30.12.15

Do Natal

O período de Natal é, por excelência, tempo de comunhão em família - leia-se comunhão, neste contexto, como o acto de realizar ou desenvolver alguma coisa em conjunto – e por isso, e novamente, optámos por passar este tempo em Portugal, junto principalmente dos nossos pais e irmãos. A comunhão é, como é natural, vivida de forma muito diferente consoante onde e com quem se celebra. Pode ser tranquilidade e alegria. Ambas são os natais que conheço e que estimo. Um dia, hei-de fazer o meu natal – gostava que fosse com todos - , e há-de ser diferente – uma mistura dos dois? Talvez. – e nesse dia, sei que me vou lembrar destes com saudades. Assim é a natureza humana.   

Este foi bom.

Os meninos crescem e cada vez mais nos dão mais autonomia: vantagem de os termos tido (relativamente) cedo. Deixaram-nos muito satisfeitos para ir com os avós e primos por duas noites. Na primeira, saboreámos a lareira e, no dia seguinte rumámos a um passeio (no novo pópó dos meus pais) pelo sul. Tranquilos, “jogando conversa fora”, sem rumo definido passeámos durante dois dias, com paragem para jantar e dormida na acolhedora pousada D. Afonso II, em Alcácer do Sal. A pousada está situada dentro das muralhas (com vista para o Rio Sado e os seus arrozais) do antigo castelo muçulmano, conquistado pelo rei que lhe dá nome no século XII. No século XVI foi adaptado ao funcionamento de um convento. A estadia foi maravilhosa (o único senão foi não terem a lareira acessa): bar & gastronomia deliciosa, descanso e silêncio q.b., atenção com discrição por parte do pessoal.

No regresso a Lisboa, aproveitando a lufada de ar fresco, enchemo-nos de coragem e, lá acabámos a compra das prendas de Natal que faltava. Claro que umas mais que outras, mas acho que foram conseguidas. Ou pelo menos, todas compradas com carinho para cada um dos presenteados.

Em seguida as festas.

Este ano foi ano de passar a véspera de Natal em casa dos sogros. A tarde de preparação: a salada de frutas; a disposição da mesa; a música de natal; os brigadeiros da cunhada. E logo, chegada a hora do jantar, o convívio de todos, marcado pela presença dos tios. Para o jantar, sempre a canja, o especial perú (com ossos) recheado no forno, o puré de batata condimentado de noz moscada, a salada e, para sobremesa (entre os múltiplos bolos da época: bolo-rei, broas castelares, sonhos e outros que não me encantam especialmente mas que não poderiam faltar a uma mesa de Natal) a inconfundível salada de frutas. Tudo no meio de conversa amena. Com historias do passado, com ideias sobre o futuro. Com vontade de saborear o tempo passado em conjunto. Em seguida, agora em mais apaixonada conversa, a clássica a troca das prendas ao estilo amigo secreto. E a despedida. Daqui a dois anos lá estaremos de novo – desejando que com todos e com saúde.

E no dia seguinte, o dia Natal. Este passado na casa eleita pelos meus pais. Com a mãe sempre na grande ansiedade do Natal – festa que é sua e que prepara com o coração cheio, o ano inteiro. E o pai, claramente satisfeito quando estamos todos. Chegamos para o almoço. Quando chegamos, reparo em duas coisas para além da mesa já estar posta: a lareira acessa (outra das associações indissociáveis ao Natal); e o cheiro ao cozido à portuguesa único e imbatível da mãe. Vai ser esse o almoço. E tem de haver espaço para ele. E para as entradas que também não sou capaz de recusar – como pouco mas saboreio quase tudo. A mesa, a condizer com a toalha vermelha: cheia de alegria. E as sobremesas. E o café, que tem de ser depois de tudo o que ingeri.

Seguiu-se o espectáculo, remniscência do que fazíamos em crianças, na véspera de Natal e para nos mantermos acordados e entreter os adultos (chegámos a ser 40) até chegar a meia noite (quando passava o pai natal com as prendas). Quatro “pequenotes” na família (mais a avó) já são recursos suficientes para um “show”. Fazem um teatro, ensaiado mas trapalhão. Estarão com pressa? Penso que para as prendas.

