longe, não seria possível «to break free» da relação parental. Acho até que nem depois de algum de nós fechar os olhos – sei-o pela minha mãe que, desde que me lembro de ser eu, traz sempre presente consigo a sua mãe, e depois o seu pai. E sei-o agora pelo meu pai também, acompanhado que anda da minha avó.

E no fundo, de longe, tenho medo. Um medo muito grande de vos perder. E um ainda maior de a última vez que vos vir/ouvir ser nesta tensão ou amargura de quando ligo porque quero ouvir uma voz que me tranquiliza e para dizer que gosto de vocês, e acabamos a chamada desencontrados nas expectativas, nos agrados.

Eu sei que vocês sabem que vos adoro e que «sou o que sou, porque somos». E sei também que sabem que, apesar de ficarem desapondados (lá vamos outra vez para a gestão das expectativas?), sabem que tiveram sucesso na minha educação (isto é, na transmissão de valores e exemplos) porque não haveriam de querer que eu fizesse as coisas de outra maneira que não a minha (mesmo que em contraste com a vossa). Assim o quero também para os meus filhos.

Ticia

14.7.14

Férias de Verão (notas soltas)

Tem graça observar a descontracção com que os dois pequenotes se preparam para uma ausência de 6 semanas e uma viagem de avião a solo. Na véspera não há qualquer menção ao tema e ninguém poderia suspeitar que se preparam para uma viagem.

A Kiki fez uma apresentação para levar consigo de férias com regras de comportamento. Entre outras preciosidades, ´não ser arrogante´ constava da lista de imperativos categóricos para a estada com os avós. Claro que surgiu de uma recomendação mas pergunto-me o que entendeu por tal e porque escolheu deixá-lo por escrito.

Quando provocados, ambos concordam agora que Portugal é um destino de férias e nada mais. Aliás, mesmo isso já comparam com outras experiências que têm tido e reduzem à essência do tempo com a família. Para o bem ou para o mal, frutos da sua vivência.

Não há maneira de nos pacificarmos com o (pouco) tempo que passamos em Portugal. Procuramos uma fórmula que agrade a todos, ou que pelo menos minimize o desagrado e o distribua em doses iguais, mas falhamos sempre.

Já consigo sentir o cheiro e sabor dos pêssegos, melões e ameixas do Algarve. Isso e as ericeiras, os bolos de amêndoa, os choquinhos com tinta, as conquilhas com molho de limão...tudo regado a panachés, temperado a brisa marítima e coberto com céu limpo.

Estive em Lisboa 2 dias por razões menos felizes. Morreu um grande senhor que muito admirava e fui confortar um amigo. Aproveitei para rever a minha cidade e senti-me em paz. Dei por mim a meio da Av. Liberdade sem pressa e sem necessidade de passo seguinte.

Pela quinta vez este ano fui a Milão, desta vez em tempo de Verão. É uma cidade incrível, um gosto adquirido. A arquitectura no centro é deslumbrante, cada rua ou viela uma descoberta. Por todo o lado pequenos restaurantes e pastelarias recheados de tesouros gastronómicos. Como todas as cidades superiormente bonitas, atravessa-se a pé em 1 hora.

Torci pela Holanda no mundial. Não um apoio forçado por sentir que devia, a partir do momento em que a nossa selecção foi eliminada fui surpreendido pela genuína alegria que sentia pelas vitórias da Laranja Mecânica. Duvido que queira dizer alguma coisa mas tenho sempre uma esperança contida que traduza um gosto renovado pelo nosso país de adopção.

O Diogo está de férias há quase 2 semanas. Tem passado imenso tempo em casa, queixa-se constantemente de não ter ocupação mas pouco ou nada faz para inverter a situação e, se não o forçarmos a sair ou a fazer outras coisas, consome o tempo todo em jogos electrónicos que o deixam frustrado e irritado.

Resolvi escrever um livro. Não sei ainda como vou arranjar tempo mas na verdade essa questão só se põe para quem tem pressão de entrega ou um público à espera. A total ausência de expectativas joga portanto a meu favor.

Nuno


6.7.14

“Décimo terceiro casamento”


Foi ontem. E desta vez fomos surprendidos pelos meninos que, sob autoria do Campeão e num grande secretismo, resolveram celebrar este dia comprando um ramo de rosas vermelhas, toffifee e escrevendo dois textos que falam por si.


Um grande luxo.

Continuo a achar que, casar-me com o Grandalhão, está entre uma das minhas melhores decisões. E adoro casar-me contigo, cada dia que passa.

Patrícia

FIFA World Cup Brasil 2014

Mais um mundial, ou uma copa, que este ano está a decorrer no Brasil. E com o mundial (e o Europeu) vem sempre a excitação das apostas e, claro, da caderneta e dos cromos.

As carteirinhas de cromos que no início se compram e, passado um tempo começam a vir repetidos. Depois começam as trocas, e depois, no último esforço para completar a caderneta, a caça aos cromos difíceis que ainda faltam.

Neste caso tivémos de tudo : a caderneta e carteiras de cromos que vieram, acho, de Portugal; as listas para as trocas, iniciadas pelos avós maternos, com os primos e os amigos (neste caso através de e-mails com listas e cartas com cromos entre Portugal e a Holanda); a ida à feira do avô paterno e a tia em Portugal para ir buscar os últimos (que não eram assim tão poucos) que faltavam.

E assim completou o Campeão a sua caderneta deste mundial. Quer dizer, completou os cromos, mas ainda falta saber os resultados (que diligentement actualiza depoi de cada jogo) dos quartos de final e da final.


Portugal abandonou a competição muito cedo desta vez – desapontou todos. Ontem a Holanda bateu a Costa Rica e a Argentina, a Bélgica. Pelo que temos ainda em jogo a Alemanha, o Brasil, a Argentina e a Holanda.

Eu estou pela Holanda porque é o único pais que nunca ganhou um mundial (e me aborrece serem sempre os mesmos a ganhar) e porque, se ganharem, significa festa por aqui.

Patrícia