29.1.17

Trees

"For me, trees have always been the most penetrating preachers. I revere them when they live in tribes and families, in forests and groves. And even more I revere them when they stand alone. They are like lonely persons. Not like hermits who have stolen away out of some weakness, but like great, solitary men, like Beethoven and Nietzsche. In their highest boughs the world rustles, their roots rest in infinity; but they do not lose themselves there, they struggle with all the force of their lives for one thing only: to fulfil themselves according to their own laws, to build up their own form, to represent themselves. Nothing is holier, nothing is more exemplary than a beautiful, strong tree.

When a tree is cut down and reveals its naked death-wound to the sun, one can read its whole history in the luminous, inscribed disk of its trunk: in the rings of its years, its scars, all the struggle, all the suffering, all the sickness, all the happiness and prosperity stand truly written, the narrow years and the luxurious years, the attacks withstood, the storms endured. And every young farmboy knows that the hardest and noblest wood has the narrowest rings, that high on the mountains and in continuing danger the most indestructible, the strongest, the ideal trees grow.

Trees are sanctuaries. Whoever knows how to speak to them, whoever knows how to listen to them, can learn the truth. They do not preach learning and precepts, they preach, undeterred by particulars, the ancient law of life.
A tree says: A kernel is hidden in me, a spark, a thought, I am life from eternal life. The attempt and the risk that the eternal mother took with me is unique, unique the form and veins of my skin, unique the smallest play of leaves in my branches and the smallest scar on my bark. I was made to form and reveal the eternal in my smallest special detail.

A tree says: My strength is trust. I know nothing about my fathers, I know nothing about the thousand children that every year spring out of me. I live out the secret of my seed to the very end, and I care for nothing else. I trust that God is in me. I trust that my labor is holy. Out of this trust I live. When we are stricken and cannot bear our lives any longer, then a tree has something to say to us: Be still! Be still! Look at me! Life is not easy, life is not difficult. Those are childish thoughts. Let God speak within you, and your thoughts will grow silent. You are anxious because your path leads away from mother and home. But every step and every day lead you back again to the mother. Home is neither here nor there. Home is within you, or home is nowhere at all.

A longing to wander tears my heart when I hear trees rustling in the wind at evening. If one listens to them silently for a long time, this longing reveals its kernel, its meaning. It is not so much a matter of escaping from one's suffering, though it may seem to be so. It is a longing for home, for a memory of the mother, for new metaphors for life. It leads home. Every path leads homeward, every step is birth, every step is death, every grave is mother.

So the tree rustles in the evening, when we stand uneasy before our own childish thoughts: Trees have long thoughts, long-breathing and restful, just as they have longer lives than ours. They are wiser than we are, as long as we do not listen to them. But when we have learned how to listen to trees, then the brevity and the quickness and the childlike hastiness of our thoughts achieve an incomparable joy. Whoever has learned how to listen to trees no longer wants to be a tree. He wants to be nothing except what he is. That is home. That is happiness"

Hermann Hesse 1877 - 1962

O polegar direito do Campeão

Foi azar. Neste dia que se afirmou na equipa como fly half e surpreendeu treinador (novo) e agradou colegas de equipa, o Campeão parte o seu polegar direito.
Quando chegamos da festa o dedo estava assim. Lá foi o Grandalhão com o Campeão para o Hospital. Chegaram a casa a 1 da manhã de domingo.

Gesso durante uma semana e depois a ver.
Em 3 anos e uns meses de prática de rugby, é a primeira vez que tem alguma fractura.

Patrícia

E entrar no espírito para o Japão

Ontem foi um dia cheio. Para o Grandalhão mais do que um dia pois aterrou – as 8 da manhã de sábado - vindo da costa oeste dos Estados Unidos da América. Fui buscá-lo ao aeroporto e viémos para casa. Insistiu que só precisava do duche para nos acompanhar nas actividades dos meninos: Makuks para a sua natação sincronizada, onde ficou toda a manhã. Eu segui com o Campeão para o rugby, onde jogou fantasticamente na sua posição: fly half – perderam no fim do jogo mesmo no último ponto, mas jogaram muito bem, e o Campeão teve vários louvores do treinador e colegas de equipa.

Voltámos para casa e eu e o Grandalhão fomos ao fim do dia a uma festa organizada pela Azumi, para um cheirinho do Japão.

Sempre tudo maravilhoso quando organizado pela Azumi – de facto há sempre um toque muito especial, muito vindo da cultura, e claro, muito da própria Azumi.



