27.12.20

Natal 2020, o natal Covid

Este Natal decidimos, em consciência, ficar. Para evitar tentações (que seriam enormes se tivéssemos ido) e proteger os que tem de ser protegidos neste momento. Não somos nós, não são os nossos filhos, são os nossos pais e avós dos nossos filhos. Não foi uma estreia que há 8 anos atrás tínhamos optado por ficar também.  

Foi um natal diferente num ano também ele diferente. O Campeão juntou-se a nós de modo que foi um natal, fisicamente, a quatro. Em pensamento e virtualmente fomos mais.   

Tentámos manter algumas tradições da véspera de natal que na realidade é o que fazemos todos os anos: duas vésperas em casa dos pais de cada um. Duas vésperas, uma no dia 24 outra no dia 25, alternadas. Este ano teria sido a véspera com os meus pais e o dia com os sogros. Outros planos se apresentaram e outros valores se elevaram.

Foram dias muito tranquilos. A gozar a presença uns dos outros, a ler, ver filmes, jogar jogos e comer aquilo que se preparou. Quem ficou a ganhar foi o gato Mel que normamente fica com os amigos na pensão de gatos.




Optámos pelo perú, menu do lado paterno que parece ser o prato dos meninos para o natal - ainda que não saibamos de onde vem: do Algarve ou da Madeira? Do meu lado os menus são mais diversos e variados de modo que não há um que seja associado ao natal. O que é estranho porque para mim sempre foi o bacalhau. Mas a verdade é que desde que passamos a ser mais o bacalhau deixou de aparecer como eleito: havia, na véspera, bacalhau (apresentados de diversas maneiras: cozido com todos, com broa etc) mas passou a haver também cabrito ou peru. E no dia de natal, se puder influenciar a escolha vou para o cozido... Ou seja, na memória dos meninos, peru recheado acompanhado com puré de batata (que a Makuks fez questão de fazer) é a consistência do menu de natal.  





O bolo rei não podia faltar para o Grandalhão. Fizémos dois que ficaram bons e muito bonitos com a decoração do Grandalhão e da Makuks.

Fiz questão de ter a mousse de chocolate da avó Carlota e que o meu irmão reavivou no ultimo ano.


Claro, as prendas que chegaram dos avós e da tia (incluindo brigadeiros) foram entregues e abertas uma a uma. Muitos miminhos bons. 

Um natal diferente e muito sereno.  

Como alguém disse: este nao é um ano para conseguir tudo o que se quer. E um ano para se apreciar tudo o que se tem. 

Patrícia

 

11.12.20

Estreia de Bolo-Rei

 É um dos bolos preferidos do Grandalhão. E este ano vai ser complicado. Sim, podemos comprar no armazém dos portugueses congelado mas… Resolvi meter mãos a obra. O mais difícil foi encontrar frutas cristalizadas, que cá não se vendem e as que vendem não são as tradicionais que encontramos no nosso jardinzinho a beira-mar plantado. Fiz com o que encontrei. E muitos frutos secos também.

 E valem os tutoriais no Youtube e s receitas online. Segui uma e deu em dois bolos.

Antes de cozer:


 Saido do forno:



Feito. Desmitificado: da trabalho, sim, mas é fazível e vale pelo agrado Dele que ficou satisfeito. Até a Makuks repetiu um bolo que, à partida, não liga muito.

Patricia       

A árvore de natal e o nosso Sinterklaas

Chegámos a Holanda em 2007. Em 2008 apercebemo-nos da tradição do Sinterklaas e comecamos a participar no seu desfile de chegada a cidade. Com o tempo, foi crescendo a tradição. O dia de Sinterklaas passou a ser o dia em que trocávamos as prendas na época festiva entre nós os quatro: era mais prático não termos de andar para trás e para a frente com coisas na ida a Portugal pelo Natal e já sabíamos da guerra que nos esperava e que, que ainda assim, teríamos de deixar umas tantas coisas em casa de ambos os pais.

E foi este mais uma festa limitada pelo maldito bicho invisível que anda ai e ninguém vê mas todos temem.

