15.2.21

Amesterdão brinca com a neve e gelo

Li que há dez anos não havia uma tempestade de neve em Amesterdão, tal como tecnicamente se define tempestade de neve. De modo que apesar da pandemia e do frio, quem ca mora, tirou o equipamento de neve e gelo do baú e fez-se à rua, em especial os pequenotes mas não só. 

Os holandeses são engraçados nesse aspecto, não perdem uma ocasião para se divertir e celebrar. Ficam algumas imagens.

No dia a seguir a tempestade (meu aniversario)



Uns dias depois, em passeio com a Makuks


Ao passear no parque, o Grandalhão capturou na sua nova máquina, este amiguinho. Consta que é um pisco.

Quando os canais perto de nossa casa gelaram



No canal da Prinsengracht, onde cancelaram a circulacão de barcos durante esta semana para permitir que o canal gelasse, e onde se via patinagem



E um jogo de hockey no gelo, com a devida assistencia na ponte e ao longo do canal, respeitando a devida distancia!
Bonecos de neve e estátuas de gelo

Hoje a temperatura subiu, estamos com 2 graus Celcius e a chuva cai. O gelo vai desaparecer e esta folia acabar.

Patricia

10.2.21

7 de Fevereiro de 2021

Mais um dia de celebração de aniversário. Não mais um, como se fosse indeterminado, foi o quadragésimo sexto, para ser precisa. Como quase todos os dias dos últimos 11 meses, limitado pela situação de pandemia que nos assolou globalmente em 2020 e da qual, infelizmente, não nos conseguimos ainda livrar, combatendo-a de forma coordenada e global. Estou em crer que enquanto cada casa, cidade, região ou pais continuar a pensar nela enquanto o problema do seu quintal, não a eliminamos porque a ameaça continua lá. Mas este post não é sobre esse tema. É, antes, a descrição de um dia tranquilo e cheio de muitos e doces mimos.

Quando acordei, da janela vi um lençol branco de neve a cobrir a rua. A neve fresca e fofa a cair e a garotagem mais pequena na rua atarefada com construções na neve, trenos, skis, pás e tudo o mais porque há 10 anos que não havia uma tempestade de neve por estas bandas. E a neve e sempre encantadora quando a cair ou acabada de cair (já perde a graça, como quase tudo, aliás, com o passar do tempo e, neste caso, a transformação em gelo nas ruas). O cenário era idílico.



A contrastar com a simplicidade do pleno branco lá de fora, em casa tinha a abundante diversidade, intensidade e calor dos três grandes amores da minha, todos na sua individualidade muito própria e dedicados a prendar-me com um dia bom. Adicionalmente, lindas flores frescas, muito coloridas e cheirosas dentro de casa a definir o tom do dia.


Andava há uns dias para recompor uma catana japonesa que adquiri no final do ano passado. Vi vários vídeos de como o fazer porque estas coisas exigem técnica e precisão. Estava à espera do Champs para fazer comigo, apesar de quem se juntou à operação ter sido a Makuks. Trata-se de uma espada tradicional japonesa que foi usada pelos samurais do Japão feudal. As catanas japonesas são caracterizadas pela aparência distintiva da lamina curva e um cabo longo para acomodar as duas mãos juntas a manuseá-la. As espadas eram muito mais do que armas para os seus donos: eram a extensão do corpo e mesmo da sua mente e as catanas encarnam o espirito samurai. Esta catana, modelo Nihonto Shinto WW2 (assinada na parte da lamina que esta escondida no punho) é fabricada no Japão, durante a segunda guerra mundial (1936) por Yasunori conhecido como um excelente Yasukuni-tosho. O seu verdadeiro nome era Kenzo Kotani, nascido em Hiroshima em 1909 e sobrinho de Kajiyama Yasuniri. Kotani Yasunori tornou-se membro de Niho-to Tanten Kai no Santuario de Yasukuni em 1933 e começou a forjar espadas em 1935. Pensa-se que terá forjado cerca de 1.600 espadas ate ao final da Segunda Guerra Mundial. A espada é feita de tamahagane, o aço tradicional nobre japonês e o mais procurado para as espadas japonesas. No total a espada mede 91 cm e o comprimento de lamina e de 65 cm. De notar que esta espada, fabricada nos terrenos do santuário Yasukuni e um legado excepcional: um artefacto que preserva não só os métodos de forjamento honrados pelo tempo, mas as tradições estéticas e espirituais, para reavivar o espirito do guerreiro samurai. E notavelmente distinta dos chamados Showa-to, que são espadas produzidas em massa e inferiores em qualidade e arte. Acresce que todas as espadas foram proibidas no rescaldo imediato da Segunda Guerra Mundial, e as décadas que se seguiram viram um declínio na popularidade das espadas yasukuni em grande parte devido as suas associações com essa guerra e os seus militares. Todavia, nos últimos anos, tem-se assistido um renovado interesse pelas espadas yasukuni sobreviventes. E colecionadores e avaliadores reconhecem nestas espadas a mistura perfeita de tecnologia de tradição. Mas voltando dia, estive ainda um tempo a volta da espada: desmontá-la, limpá-la, oleá-la e voltar a montá-la. E foi um gosto.





Depois da espada, resolvi fazer o meu bolo de anos: uma tarde de maçã e cranberry: frutado e doce. E que cantaríamos os parabéns num chá da tarde (que o Champs quis que fosse as cinco), com o lindo serviço pintado a mão pela minha mamã. A tarte estava deliciosa, apesar de ter queimado um bocadito nas partes salientes.


