Tem-me chamado a atenção o número de casos que oiço de separações e divórcios. Pergunto-me se será mais um dos efeitos Covid, ou se natural fruto da “crise da meia idade”, ou do medo do vazio pós a tarefa/prova mais longa e extenuante que é a responsabilidade de ter e criar filhos, e de educá-los a serem adultos funcionais, autónomos e competentes de que nos aproximamos. É uma nova fase (uma segunda adolescência?) que se abre para nós, convidando-nos a nos repensar, a nos reinventar. É brutal. Natural que as pessoas fiquem obstinadas em “viver a vida”, em dar prioridade à carreira e em colocar os relacionamentos em segundo plano.
Parece-me curioso, todavia, porque as pesquisas sobre a felicidade que tenho visto indicam que bons casamentos são um reforço multivitaminico para a saúde, a felicidade e quase
todos os outros indicadores do bem-estar humano.
O que quer dizer que se a aliança não empodera cada pessoa do casal, não cria bem estar, então a separação pode bem ser a solução. Nada contra alterar equipas que não são funcionais.
Penso (e tenho-o dito aos meus filhos) que a
escolha de com quem vamos partilhar o nosso bem/recurso mais preciso (tempo), conviver e esbarrar em momentos de bonança e de tempestade, deve ser uma prioridade máxima na vida.
Sendo que essa escolha não se cristaliza no dia do casamento. É diária.
Diz o bom senso que é importante reflectir sobre si, conhecer-se. O parceiro torna-se a conexão primária - ou assim foi para mim quando nos lançámos à aventura e a nossa única rede de apoio (que foi imensa) foi dada pelos pais e e irmãos nas férias. O resto do ano era mesmo como a imagem acima.
Sempre foi, é (e será) importante saber que sou amada, cuidada, valorizada, tratada com gentileza e respeito. Tal como é crucial garantir que retribuo e reciproco essas mesmas coisas para o Grandalhão. Trata-se de assumir quem se é e também aceitar quem o outro é.
Patrícia