A ver se comecamos a entrar no espírito e a preparar para o Japão.


Patrícia

15.1.17

Amsterdam High Tea

Meados de Janeiro. Dias frios, lá fora. A semana foi rotineira: escola, actividades, eu estive em Varsóvia dois dias.

No sábado, dia de actividades com o extra de mais uma competição da Makuks. O Campeão foi para casa de um amigo e nós os três fomos ao cinema ver um filmaço: Lion, com Dev Patel no seu melhor. A Makuks era a única “criança” na sala – no meio dos seus dois papás. Chorou, claro - também eu chorei – é um daqueles filmes que vale a pena ir ver. E pôr a nossa vida, super privilegiada, em perspectiva – e pensar que temos obrigação de “give back”. Tive pena que o Campeão não estivesse connosco. Bom que vêm aí outros filmes promissores.

E hoje, domingo, dia de mais actividade: dia do Campeão ir correr; do Grandalhão ir à sua ginástica; de eu ir ao meu ioga e da Makuks ficar em pijama e de se estrear numa receita de bolo de chocolate molhado da Marta. E de fazermos o nosso Amsterdam High Tea. 

Os quatro – porque as tradiçoes tem sempre um ponto de partida.

Patrícia   

9.1.17

Aos meus pais (1)

As imagens que me restam são difusas. Tento juntar peças soltas, uma floresta ou um bosque algures, muito verde e árvores altas em todas as direcções, nós em passeio ao longo da faixa larga de terra batida. O chão agreste coberto de pedra miúda fere os pés, a gravilha entranha-se nos dedos a cada passo, os chinelos arrastam-se em protesto pelo abuso. Por mais que me esforce não me recordo das caras que me acompanhavam nem vaga ideia tenho de quantos éramos, apenas me sobra na memória a face do meu pai sereno, gigante, incansável. A presilha do elástico de um dos chinelos quebra por desgaste e deixa-me manco, procuro manter o passo num esboço de versatilidade heróica para evitar empecilhar o grupo, prendo o elástico do chinelo entre os dedos e puxo desajeitadamente pela sola. Por momentos acredito que será possível cobrir o resto do caminho assim, coxeio umas quantas pernadas, dou uns saltitos valentes apoiado só num pé, já cansado testo a firmeza da sola do pé na rispidez do solo, arrependo-me assim que sinto a pele perfurada pelo tapete de detritos biológicos e minerais em que assento o pé, e eis-me aos ombros do meu pai no instante seguinte. O mistério das recordações distantes, que parte aconteceu mesmo e que outra compomos à medida para preencher lacunas narrativas, quanto resulta de recordação genuína trazida do momento vivido e quanto nos foi permitido completar através de relatos, fotografias, filmes.
Fica indelével ainda que fictícia a tua pujança infinita pai, a salvação condoída que só a meninice atrai, o momento singular de sintonia. Como daquela vez, lembras-te pai, em que correste a pontapé uns cromos bem mais velhos do que nós que nos tinham batido já nem sei porquê, ali na praceta do califa. Ninguém se metia com o meu pai, que sabia tudo e não tinha medo de nada. Perguntava-me às vezes pela guerra, aquela lá longe em África, a das fotos divertidas com o macaco minúsculo aos teus ombros, a do corno e da bola de marfim, antes do meu nascimento. O que passaste por lá, se mataste alguém, isso das armas pesadas soava a coisa séria. Aquele homem que era tão meu tinha outras incarnações a preto e branco, outras vidas sobre as quais nada sabia. Ensaiava umas perguntas esporádicas meio a medo, apanhava do ar retalhos de conversas com outros adultos, a guerra um conceito estranhamente familiar, enleada numa saudade dorida e num orgulho ora assumido ora calado.
Muitos anos mais tarde, num dos últimos anos da faculdade, fiz uma apresentação sobre a guerra do ultramar. Escolhi um formato arriscado e pouco usual naqueles tempos, uma compilação pausada de fotos chocantes e citações de soldados, sem narrativa. A minha falta de experiência e de treino comprometeram a fluência, o som apareceu atabalhoado e descoordenado com a sequência de imagens, ainda assim o resultado foi estarrecedor. A sala muda durante largos segundos após a conclusão, o professor demorou a refazer-se do choque, colegas de lágrima no olho, nunca imaginei diziam, nunca imaginei. A tal guerra de África de que pouco falavas pai, a tal do macaco no ombro, a das mangas sumarentas que não comias, a das lagostas à fartura, foi guerra mesmo daquelas que matam a quem morre e a quem mata. Até nisso os portugueses primam pela modéstia, olha o estrilho que fizeram os franceses com a libéria, os ingleses com a índia, os americanos com o vietname, estes últimos sem qualquer laço histórico que justificasse tamanhos empenho e embaraço, até hoje analistas, políticos e sociedades debatem e argumentam furiosamente, nós dissolvemos um império com centenas de anos de história, sacrificámos uma geração de jovens guerreiros amadores mais ou menos voluntários, deixámos para trás miséria e guerra civil, e em menos de uma década o assunto praticamente morreu, substituído pela dócil revolução dos cravos e pela sucessão esquizofrénica de governos. 