Logo a seguir a distribuição de prendas. Quatro pais-natais vestidos a rigor e um elfo (a mesma equipa da peça de teatro). Muita confusão de prendas – quem deu o quê a quem? Porquê? E o quem gostou? Perguntas sem resposta. Não interessa – aqui o que interessa é a alegria do natal. Que seja celebrada!

E segue-se a dança das indianas – porque a mãe este ano concretizou um dos seus sonhos e foi numa viagem à ĺndia e trouxe um sari a cada menina.

E logo continua. Agora já não tanto em modo de natal mas em modo de um desejo de pais. Entendo, daqui a muitos anos também vou querer ver, a somar aos agora presentes, as famílias que (e se) os meus pequenotes constituirem – todos juntos. Será que vai acontecer? O Di diz que vai sair do velho continente (ou do planeta nos dias em que se sente mais aventureiro e confiante no “avenir”), a Kaki diz que vai viver nos EUA ou em França (e di-lo com a certeza de que já sabe e, pronto). Será que vêem? Pelo Natal ou pelo Sinterklaas? E onde nos encontraremos? Ano sim, ano não?

E assim é o natal. Uma grande comunhão. De tempos (idos, presentes e futuros), de tradições familiares – da minha de origem, da do Grandalhão de origem, do que passou a ser quando nos juntámos e do que da nossa união nasceu, de projectos e sonhos e divagações sobre o que será – com a certeza que será, sempre, o momento e por excelência, de comunhão em família.

Bem hajam todos.

Patrícia  

P.S. E não referi o Natal das primas, logo de seguida, que também já se tornou tradição e parte das festividades do Natal.        

16.12.15

Kaki - primeiro trimestre 2015/2016

E assim recebemos mais um relatório excelente da nossa Kaki: 1T CM2.


Em 117 pontos avaliados teve A (adquirido) em 116 e teve B (em curso de aquisição) a um dos pontos. 

Fantástico, não é?

Quase prontos para as férias de Natal.

A mãma orgulhosa e muito babada.

Patrícia

13.12.15

Este domingo

Duas notas dignas de registo:

1 - Sarau de ginástica

A Kaki teve mais um sarau de ginástica. Novamente a fomos ver a representar o seu clube e fazer as suas macaquices.
Tem estado mais entusiasmada com a natação sincronizada, e, verdade seja dita, parece nao haver muito progresso na ginástica. De modo que imaginamos que se tenderá a focar na nova actividade.  

2 – Iniciativa do Diogão

O Campeão quis ficar por casa. Pensei que para relaxar. Mas na verdade surpreendeu-me muito pela positiva. Quando chegámos das 3 horas de meia fora no sarau, tinha estado todo o tempo atarefado com o bem comum: fez a cama, arrumou o seu quarto, limpou a varanda que estava suja com lama das suas chuteiras, pôs a mesa, limpou os ecrãs de tudo o que podia em casa, foi comprar uma prenda para uma distribuição de natal que tem na escola, comprou chocolate e estava quase a terminar um bolo quando chegámos a casa, preparou o Polar Express para vermos quando chegássemos. Tudo por sua livre iniciativa.
Que orgulho dos meus meninos que estão a crescer tão depressa.


Patrícia  

6.12.15

Sinterklaas

Um dia depois do Campeão retirar o seu siso inferior, e de, com o lado esquerdo da cara inchado, ir celebrar o aniversário de um dos seus melhores amigos (valente!!!), eis que chegou a  noite de São Nicolau. Noite que se tornou especialmente querida para nós – uma das tradições que claramente absorvemos do nosso país de acolhimento.
O jantar, sempre especial, seguido dos miminhos deixados pelo Sinterklaas.

Algumas imagens, para mais tarde recordar.





