25.11.18

Exposição: A vida de Buda



Desde que abriu em Setembro deste ano, com a presença do Dalai Lama, que andava a querer lá ir e foi hoje o dia.

A exposição é sobre a vida de Buda e o caminho para o presente, e combina a arte antiga (séculos de objectos de arte, sendo o mais antigo do terceiro antes de cristo, dedicados ao Buda) com a arte moderna (pelas mãos de Ai Weiwei, realizado em 2018, e da Yoko Ono).  

Os objectos antigos de arte contam a vida de Siddartha Gautama, mais conhecido por Buda. Nascido um príncipe rico no seculo 5 AC, e que, por escolha, aos 29 anos renuncia a sua realeza e se devota ao desenvolvimento espiritual. As varias fases da sua vida: nascimento, renuncia, iluminação, primeiro sermão e morte formam a narrativa desta exposição.

A arte contemporânea explora mais o tema do “aqui e agora”.

Tudo isto na Nieuwe Kerk de Amesterdão, que é um local lindíssimo por si só. 
Peça central da exposição e o trabalho de um artista chines (Ai Weiwei) e de um artista japonês (Kohei Nawa): o primeiro faz uma árvore e o segundo um veado de pixcell, peças ligadas a história da vida do Buda. 


Um Buda é alguém, homem ou mulher, que é iluminado pelos seus próprios esforços e capacidade. Que não precisa de um professor a explicar a doutrina cósmica.

As árvores são seres fundamentais na vida de Buda, já que ele nasce debaixo de uma, atinge a iluminação debaixo de outra (figueira) e morre entre duas árvores. As arvores, símbolos de vitalidade e fortuna, são também um dos temas da exposição.

Interessante também a explicação dos diferentes gestos do Buda, com esculturas antigas e de diversos locais a ilustrar.




 
 
 
 O Dalai Lama fez um empréstimo pessoal de um thangka para a exposição. Trata-se de um rolo de pintura e foi feito no Tibete no século XIX.


 


Havia ainda um espaço dedicado a meditação, a roda da oração e as arvores onde se podiam deixar desejos.

Patrícia

Makuks - fim de semana no Campus KNVB



Este fim de semana a Makuks esteve num campo de natação sincronizada.

O fim de semana passou-se no KNVB (Koninklijke Nederlandse Voetbalbond) ou Associação Real de Futebol Holandesa, em Zeist – um campus com mais de 50 anos e o ponto mais importante de referencia sobretudo para o futebol holandês e é um espaço de luxo para desporto, imerso num parque/floresta.

Deixei a Makuks numa camarata com mais 3 meninas e todo o grupo do clube delas (cerca de 40/50 meninas) juntas para o fim de semana de treino na água e fora dela.

Algumas fotos do evento, com +10 horas de treino dentro de água em 2 dias. 




E uma do Grandalhão no local onde se dao as conferencias de imprensa

Chegou cansada e com a constipação (com que já estava) em plena ebulição, e a desejar a sua cama e almofada que diz ela, onde dormiu era muito desconfortável.

Patricia

Viagem MUN a Munique


O nosso Diogo regressou ontem da sua viagem MUN (Model United Nations) a Munique. Trata-se de um evento académico de simulação de organismos das Nações Unidas, anual e com duração media de 5 dias, realizadas por estudantes participando como organizadores ou diplomatas.

Estas simulações são uma alternativa ao ensino tradicional, unindo a prática com a teoria das relações internacionais (ou politica internacional), ensinado práticas parlamentares e conceitos de civismo. As simulações procuram ser academicamente rigorosas, sendo consideradas como um laboratório das ciências sociais, especialmente diplomacia, ciência politica, politica internacional e direito e permitem os estudantes presenciarem, praticarem e experimentarem teorias e ideias, modelos de organizações internacionais.

Os participantes são obrigados a lidar com a resolução de conflitos e negociação por meios diplomáticos, recorrendo a oratória e dinâmicas de grupo. É, obviamente, também um local de alargamento da rede de contactos, mutas vezes permitindo intercambio cultural e linguístico porque os participantes vem de diferentes países.