O Champs chegou já a meio da tarde (tinha acabado de escurecer) com um belíssimo ramo de flores. Tão querido, o meu filharão!

O Grandalhão tinha trazido um belo pinheiro no dia anterior e esperámos que o Champs chegasse para o enfeitarmos juntos. Tranquilo, ao som de músicas de natal e piadas Marcelino. 



E claro, acabar os postais de natal para os amigos.








Gosto em especial da sweatshirt que a Makuks escolheu para a data. E do pormenor dos headphones enquanto decorava a arvore ;-)







Fomos picando queijos e azeitonas e enchidos com um copo de vinho, enquanto espreitamos um trabalho que o Champs tinha de apresentar no inicio da semana seguinte, sobre a influencia dos social-media nas eleições dos estados democráticos. O jantar, muito sereno, em amena conversa. As já tradicionais almondegas como prato principal e a estrear como sobremesa uma mousse de chocolate com nozes, receita da avó e reavivada pelo meu mano no Verão.

Seguiu-se o momento de troca de prendas, tranquilamente, uma a uma, entre surpresas, piadas e gracejos. E sempre, muitos pepernotten. 

A prenda dos meninos para o pai:

A minha prenda para o Nuno (que era um bilhete a dizer que estava a caminho - chegou com um dia de atraso):
Livros são sempre benvindos! E algo para me apitar no pulso...
Um cesto Sinterklaas / Natal que uns amigos fizeram para os 4:
As prendas do Champs:

A prenda dos pais para a Makuks
E a prenda que chegou atrasada, no dia seguinte, satisfeita nas mãos do seu novo dono:

O Sinterklaas muito generoso. Mas acima de tudo, em comunhão. Uma tradição que fomos abraçando desde que aqui chegámos e que agora faz parte do coração.

Patricia       

23.11.20

Socializar em tempos de pandemia

Pandemia. Distância social. Proteger as células do corpo. Sim, claro. Mas somos também seres sociais, e por isso manter a sanidade mental, alimentando o contacto com os outros e também fundamental.

As medidas começaram a relaxar um pouco, depois da segunda vaga cá pela Holanda, e por isso retomámos alguns contactos, para tirar a barriga da miséria.

No domingo passado fomos lanchar a casa dos nossos grandes amigos portugueses cá da Holanda. Recebem-nos sempre com uma mesa maravilhosa e delicias a sair do forno: bolinho de cenoura e nozes (delicioso, e não pedi a receita!!); pão, doces caseiros, queijos; frutos frescos e secos diversos; uma bonita travessa com maças assadas a sair do forno; chá e acima de tudo sempre uma conversa deliciosa que nos faz sentir acompanhados. Levamos um bolinho de matcha em castelo.   

Esta sexta feira, devolvemos o convite que uma família nos tinha feito já há bastante tempo, com um jantar em nossa casa. Ja tínhamos tentado antes mas meteram-se as obras e depois a pandemia.

Uma família interessante: um casal e duas filhotas. Ela italiana, formada em biologia. Ele com dupla nacionalidade, filho de mãe francesa e pai alemão e formado em psicologia. Ambos neurocientistas, neste momento a estudar em especial a empatia. As filhas, de 9 e 6 anos, nascidas na Holanda e a estudar na mesma escola dos nossos filhos, a escola europeia.

O novo protocolo: sapatos ficam a porta de casa; nada de beijos ou abraços e a primeira coisa a fazer é ir lavar as mãos. Chegaram com uma enorme travessa de tiramisu, que comemos como sobremesa, apesar de termos tido de esperar porque eu a meti no congelador quando era suposto ter sido no frigorifico. Disparates de Patricia!

O jantar era muito simples, uma mesa com picos variados para entreter enquanto a Makuks foi gentilmente buscar as pizzas ao Mangiamore. E para sobremesa, tínhamos os tiramisu e macas assadas, não tão bonitas como as da Cristina porque eu gosto em especial que fiquem quase em puré.  Para ganhar um espaço especial no coração das meninas, tínhamos coca-cola que, como nós também fizemos com os nossos, só lhes é permitido em dias especiais.

