15.7.08

Ainda a propósito do Diogo

e das suas conquistas, revíamos no fim-de-semana o seu percurso, com especial enfoque no período que decorre desde a nossa vinda para a Holanda.

Quando veio, o pequenote só falava português. Bem falado (em minha opinião, muito bem falado para a idade e mesmo quando comparado com muitos outros bem mais velhos) mas nenhuma outra língua, como é normal numa criança de 4 anos.

Em ano e meio aprendeu francês, ao ponto de termos pais de colegas dele a dizer-nos que ele passaria por francês sem qualquer hesitação, e holandês suficiente para se desenrascar nas mais variadas situações.

Numa escola tradicionalmente exigente e pouco tolerante para com miúdos menos capazes, estabeleceu-se como um dos melhores da turma, apesar de ser um dos raríssimos sem qualquer relação familiar com um nativo.

Temos tido relatos de outros pais de origens não francesas sobre inadaptação, dificuldades, rejeições. O nosso campeão chegou, viu e venceu, sendo um miúdo popular entre os colegas e os professores, que o reconhecem não só pelas suas capacidades intelectuais mas também pela sua postura social.

À tarde, depois de um dia inteiro no liceu, vai para o ATL holandês e integra-se de tal maneira que nunca quer ir embora quando chegamos do trabalho para o levar para casa.
E em casa ainda tem energia para ser o herói máximo da minúscula, com quem vem estabelecendo uma relação fraternal encantadora, tendo arrasado desde o início quaisquer dúvidas que pudéssemos ter em relação à sua aceitação da irmã no seio familiar.

Quando penso em tudo o que poderia ter corrido mal e o vejo a limpar desafio após desafio sem nos dar sequer espaço para preocupações, só me apetece escrever isto para ele no futuro saber que também nós sempre reconhecemos, em privado e em público, todos os seus inúmeros méritos.

Nuno

13.7.08

Mais uma vez o Diogo soma e segue


Viajou hoje de avião e, pela primeira vez na sua vida, como menor não acompanhado. Tudo correu muito bem. Deixou-nos a dizer adeus todo contente e pelos vistos chegou também todo contente. Sabemos que pelo meio não chorou e não teve medo. Quando falei com ele ao telefone, depois de ter sido entregue ao avô disse: “mamã, quero dizer uma coisa: no aeroporto em Amsterdão fui de carro até ao avião!”. Foi o que me quis dizer depois deste desafio. Em suma, tirou de letra.

Tudo, em especial ele, foi devidamente preparado, e tivémos a preciosa ajuda do Xano, que conseguiu estar entre a tripulação do avião que o levou e assegurar uma cara familiar. Muito obrigada! Se não fosses tu, teria ganho mais 1.000 cabelos brancos em vez dos apenas 100 que ganhei hoje.

Feito. Parabéns filhote, és um espanto!

Patrícia

9.7.08

O Rei Leão


Ambos os filhotes estão, neste preciso momento, pregados ao ecrã para mais uma vez assistirem ao filme da Disney O Rei Leão.

Perdi a conta ao número de vezes que já o viram, ou mesmo que eu o vi. Lembro-me que a primeira vez que assisti, eles estavam ainda bastante longe de existir, na companhia da minha mãe, algures numa sala de cinema em Lisboa. Lembro-me também que chorei imenso.

O filme é formidável em todos os aspectos por isso não me incomoda muito que o vejam vezes sem conta. Seja nas imagens da savana africana com um impressionante realismo, nas cores, na música ou nas personagens, todas elas animais apesar de humanizadas ao máximo (creio que nunca aparece no filme um ser humano), no habilidoso contrabalanço entre o drama e o humor. As fenomenais personagens do Simba, Mufasa, Scar, Nala, Pumba, Timon, e claro, as hienas. A banda sonora também ela brutal. Com tantas e tantas mensagens: o ciclo da vida, o Hakuna Matata, a chamada para a responsabilidade...



A Disney é invencível no mundo da magia. Os filmes são absolutamente geniais, lembro-me do Dumbo, do Bambi, do Mogli, da Dama e do Vagabundo, dos Aristogatos, do Aladino, da Pocahontas, do Hércules, do Nemo, dos Incríveis, dos Carros, dos Robinsons (também este brilhante). Curiosamente, as histórias da Cinderela, Gata Borralheira e Branca de Neve não têm tido qualquer aderência cá em casa, porque a meu ver não promovem nada de construtivo. Claro que a Catarina lá chegará aos grandes ícones do imaginário feminino, como o Diogo chegou aos pokémons e ao homem aranha. Mas por agora tem sido orientada mais para os ícones femininos menos clásicos: não se fala em princesas (sou 100% republicana!) mas em fadas ou em sereias.

Enfim, regra geral gosto das produções da Disney. Gosto porque realmente me dá gozo ver os filmes e gosto porque gosto de os deixar ver. Fosse o mundo assim.

