25.12.12

Nosso primeiro jantar de Véspera de Natal enquanto anfitriões

Este ano decidimos, pela primeira vez desde que emigrámos e por diversas razões, não ir a Portugal pelo Natal.

Resolvemos que, não obstante, celebraríamos a Véspera de Natal em nossa casa. Fizémo-lo, pela primeira vez, este ano - e que trabalheira dá!

Tendo em conta os amigos de diferentes locais do mundo (4 continentes representados) que convidámos, resolvemos que perú seria o prato mais consensual. Éramos 17: nós os quatro; uma família de mais quatro, ele da África do Sul, ela do Reino Unido e os pequenotes nascidos na Holanda; um casal com um filhote da Holanda; mãe e filho, ela do Japão, ele nascido na Holanda; dois amigos gregos e um casal americano. 

Decidido o menú, arranjámos panela (36 litros) e tabuleiro que naturalmente não tinhamos para a tarefa que nos propunhamos. O Grandalhão encomendou o bicho e sábado foi buscá-lo. O bicho tinha 9 kgs.

Ainda sábado, eu e a Kaki preparámos tudo para, com muito carinho, o pôr a marinar. Passou quase 24h numa piscina, a ganhar gosto. 
Domingo, cozêmo-lo. Uma cozedura mais ou menos rápida para assegurar que apanhava um entalão mas não o suficiente para se desfazer assim que lhe pegássemos. E, tabuleiro com ele.

Recheámo-lo com carnes e enchidos mas não o conseguimos coser - e também não foi preciso.


Pincelado várias vezes e virado outras tantas com o forno ligado durante muitas horas (domingo e segunda), mesmo a testar a paciência. O perú ficou pronto a horas do nosso jantar da véspera de Natal.

O molho, fê-lo a amiga americana, ao estilo do molho que é feito para o perú do dia de acção de graças: manteiga, farinha e o molho do tabuleiro onde assámos o bicho.

Comêmo-lo, depois de ter comido os camarões que o Grandalhão tinha feito como entrada. Pareceram-me bons mas distraí-me a tirar fotos e tratar da refeição dos pequenotes. Quando fui ver o que me calhava na sorte, tinha desaparecido tudo!

Na minha memória ficarão como de deixar água na boca... E em baixo a prova de que até lambiam os dedos a comê-los!

Para os meninos tínhamos preparado almondegas.


As sobremesas foram variadas e trazidas pelos convidados. Tínhamos, apple crumble, american cookies, bolachas holandesas, e claro, bolo rei e broas de natal.

Depois foi o momento de distribuir uma prenda por cada criança.


E do convívio que se segue, até ser já tarde e os convidados, começarem a sua jornada de regresso a casa.  
  Tivémos saudades sobretudo da família e de tantas pequenas (e grandes) coisas que há, só em Portugal. Mas tendo a decisão sido tomada de passar cá o Natal este ano, soubémos reunir-nos de boa gente, e de fazer uma celebração ao nosso estilo - fortemente influenciado em tudo pela herança de todos os Natáis passados.   Soube bem não ter de ir a lado nenhum, apesar de haver os despojos da guerra para tratar... E, tarde e exaustos nos deitámos. Na manhã seguinte, nem queria acreditar quando, às 7 da manhã, acordei com as vozezinhas a gritar "mamã, papá, o Pai Natal passou cá por casa!!!!!!"

Patrícia

23.12.12

Cinderella

Fomos hoje ver a Cinderella ao Muziektheater, Amsterdam. A coreografia de Christopher Wheeldon estava espectacular. Esperava algo muito mais clássico e surpreendeu-me pela positiva porque conseguiram aliar  a magia, comicidade e técnica no mesmo espectáculo.


O Campeão, que achava que ía ser "torturado", gostou. A Kaki também e eu, vi o ballet deliciada e, desta vez, até ao fim.