Gosto. Gosto muito do amor, da alegria e da harmonia do nosso lar.
Patrícia 

4.12.15

Esse é o espírito

Cá em casa entendemos todos que o Pai Natal é uma personagem questionável. Isso, todavia, não nos impede de celebrar o espírito de Natal e muitos dos seus rituais.

Já falei da árvore, da música e do calendário do advento. Não contei ainda como, num destes fins de tarde fomos (a Kaki, a avó Berta e eu) apanhar azevinho. A ideia era reanimar um centro de natal. E a Kaki assim o fez.


E hoje à tarde, foi tempo de biscoitos de Natal. Deliciosos!


Sempre com vontade de experimentar e celebrar.

Patrícia  

2.12.15

A árvore de Natal

Tem de ser um pinheiro, natural e grande (encomendei 2 metros mas veio bem maior).
É sempre um momento de família, decorá-la. E este ano tivémos a sorte de ter a avó Berta a ajudar. E a registar.






Agora sente-se o cheiro a pinheiro, já se ouvem as músicas de Natal, acendem-se velas e a casa está mais cheia.

Estamos a postos para um dos meses mais bonitos do ano.


Patrícia

Let the countdown begin!

Que comece o Natal!  

E seja em familia, quente e doce.
Patricia

15.11.15

13 Novembro

Não me interessa qualquer tipo de nacionalismo: Sou cidadã do mundo de alma e Lenon(iana) - Imagine there's no countries, it isn't hard to do. Nothing to kill or die for, and no religion too. Imagine all the people, living life in peace" no mais profundo das minhas crenças.

Sexta feira 13 Novembro foi uma noite sangrenta em Paris, cidade a que temos uma forte ligação.

Incrédula com os acontecimentos – que sim, não sendo hipócrita reconheço que acontecem todos os dias mas ganham dimensão quando acontecem na nossa vizinhança - pergunto-me, o que estamos a fazer de tão errado e onde tudo isto nos vai levar?



Patrícia  

13.11.15

Campeão – relatório escolar 2015/2016

O Campeão atingiu a adolescência e as suas hormonas tem-se feito sentir na variação do humor.
Apesar dessa turbulencia natural, as notas, sempre fantásticas, enchem-me de orgulho. Bem como os comentários dos professores.

Patrícia  

8.11.15

Natação sincronizada

Apesar da nossa Makuks ter várias actividades este ano (ginástica, pintura e behind the scenes e ainda das variadas actividades que faz com a Laura) ainda não estávamos satisfeitos.

Tínhamos falado em voltar à natação – porque ela é uma golfinha – mas o Grandalhão propôs a natação sincronizada porque é um misto de natação, ginástica e dança. Exige grande habilidade na água: força, resistência, flexibilidade, graciosidade, sincronismo.

Ontem foi a aula de iniciação da Makuks. Adorou. Pode ser que, finalmente, tenhamos encontrado aquilo que é a cara dela.

Patrícia 

O homem (3)

Pés bem assentes no pouco chão disponível, segura-se à cadeira enquanto é impelido para longe do verdadeiro solo. Porquê verdadeiro, quando também esse se desloca no espaço ancorado por uma força centrípeta invisível. Ambas ilusões, o corpo servo da mente, mero meio de transporte e infra-estrutura de sentidos. Até quando sobreviverá o corpo biológico, em breve substituído por soluções biónicas mais resistentes e duradouras. Conflitos éticos à parte, que ligação efectiva pode ficar a esta carapaça pré-histórica aprimorada por milénios de experiência colectiva mas ainda assim deficitária. O cérebro num casulo à sombra de perigos e degradação, alimentado ininterruptamente por estímulos e energia auto-renovável. Neste devaneio passam os primeiros minutos de vôo, o comandante estabiliza o aparelho e a tripulação levanta-se para dar início ao serviço de bordo.