Voltaste diferente, diz a mãe. Como seria possível teres voltado o mesmo. Estiveste lá pai, de arma na mão. Foste rapaz inocente, voltaste homem de coração rijo. Quantas vezes pensei, teria aproximadamente a idade que tinhas quando partiste, como seria embarcar a caminho de uma guerra algures, abandonar tudo e todos sem a mínima segurança de regressar ou sequer de alguma vez voltar a ver os quem e onde que mais importam. O sufocante medo da morte e como encontrar a paz em tal contexto, como aceitar que a vida própria, a única que nos é dada, a singular oportunidade de experienciar consciência, amor, entrega, superação, tudo isso seja rendido sem condições negociadas aos humores instáveis de políticos desenfreados, subjugado aos ditames de militares alheados, qual soldadinho de chumbo empacotado. Armas pesadas queria dizer, vim mais tarde a compreender, tanques, canhões e outra artilharia de alto calibre. Estiveste lá, de arma na mão. 
As mãos, essas mãos pesadas que quase me partiam os ossos quando espremias as minhas na brincadeira, que em movimentos mágicos desmontavam, reparavam, desenhavam, que gesticulavam vigorosas para te apoiar em monólogos exaltados, debates empolgados, anedotas picantes, que nos guiavam em apertadas curvas e contracurvas um pouco por todo o lado. Uma dessas curvas quase nos matou a todos. Acho que íamos a caminho da serra da estrela, noite cerrada algures numa estrada secundária. Por muito pouco escapámos às trágicas páginas do correio da manhã, por uma unha negra não fomos uma daquelas tristes histórias de verão que todos os anos se desenrolam nas muitas estradas que por todo o país carregam multidões na direcção das férias, dois adultos e duas crianças colhidos por camião em contramão, condutor do automóvel escapou à colisão mas não conseguiu evitar a ravina, ocupantes em situação crítica, camionista em fuga. Até hoje não sei como tiveste o sangue frio para controlar o carro e onde encontraste aquela nesga de terreno que nos protegeu do fdp provavelmente bêbado que ia ao volante daquele monstro. As mãos que carregaram armas pesadas preservaram mais uma vez nesse quase fatídico momento as nossas vidas.
Por essas tuas mãos caminhava seguro. Passos largos, o prazer de andar sem destino que herdei de ti, a pressa de uma partida atrasada, uma declaração arrogante ao mundo de quem nunca se rende. Pela tua mão fui e voltei. Essa tal viagem à serra de estrela que tu e a mãe organisaram em surdina para nos surpreender, foram buscar-nos ao liceu no final do dia e à saída do viaduto duarte pacheco seguiste em frente em vez de virar para monsanto, só aí percebi que algo estava diferente, que vocês tinham um plano, a chegada tardia à pensão com direito a jantar privado pós horário estabelecido, o passeio matinal pela covilhã, a subida até ao cume da serra, só faltou a neve. As travessias de verão até ayamonte para comprar caramelos, únicas experiências internacionais que tive na infância, únicas até me levares a madrid uns anos mais tarde na complexa e traumática fase da adolescência, únicas em género e feitio de todas que vim a fazer ao longo dos anos, o jogo assumido do gato e do rato com os guardas fronteiriços e a excitação do delito mais teórico do que prático numa vida de resto pautada pelo cumprimento escrupuloso, a roçar o abjecto, de regras sociais reais ou percebidas. 
Não te admires que a tua veia de insurgência tenha chegado até nós por osmose ou genética. Lembras-te pai, dos jogos do benfica ao domingo à tarde, a porta 22 da pressa mil vezes repetida, cachecol e bandeira na mão a pé pela segunda circular, as filas para a compra de bilhetes em que sempre um mais atrevido tentava ataviar a espera e acabava dirigido à força de interjeições colectivas para a cauda, aquele regresso atribulado no meio da claque do sporting com pedradas e ameaças impertinentes à mistura, nem aí tive medo a sério, nem aí te calaram. 
Anos antes, pouco importa quantos, o tempo esborratado pelo tempo, nós a subir para o que julgo ser o terminal do rossio, o teu banco organizou lá uma festa de natal, anoitecia e estávamos os quatro juntos, a subir a rampa, frio chuva tempo de inverno como era habitual antes do aquecimento global, outra vez memória completa embora desfocada e neste caso sem ajudas visuais, espectáculo de circo e palhaços, no final uma prenda para a Luísa e outra para mim. Não te entusiasma o natal nos dias que correm, porventura já naquela época pouco ou nada te excitava na quadra, apesar disso ficou o retrato de uma noite natalícia perfeita. A nossa família nuclear, agregada na simplicidade de uma festa elementar com exactamente o necessário, apenas o necessário como na canção, retenho os sorrisos nas caras de todos, risos soltos de antecipação e deleite, pode ser só uma impressão deturpada pela emoção ou por fazer tanto sentido no contexto de uma infância feliz. Sim feliz, essa é a palavra. 