Patrícia



22.12.12

Kaki - primeiro trimestre da CP

A Kaki começou, como se esperava, muito bem o início da primária. Teve A (de acquis) em todas as competências que foram avaliadas em francês, inglês e holandês. As competências avaliadas estão divididas em quatro grandes categorias no francês:

1. Compétences sociales et civiques
- Instruction civique et Morale

2. Maîtrise de la langue française
- Langage oral
- Lecture
- Écriture
- Orthographe

3. Principaux éléments de mathématiques
- Nombres et calcul
- Géométrie

4. Découvrir le monde
- Se repérer dans l’espace et le temps
- Découvrir le monde du vivant, de la matière, des objets
- Arts
- Education Physique

Definitivamente não é um feito comum nesta escola e a Kaki continua de parabéns!

A professora de francês escreve no caderno de avaliação relativamente ao primeiro trimestre: "Excellent premier trimestre de Cp. Catarina est une élève sérieuse et appliquée. Elle a des facilités à apprendre et ses compétences en lecture lui permettent déjà d’être autonome. Elle s’intéresse à toutes les activités et participe beaucoup en classe. Félicitations également pour son comportement en classe et avec ses camarades.C'est un plaisir de l'avoir comme élève."

Já a professora de inglês, escreve sobre a "língua estrangeira" da Kaki (isto porque se assume na escola que o Francês é a língua materna, que no caso da nossa lindinha, obviamente não é): "Catarina has made an excellent start to the year in English. She is a conscientious member of the class who participates enthusiastically in all activities. Her general communication skills are excellent and we will be working on grammatical and lexical accuracy over the year. She is able to read some simple English words by using the sounds we have learnt in class. Keep up the good work Catarina."

O Didi ainda não recebeu a avaliação. A professora adiou o envio do caderno de avaliações para depois das férias. Mas os resultados continuam muito positivos. A título de curiosidade, fui espreitar o caderno do Diogo para exactamente a mesma fase. A professora era outra e o Didi teve 35 A, no total de 38 pontos avaliados. 

Em baixo ficam duas das obras, lindissimas aos meus olhos de mamã babada, que a Kaki produziu neste trimestre.

"Só traços"

 "Grenouilles"

E mais não digo.

Patrícia

Não há como brincadeiras de irmãos

E os nossos meninos não são uma excepção. É  relação mais testada de todos os tempos: brincam, zangam-se um com o outro, protegem-se um ao outro, entendem-se, desentendem-se, provocam-se, e, crescem juntos.

Saudades do meu mano por perto.

Patrícia

15.12.12

Kung Fu

Hoje os meninos completaram mais uma semana de exames e conseguiram a faixa na cor respectiva do cinturão que se segue.
O Di recebeu hoje a faixa roxa para o seu cinturão verde.

Já a Kiki, tinha o cinturão vermelho e hoje recebeu a faixa verde.

Lá vamos tendo os nossos dilemas sobre a continuação ou não desta actividade.

Foi o Grandalhão que a escolheu, a dedo, e procurou a escola. Ultimamente, tenho sido a maior defensora de que nela continuem porque considero que tem várias vertentes boas. Trabalham na forma física, e nos princípios de respeito, controlo, concentração, auto-defesa, integridade e disciplina. É uma actividade que podem fazer ao mesmo tempo e que beneficia os dois - o que, para pais sem grande tempo disponível, é uma grande vantagem. Dá-lhes também competências para, não estimulando a agressividade, saberem proteger-se.

É importante também porque os obriga a estarem continuamente expostos ao holandês. Finalmente, acho importante que os obrigue ao compromisso e a não desistirem. Aliás, o mote da escola é "a black belt is a white belt that never gives up".

Patrícia

9.12.12

Oh - Paris, Paris!

Este fim de semana fizemos uma surpresa aos meninos e levámo-los a Paris.

Saímos quinta-feira, dia que os meninos não tiveram aulas, ao final da tarde. As malas já estavam no carro de véspera e eles só descobriram já a caminho. Passado o jantar na Bélgica e cinco horas de viagem chegámos ao nosso destino. Tínhamos hotel marcado na Avenue de la République e aí fizemos o nosso poiso.