Em particular o Rei Leão é um filme que acredito deva fazer parte do reportório das gerações futuras.

Patrícia

7.7.08

Mais dois marcos na nossa jornada comum:

O nosso blog, que completou ontem o seu primeiro ano de existência.

E a celebração do nosso sétimo aniversário de casamento que, desta vez, foi com um jantar na nossa actual casa e alguns amigos (os adultos do mundo civilizado e as crianças do não civilizado – nem queria acreditar no quarto do Diogo...). Devíamos ser 15 mas um dos casais que foi convidado e o seu filho tiveram um imprevisto e não puderam juntar-se-nos, para desgosto do Diogo. A comemoração foi feita por nós os quatro (2+2=4, como carinhosamente escreveu a minha sogra na sua mensagem de felicidades) com um casal australiano e seus dois filhos, um colega de trabalho de nacionalidade inglesa, um amigo português que conhecemos aqui, uma grande amiga que vive no Luxemburgo e decidiu juntar-se-nos, e a sua mãe que também a visitava.

Foi um jantar simpático. Bem diferente daquele que fizemos há 7 anos atrás. Como bem diferentes estamos nós.

Estamos juntos, com dois maravilhosos filhos e fora do nosso quadro de origem. Acho que isto diz já muito. Não esperava um Romeu, um António ou um Napoleão, nem fui ou sou a Julieta, a Cleopatra ou a Josefina. Gosto de como interagimos, que é, de certa forma, espelhado no titulo deste blog.

Pudesse eu escrever aqui o que vivemos e escapámos nestes 7 anos de vida em comum. Enfim, o que tem de ser celebrado é: o facto de estar casada com um Homem que, como costumo dizer, é melhor, muito melhor, que a encomenda; pelos dois filhotes; pela saude e harmonia de todos; por ter uma relação que se preocupa em encontrar no outro aquilo que ele é em cada momento, num acto continuo e constante, e não a lembrança daquilo que éramos quando nos casamos; pelo respeito e amor presentes em cada momento e gesto; pela vida e trabalho em conjunto.

Cheers!

Patrícia

4.7.08

Talvez não devesse

mas vou arriscar escrevê-lo aqui, talvez como incentivo para todos os que se interessam por este blog investigarem também o tema.

Refiro-me à Catarina e às suas capacidades psicomotoras: estou convencido que ela é sobredotada. Pronto, está dito, com todas as letras.

Não conheço o suficiente sobre o tema para avançar mais do que isto mas todo o seu desenvolvimento até agora aponta para algo fora do comum e as primeiras investigações a que me dediquei apontam para essa conclusão.

No site do Centro Português para a Criatividade, Inovação e Liderança (CPCIL) encontrei a seguinte lista de indícios:
  • a criança começou a andar e falar mais cedo do que os outros da mesma idade e sexo
  • mostra relativamente cedo interesse pelas palavras
  • tem um vocabulário muito extenso para a sua idade
  • mostrou interesse por relógios, calendários e puzzles
  • mostrou muito cedo interesse pela leitura
  • mostrou muito cedo interesse pelos números
  • tem curiosidade por muitas coisas
  • apresenta uma maior força e personalidade do que os da sua idade e sexo
  • tende a dar-se com crianças mais velhas
  • age como um líder entre crianças da sua idade
  • tem boa memória
  • mostra um poder de raciocínio invulgar
  • tem capacidade pouco vulgar para planear e organizar
  • relaciona informação anterior com a que está a adquirir
  • mostra mais interesse em actividades criativas e novas do que na rotina e repetição
  • tenta exceder-se em tudo
  • concentra-se numa actividade única que prolonga por um grande período sem se aborrecer
  • tem um grande número de interesses que o mantêm ocupado e é persistente apesar dos obstáculos encontrados
  • apresenta soluções próprias para problemas e apresenta um «senso comum» fora do vulgar
  • tem um sentido de humor avançado para a idade
  • mostra sensibilidade aos sentimentos dos outros
  • mostra muito cedo interesse em Deus, religião e questões sobre o certo e o errado
  • as colecções dele são mais avançadas e fora do comum do que as dos da sua idade
  • mostra um interesse intenso em actividades artísticas, como pintar, cantar, dançar, escrever, tocar um instrumento musical
  • inventa histórias dramáticas e vivas, ou relaciona as suas vivências com muitos detalhes exactos
  • gosta de fazer puzzles e vários tipos de jogos com problemas
  • tem uma excepcional habilidade para a matemática
  • tem um interesse fora do vulgar acerca das ciências e da mecânica
  • apercebe-se das coisas que são novas e inovadoras

O comportamento geral da Catarina é similar ao que encontro em crianças do dobro da idade. É claro que percebo que tudo isto é muito difícil de avaliar e sobretudo de comprovar mas é sem dúvida um ponto a investigar, sob pena de ignorarmos uma situação que merece toda a atenção.

Nuno