As meninas resolveram ir dar um passeio sob a neve e fomos até ao Beatrixpark. Quando voltei, as bochechas ardiam! Momento perfeito para o chá, a tarde, conversa boa e as prendinhas – que eram maioritariamente e para minha grande delicia, livros.




Para o jantar encomendamos japonês de um restaurante do bairro que todos gostamos e o Grandalhão e especial fã e deleitamo-nos com as iguarias nipónicas.

Não sendo uma festa com muita gente – que também gosto - a casa estava cheia e senti-me acompanhada aqui e com mensagens de pessoas de várias locais diferentes do mundo e do (meu) tempo nele.

Foi um dia feliz e bem passado.

Patrícia

5.2.21

Parabéns, avô Tó!

O vídeo preparado pela neta para o seu avô para comemorar o aniversário.



 Faltou a foto de hoje, com os Marcolini.

Parabéns!

Patrícia

Makuks – Relatório de Primeiro Semestre S5 (2020-2021)

Nada a que não estejamos já habituados ou nos vá surpreender em relação as notas desta menina espectacular.

O que me comove sempre são os comentários dos professores, ora vejam com atenção:


Como diz a cancão, “para bom entendedor meia palavra bas…””.

Patrícia

Honours College Governance and Global Affairs

O nosso Diogão soma e segue. Começou este ano o seu percurso universitário, juntamente com a saída de casa e adaptação à vida a solo, e tem-se estado a dar bem.

Teve boas notas nos dois primeiros blocos examinados e com isso começa a formar a sua marca na faculdade que já demostra estar atenta. No final de Janeiro recebeu um convite para considerar o Honours de Social Behaviours devido as suas notas.

Ele estava na realidade de olho noutro honours, em governação e assuntos globais ao qual se candidatou. Havia uns critérios para candidatura, com isso já a faculdade selecionando aqueles que fizeram todas as disciplinas sem chumbar e com um mínimo de media de 7/10. Candidataram-se 163 dos quais 40 foram escolhidos. E o Champs foi selecionado!


Começa assim um percurso adicional ao seu curso universitário, no qual ira ser desafiado a enfrentar eficazmente problemas no mundo em que vivemos que vêm e vão, e são uma fonte de debate na sociedade, nos negócios e na política, bem como um tema para os investigadores que pretendem compreender melhor o mecanismo em tantas áreas diferentes.

Os desafios atuais exigem novos pensadores e potenciais especialistas e líderes (públicos) para resolver crises a nível global e local. Este Honors Track tem como objetivo educar os alunos sobre a forma como os problemas actuais se jogam entre o governo, a ciência e a sociedade e dar-lhes as competências para abordarem algumas destas questões teoricamente, baseadas na literatura académica, e praticamente, a nível local. A experiência de aprendizagem baseia-se assim em actividades interativas, como visitas ao Parlamento Europeu, organizações (públicas) em Bruxelas e Haia, bem como em diferentes jogos de simulação.

Pede-se aos estudantes que ultrapassem os limites do seu próprio campo de estudo, que olhem para temas, questões e tendências na sociedade ou no mundo em geral que exijam uma combinação de disciplinas científicas e lentes analíticas. O programa liga a análise dos padrões existentes a uma perspetiva futura. Ao utilizar a sua própria disciplina de 'casa' para compreender questões antigas e novas, espera-se também que os alunos compreendam e integrem os contributos de outras disciplinas e pensem de modo transdisciplinar. Os alunos estão ainda envolvidos na formação do programa, na sugestão e preparação de tópicos de análise e discussão.

Este curso está aberto aos alunos que cumpram os requisitos de Honra, se candidatem e sejam seleccionados. Além do excelente desempenho no próprio curso, é esperada uma forte motivação para enfrentar os desafios globais e para ter sucesso na Pista de Honras, ou seja, terminá-la. E preciso ter a mente aberta e estar disposto a desenvolver a personalidade, o estili de liderança pessoal, bem como, ligar-se aos outros alunos. A ligação traz novas ideias para todos. Esta faixa é especialmente interessante para os alunos que gostariam de explorar a relação entre a teoria e a prática, adquirir as ferramentas para conectá-las e que gostam de trabalhar num ambiente inovador e multidisciplinar.

O que se espera dos alunos que concluam com sucesso o programa? Que sejam capazes de:

  •  Compreender as relações entre o governo, a ciência e a sociedade e como isso afecta o poder público de resolução de problemas;
  • Aplicar conhecimento teórico aos desafios do mundo real;
  • Demonstrar capacidades de liderança pessoal baseadas em insights teóricos e práticos;
  • Combinar conhecimento do seu próprio campo de estudo com teorias dos cursos;
  • Refletir sobre os desafios globais de várias perspetivas académicas e chegar a possíveis soluções;
  • Utilizar competências de negociação bilaterais e multilaterais;
  • Compreender e analisar a complexidade de problemas (perversos) de diferentes áreas científicas, incluindo filosofia, psicologia, arqueologia e ciência política;
  • Compreender e utilizar técnicas e métodos como visualização, análise de partes interessadas, negociação integrativa, enquadramento/reformulação e sua relação com os problemas;
  • Dar conselhos políticos aos decisores políticos do mundo real sobre alguns dos problemas com que se debatem com base na investigação e na literatura.

Vai, querido. O mundo é teu para conquistar.

Patrícia