Na maioria, os participantes destes eventos querem seguir ou são oriundos de cursos de relações internacionais e direito, apesar de também estarem representados cursos como economia, sociologia e jornalismo, e outras.

A simulação representa o funcionamento das Nações Unidas e seus organismos como o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral e/ou qualquer de outras das suas comissões. Os estudantes organizam-se e executam as conferencias exercendo variados papeis, desde Secretario Geral, a directores de comités, assistentes e delegados que actuam como embaixadores na ONU.

As primeiras simulações de organismos internacionais datam de 1920, ainda pela Liga das Nações – o primeiro modelo a surgir foi em Nova Iorque e em Harvard, Boston.

Está cansado mas satisfeito com a semana, a experiência, os novos amigos.

Patricia

24.11.18

Casa corropio


Estas semanas tem sido, quase sempre, alguém de regresso ou de partida. 
Ora vejamos: hoje o Champs regressou de uma semana em Munique, e a Makuks partiu para o seu campo de natação sincronizada. Esta semana o Grandalhão esteve em Frankfurt, a semana passada em Londres, no inicio deste mês em Istambul e no inicio de Outubro em Portland. No final de Outubro eu estive em Nova Iorque e antes disso no Luxemburgo, e na semana que vem vou a Lisboa. O Champs esteve em Bruxelas, também em Outubro e em Munique a semana passada.

A Makuks em competições da natação sincronizada, passeia-se (e nos) pela Holanda.

Sem duvida sempre a mexer. Faz parte. Mas por vezes, e sobretudo nesta época em que so me apetece hibernar, complicado de gerir.

Patricia

Makuks - relatorio de Outono


A Makuks (que acabou de me ultrapassar em altura – e um parêntesis muito deliberado para que não passe despercebido a ninguém) continua a ser um encanto de menina.

Teve o melhor boletim da turma, ao que consta. Mas não é de todo isso que lhe dá o encanto. Com 12 anos, tem uma capacidade de percepção invulgar. Independente e autónoma – faz o que tem a fazer de forma pragmática e sem grandes dramas – mas sem deixar de, de vez em quando, nos deixar chegar a ela e dar-lhe (e me) o conforto que só pais podem dar.

Na escola, que e uma escola com turmas com diferentes línguas e culturas que por vezes podem chocar, ela movimenta-se por todas as secções e não se escuda na sua. Cabeça aberta, gosta de descobrir, segura do que é e de que esta fase é de aventura, que o medo existe mas que o deve encarar com curiosidade mais do que como paralisante. Disseram os professores que ela é uma das poucas pessoas no ano dela que estabelece ligações com todos os grupos e os incentiva a se explorarem. E é sem duvida verdade, tem as suas amigas da secção de francês com quem se da bem e faz programas, mas também e a única a ser convidada para festas de pessoas da secção inglesa ou holandesa. E vai, e diverte-se. Sem medo.   

Os professores claramente gostam dela (alguns gostam mesmo muito…).

Mas não porque ela entrega em formato regurgitação – comentaram que tem espirito analítico, estruturado mas nem por isso deixa de ser critica e criativa, que gosta de procurar o seu caminho para chegar as coisas, por vezes pode parecer “tétue” mas que na realidade é como ela cresce e há que a deixar seguir o seu “modus operandi”.

O Grandalhão puxou um bocadinho pela professora de francês, dando-lhe como contexto o facto de que a Makus diz há uns tempos que quer ser medica, mas que e também muito criativa. A professora imediatamente reagiu a dizer que de todo ser medica impede a sua criatividade ou espaço literário, dando vários exemplos (franceses) de médicos que são escritores reconhecidos. Que a escrita dela é fina, criativa e o sentido de humor muito apurado.