No rossio, nos restauradores, na rua do ouro, na rua dos sapateiros, na rua augusta, na praça d. pedro v, na praça da figueira, na praça do comércio, aí começava o natal. A mãe às compras de prendas para os filhos, para o marido, para os irmãos, para os cunhados, para os amigos, empregadas, colegas, professores, cão gato e periquito. A paragem obrigatória na loja das meias, que ainda hoje persiste em posição de destaque com um olho nos esquemas da rua e outro nos pombos da praça, o vaivem na calçada entre a multidão desenfreada connosco às costas, bitoque ao balcão do tábuas para recompor, já lá iam nos tempos da faculdade, mais umas piscinas para completar o ramalhete, subida aos armazéns do chiado, isto antes de se afundarem nas labaredas e darem lugar às inevitáveis cadeias internacionais, meia volta para o braz & braz com os seus artigos utilitários, nos intervalos paragens aqui e acolá, o fumo das castanhas assadas no ar, uma névoa charmosa que dava à zona baixa da cidade um encanto feérico, lojas tradicionais com donos tradicionais, tudo cheirava tão bem a café chocolate doces, montras de cores brilhantes aprumadas por gente de gosto e amor pela arte de bem servir o cliente. No final apanhar o autocarro de volta para benfica, à pinha em hora de ponta, a incógnita do tempo de espera na paragem, a confusão do trânsito pelas avenidas antigas e novas, chegar a casa e tratar dos banhos, do jantar, dos trabalhos para casa. 
Sempre adoraste o natal mãe, a festa de família por excelência. Muito te custa ver e ouvir o pai abertamente desdenhar a época, resistir ao seu negativismo galopante perante o consumismo instalado, combater a resistência passivamente activa às celebrações. Não participa em nada, não dá prendas mas não recusa quando lhas oferecem, dizes num tom de condenação caramelisada pela graça que nunca conseguiste evitar achar à sistemática anarquia do teu homem indomável. No fundo sabes que no final ele vai lá estar, vai ajudar, vai surpreender, vai encher o espaço com aquela energia contagiante e aquela voz rimbombante que ecoam no espírito e preenchem o vazio na alma da gente. Deixas as ondas passar e continuas, navegas o barco para porto seguro. Em quaisquer circunstâncias, doa a quem doer, honras a tradição mais antiga do que a memória e fazes a festa. Mãe lembras-te dos poemas de natal que escreveste e nos ajudaste a memorizar, há uns redondos 30 anos atrás, aqueles que todos os primos recitaram à frente da família, quais von trapp da tugalândia, a paciência e desprendimento infinitos que nos dedicavas no meio da miríade de outras urgências que tinhas em mão, que raro é num adulto, que privilégio sempre foi ter uma mãe assim, que pena tenho de não conseguir seguir o teu exemplo. 
Outras festas por razões diversas, hordas de gente lá em casa, mesas luxuriantes com comida que bastaria a um batalhão esfomeado no evchamol de um cerco de 3 meses. Os preparativos começavam nas vésperas, no dia a tensão crescia ao ponto de praticamente não podermos sair do quarto. Dezenas de pãezinhos especiais do califa enchufados com manteiga, fiambre, queijo, bolos grandes pequenos e médios, inteiros ou às fatias, cobertos ou recheados, desde os supremos duchesses fresquíssimos feitos por encomenda aos trabalhosos brigadeiros caseiros tão apreciados pelas sorridentes sobrinhas de costela madeirense, sumos de pacote e garrafa que normalmente não tinham pertença na lista de compras interna, mais uma enormidade de petiscos e acepipes mais ou menos açucarados para satisfazer o apetite da juventude residente e convidada. Fase um concluída, os miúdos despedem-se, mudança de turno, começam a chegar os clientes da noite. Os familiares e amigos do costume, paródia garantida até às tantas, mesa posta para jantar, menú com várias opções à escolha, tira uns traz outros, tudo sentado na galhofa com ganas de ser servido, excepto tu mãe. Tantos actores no palco, eu incluído, egos delicados de artista, tu nos bastidores a apaparicar vontades. No final da noite, bem depois de me ter ido deitar, a limpeza do lixo e das centenas de copos, garrafas, pratos, talheres, guardanapos, cinzeiros improvisados, espalhados ao acaso pelos cantos mais recônditos. Tudo o que vale a pena dá trabalho, dizia a tua mãe. Deve ser daí que vem esse teu estofo.
Em geral as mulheres parecem mais fortes, aguentam mais, como aquelas formigas e aranhas que suportam pesos várias vezes superiores ao do seu próprio corpo. Talvez apenas uma ilusão, uma fábula primordial para manter inalterada a ordem histórica de um mundo desde sempre convenientemente governado por homens. Homens que semeiam guerras onde morrem jovens ingénuos a troco de fotos a preto e branco com macacos ao ombro. Ou quem sabe haja mais e a força seja só o primeiro e mais aparente dos superpoderes. Tu sonhas cantar e cantas, em privado porque nunca queres incomodar. Alma de artista, sensibilidade de poeta, deleitas-te entre escrita e música e pintura e teatro e dança e que mais. Afinal a tua filha saiu a ti em alguma coisa. Sem que alguma vez o tenhas admitido, porventura até realizado tamanha a modéstia que te caracteriza, calhou-te o dom da interpessoalidade, manifestado na capacidade empática inata de observar os outros à tua volta e sentir as suas penas. 