Visto de cima o estádio é pequeno. Óbvia constatação só por si, não tanto se posta em perspectiva. Quem o olha agora do alto já o viu ao perto e reconhece ao longe os traços precisos e geométricos que em detalhe se disformam para dar lugar a uma imensidão de materiais, cores e tons. As coisas ganham assim vida, como células observadas a olho nu e progressivamente magnificadas a microscópio, reveladas na sua inteira identidade por força da observação. Um jogo num estádio só acontece quando testemunhado, senão mais não é do que o potencial desse mesmo acontecimento, previsto e organizado mas possivelmente nunca efectivado. Tal é igualmente o caso de qualquer interacção humana, do nascimento à morte, ambos tornados reais por decreto. Todos estamos sujeitos à morte em qualquer momento, e enquanto tal sempre apenas provavelmente vivos. Entender isto é aceitar a vida como um todo.

De novo abstrai-se de tudo e procura algo para passar o tempo. Esse mesmo que no dia a dia tanta falta faz para mil prazeres e afazeres, aqui pesa e sobeja. Agarra a revista mais próxima e folheia desinteressado páginas cheias de futilidades e caras anoréxicas. Glamour fabricado em estúdio por publicitários resignados à lei do mercado.


Soltas 1

Dorme meu amor. Deixa-me embalar-te. Encosta a cabeça sem medo, sabes que jamais te deixaria cair. Assim somos nós desde o princípio, envoltos numa confiança mútua quase cega. Afago-te o cabelo ao som de uma qualquer melodia indistinta, olhos fixos no infinito para além das folhas caídas pela melancolia do Outono. Paira a tranquilidade e a harmonia, apesar da vertigem que à superfície sempre marca os movimentos aqui em casa. Esta casa, tão igual a tantas outras, espelha o que nela se passa. Tudo é modesto e introvertido mas quente.

Assim te vejo, em corpo e espírito, tal como te imagino ao longe. És a imagem que me ocorre, a representação exterior inevitável da paz que sempre busco. Deitada no nosso sofá, preenches sem querer os grotescos buracos de tempo e espaço que sem ti me sugariam. 

Fustigada por demónios em sonhos mirabolantes, esperneias e gritas aflita até te agarrares a mim. Aí acalmas e entregas-te de novo a esse outro mundo que não conheço. Histórias que dariam filmes sugiro. Sorris misteriosa sempre que me atrevo a pisar esse território tão privado. Um sorriso terno e misterioso, a roçar o malandro. Olhos de amêndoa a fugir da cara e pousar num qualquer ponto distante imaginário. Não estás aqui. Este momento não é meu mas não me ofendo. 

Julgas que gozo contigo. A verdade é que me fazes rir sem razão. Não por seres cómica, muito menos risível. Sorrio, rio até, apenas por olhar para ti e acreditar que tudo isto é real. 

Nuno (in Soltas)

5.11.15

Indiana

Não é carnaval mas não faz mal, tinha de partilhar esta coisa linda:


Com o vestido que a avó Nelucha lhe trouxe da sua viagem à magnífica índia. Estou verde de inveja.

Patrícia 

1.11.15

Londres 2

No segundo dia andámos sobre o Tamisa. Subimos ao London Eye, vimos o Big Ben e fomos em passeio – lindo dia de Outono - até Chelsea onde brevemente visitámos o Museu de História Natural.








 Ao final da tarde, pelas 5 como não podia deixar de ser, fomos tomar chá ao Grosvenor House. Ambiente maravilhoso.


E daí seguimos para um musical: os Cats no London Paladium.

Regressámos em passeio e a pé ao hotel, passando pelo intenso tráfego pedrestre e iluminação do Piccadilly Circus.

Na manhã seguinte, porque era dia de celebrar o Hallowen, tínhamos à nossa espera o London Dungeon. Para descontrair passamos primeiro pelo Hamleys, onde os pequenotes se deliciaram com brinquedos, peluches, gadgets e afins.

Estava apreensiva com 90 minutos de terror mas correu tudo bem, mais grito menos grito.

E a tarde estava, claro, reservada à grande final de rugby (Nova Zelândia – Austrália) que vimos, juntamente com milhares de outras pessoas, na Trafalgar Square.




E depois, o regresso à calma e rotina de casa, que também sabe tão bem!!!!

Patrícia