No dia seguinte de manhã, depois de um pequeno almoço reforçado, dirigimo-nos ao Louvre. Entrámos pela pirâmide (entrada principal) e visitámos duas das alas do Louvre. Começámos pela ala Denon onde vimos, entre outros, a vitória de Samotrácia, a Gioconda de Leonardo da Vinci, a sagração do imperador Napoleão e a Vénus de Milo (que o Di reconheceu do filme Astérix nos Jogos Olímpicos...). Depois passámos à ala Sully onde o Di queria ver, em especial, antiguidades egípcias e vimos, entre outros, a estátua sentada de Ramsés II. Os meninos ficaram impressionados com o tamanho do Louvre, e com o de alguns quadros que ocupavam paredes inteiras. Ainda acharam engraçado alguns pintores que faziam imitações perfeitas de obras primas expostas no museu. O Di gostou especialmente do Louvre, já a Kaki não achou grande graça ao conceito de "grandes corredores com imagens paradas nas paredes".




Do Louvre seguimos, junto ao Sena, até Notre-Dame de Paris. Não sem antes fazermos uma pausa de aquecimento com chocolate quente e madalenas. Visitámos a catedral que comemora, este ano, 850 anos. Depois de visitar a igreja decidimos subir às torres onde se dizia que o Corcunda Quasimodo viveu. A subida das torres é feita em grupos numa escada em caracol de 422 (li algures) degraus. É cansativo mas fizemos e vimos lá de cima a fantástica vista sobre Paris, as gárgulas e as criaturas fantásticas (pássaros fantasticos, animais híbridos, monstros fabulosos). Quando descemos de novo a escadaria, a Kaki tinha as pernas a tremer, tal tinha sido o esforço - que segundo todos valeu muito a pena.



Daí passámos a ponte para o lado da Sorbonne onde almoçámos e visitámos uma fantástica loja de banda desenhada. De novo voltámos a passar o Sena e entrámos num autocarro de turistas que nos levou à Torre Eiffel. Com tudo isto o sol tinha-se posto, o frio intensificava-se e a Torre, não só com a iluminação normal mas também de Natal, esperava por nós. A Kaki estava radiante de ir à Torre Eiffel (o Di nem por isso). Lá esperámos até à nossa vez de chegar ao segundo andar (o topo estava encerrado). Vento e frio fizeram-nos rapidamente querer voltar a descer, desiludidos com a visita à Torre. Talvez a vista do topo num dia de Verão valha a pena, o que fizemos, no Inverno, foi uma bela decepção e a Torre vale o que vale por fora, apenas.


Esgotados, molhados e com frio, dirigimo-nos a pé ao hotel. O Di amuou. Lá parámos para nos reconfortar o estômago numa Brasserie antes de caírmos, esgotados, na cama. Não sem antes o Grandalhão receber uma chamada que, de uma forma ou doutra, ficará para a nossa história comum.

Sábado acordámos famintos e um pequeno almoço no hotel satisfez-nos. Daí fizemo-nos a caminho do Forum des Halles - passando a caminho pelo Centre Pompidou que ficará para outra visita - para passar um bom tempo na Fnac - gigantesca, comparada com qualquer uma de Portugal. Os meninos lá encontraram alguns livros que leram, sentados no chão da loja. O Di trouxe o seu primeiro Harry Potter ("de setecentas e cinquenta e sete páginas") e a Kaki a sua primeira enciclopédia em francês, entre outros.

Voltámos ao Louvre para subirmos/descermos (??) os Campos Elíseos em direcção à Place de la Concorde. Daí percorremos as ruas para a Opera, onde almoçámos, regalados, num restaurant bem français e cheio de locais. Depois fomos até ao Arco do Triumfo (passámos a subida depois de olhar para a fila e da desilusão do dia anterior) e descemos a Champs Elysées - cheia literalmente à pinha para as compras de Natal e de pedintes (que muita confusão fez à nossa Kaki) - e daí seguimos para o mercado de Natal.





De novo metemo-nos no metro para ir para a zona do hotel onde resolvemos (bem) aventurar-nos num restaurante Coreano.



De novo cansados dormimos que nem pedras. Na manhã seguinte, depois de um pequeno almoço parisiense na République, dissémos adeus ao hotel e fomos buscar o carro para nos fazermos à estrada, de regresso a casa.


Um fim de semana a não esquecer numa cidade fabulosa.

Patrícia