Aos dois. Quero que saibam que tenho consciência de tudo o que fizeram por mim. Sei hoje que dar vida é muito mais do que o acto biológico, é nas escolhas e nas encruzilhadas que se faz a distinção. Eu tive e tenho o privilégio fenomenal de ter começado a vida com a vantagem de vos ter como pais.

Nuno

8.1.17

Este Domingo

Porque este é o dia em que se tem tempo e esta frio lá fora, decidimos fazer experiências em casa. E assim nos fizemos à cozinha para fazer um delicioso bolo de alperce, batata doce e laranja (sugar free). Não leva nem açucar nem a farinha tradicional (é feito com farinha de arroz e miolo de amendoa) e servido com iogurte natural polvilhado a canela.
Deu um bocadinho de trabalho mas achei uma delícia – e cereja sobre o bolo: o Grandalhão também saboreou!

E assim foi o nosso lanche, com uma nova receita (super saudável), e acompanhados pela Laura que nos contou a sua experiência por terras nipónicas.

Patrícia

7.1.17

A primeira neve deste inverno

caiu esta noite e a rua ficou assim
Depois da natação da Makuks e das compras, estava o dia perfeito para ficar em casa, cozinhar e ir buscar boas memórias ao baú dos gostos, cozinhando para o jantar lulas à avó Carlota – uma delícia!


Patricia

Passagem de Ano 2016/2017

Em casa e muito tranquila.

Durante o dia a Makuks e eu tratamos das nossas plantinhas, que vao um dia ser arvores - mudar para vasos maiores.


E a noite foi uma refeicao agradavel, com bolos da "Tout" (para os incontrolaveis gulosos da casa) e a espera pela meia noite, com os holandeses la fora doidos com fogo de artificio, eles a verem, e a nossa mesa com tudo o que nao queremos que nos falte em 2017.

Patricia

Natal

Foi de novo em Portugal.

Eu e o meu mano, com rebentos, fomos a uma feira de diversao.


A vespera de Natal, em Casalinhos


 O dia de Natal com os sogros e cunhada

Os dias passaram rapido. 10 dias depois, o regresso a casa.

Patricia