Conversa muito intensa sobre ao que andamos, projectos, educação, e um bocadinho de neurociência e filosofia. Em especial, falou-se num projecto que ela está presentemente a desenvolver cá na Holanda com um grupo de especialistas diversos e que pretende ver se e possível influenciar o voto com empatia, isto e pensando nos outros e no futuro (por exemplo, quando alguém vota ter em conta a mudança climática e impacto que terá não para o próprio mas para os outros, ou da vacina, que pode ser um risco para o próprio mas visa a protecção de todos), mas ao mesmo tempo, deixar espaço a liberdade de escolha pessoal. Tema polemico que discutimos todos.

Fez-me lembrar um comentário do Champs aquando do Brexit: que aqueles que nele votaram não estarão cá para viver as consequências e que portanto algumas pessoas não deveriam ter o mesmo peso em algumas decisões do que aqueles que (mais provavelmente) estarão (que na realidade ninguém sabe o amanhã). Posição também polémica, mas passado tempo de facto concordo que pelo menos se deveria considerar a ponderação do peso do voto.    

Já ontem, passamos por Haia para almoçar uma belo Thai com o Diogo pelas ruas que os restaurantes só estão abertos em Take-away.

Depois visitamos uns amigos holandeses em Roterdão que se mudaram para uma casa espectacular, recuperada de uma escola antiga e com andares com pés altos fenomenais. Conversa também agradável e ainda bem que levamos o pão de ló.

Patricia       

13.11.20

Makuks – relatório de Outono S5 Eng

quina!!!!!!!!!!!

Mudou de secção, ou seja, inverteu a sua Língua 1 (L1) para inglês, língua na qual agora aprende para além da língua em si as ciências naturais e a matemática, e como Língua 2 (L2) passou a ter francês, ou seja para além do estudo de francês aprende história e geografia também em francês.

Para além disso mantem L3 Espanhol e L4 holandês. Arte e desporto são dadas em inglês.

A mudança da língua foi feita em preparação para a nossa expectativa de mudança para os EUA e tendo em conta que a Makuks tem aprendido (e portanto pensa) sobretudo a matemática em francês. Ora, para além de se ter de ajustar à terminologia, também tem de se ajustar à metodologia, ambas substancialmente diferentes das que está habituada.  

A Makuks sempre foi excelente aluna mas eu esperava um período (possivelmente um trimestre) de ajustamento. Vem por vezes aborrecida com ciências naturais (apesar de no segundo teste de biologia ter tido a melhor nota da turma…) e vê-se que sente alguma frustração com as diferenças a matemática. Normal. A inglês, teve um 9 num dos trabalhos que fez sobre um livro, o que achei absolutamente brutal.

A média global do período é de 9,1. Não obstante os números, melhor são os comentários dos professores, ora vejam:


 Mama muito babada da sua filhota linda!

Patricia

11.11.20

Linguas de veado

 As primeiras que fiz, receita da minha prima, com acrescento abundante de raspa de limão.

Ficaram boas mas feias. Tenho arranjar um saco de pasteleiro e fazer em forma de swoosh – vai ser um sucesso em Portland!

Patricia

9.11.20

Momentos de Outono 2 – No Beatrix Park

 O Beatrix Park é o meu jardim e nele me passeio quase diariamente. Não me canso. Gosto de ver as minhas amigas arvores e de ver-lhes as mudanças e sim, de falar com elas. As árvores nunca me viram as costas, porque como escreve Bagão Felix, não as têm.

É entre meados de Outubro e o inicio de Novembro que o Outono aparece no seu esplendor, e adoro passear-me por ele

de brincar as telas de cores,



entender as diferenças de folhas, frutos e troncos,









ver como as árvores se colorem


























e como mudam em poucos dias, neste caso, de uma arvore originaria da Coreia, Sorbus Dodong, a diferença abissal entre 19 de Outubro e 5 de Novembro






Absolutamente deslumbrada com o Outono no meu jardim.

 Patricia