A minha Makuks cresce de forma equilibrada, curiosa e maravilhada. É uma delicia de pessoa. A minha opinião não está, claro, fora de suspeita e acima de qualquer subjectividade, visto que sou sua fã incondicional e numero 1.

Patrícia 

Champs - relatorio de Outono


O ano escolar passado, o Champs parecia muito interessado em seguir física. Desde o começo deste ano escolar o Champs tem estado muito desperto para a vida politica: candidatou-se a Presidente da Associação da Escola, registou-se e participou numa reunião de UN da Holanda (não ligado a escola), esta semana esteve em Munique a participar numa viagem MUN (Model United Nations) a representar a sua escola...

É um ano importante já que no inicio do próximo ano escolar vai ter de apresentar candidaturas a Universidades (se assim o decidir) e portanto, será em importante parte com base nos resultados deste ano que a avaliação vai ser feita.

As notas e comentários, para não falhar a tradição, ficam para memória futura.

Comentários deliciosos, em termos intelectuais, sociais e, escolares.

Melhores comentários ainda ao vivo, já que esta semana fomos à reunião pais-professores. Falamos com vários professores do Campeão: física, matemática (francês), matemática (avançada), história, francês e filosofia e com professores que são agora da Makuks mas que perguntam como o Champs se está a dar, o que está a pensar fazer e sempre com um elogio pronto sobre ele.

Comentários sempre de uma pessoa estruturada, equilibrada, séria e social. Uma das professoras que o segue já há uns 3 anos, referiu que tinha notado uma diferença no Diogo este ano – que esta mais aberto e a assumir naturalmente a sua forte influencia (ela chamou-lhe liderança) no grupo. Claramente um jovem homem que se sente bem na sua pele. Já outra professora disse que tinha achado engraçado porque ele começou o curso dela 2 semanas apos o inicio das aulas (fez uma troca numa das escolhas) e que tinha começado de forma contida e claramente a observar o terreno e que agora é um dos motores  da turma, que claramente liga ideias e contextos e de forma muito estruturada e madura tira conclusões, que tem muita influencia no grupo mas que nunca se impõe ou forca a opinião, antes ouve os outros, dá-lhes espaço e convence-os com os seus argumentos bem fundamentados e apresentados.

Os professores de matemática, interessante também. Eu estava convencida que este ano ia acentuar a frustração do Diogo com o sistema francês, que exige total demonstração de como se chega a um resultado. Acontece o professor lhe tirar pontos porque, apesar de ele chegar ao resultado correcto, não fez todos os passos para demonstrar como o fez e isto deixa o Diogo chateado. Para alem de matemática 5 com o professor de francês, tem também matemática avançada com um professor do sistema anglófono, mais pratico e menos formal e mais vocacionado para o resultado, e no qual o Diogo se esta a dar bem e com o professor a elogiar a facilidade com que o Champs depressa entende os conceitos.

A grande vantagem nisto tudo é que conhece dois métodos diferentes. E como o Champs é intelectualmente muito elástico, adapta-se.

A história, achei também graça que a professora comentou que o Diogo lhe dá também trabalho de casa porque, com alguma frequência e de forma muito inteligente, a faz querer ir descobrir mais sobre um ou outro tema e a sua influência no que estão a estudar.   

Como e natural, o Diogo esta a procura do seu espaço. Tem matéria cinzenta para muito (professores unanimes), e múltiplos interesses que, de alguma forma, procura conciliar.

Acima de tudo, fico orgulhosa em ver no homem que se tem vindo a tornar. É virtuoso, sociável, vive seguro, satisfeito na sua pele e confiante para enfrentar o que a vida lhe vai trazer.

Imenso orgulho que tenho de ser a tua mãe.

Patrícia

5.11.18

Guerra dos 80 anos

Numa  exposição do Rijksmuseum que conta a história de 1568 a 1648, e a guerra entre Espanha e aquilo que se tornou um pais independente: a República (esta parte confesso que continuo por perceber porque a Holanda e uma monarquia) Holandesa, bem como explica as diferenças entre o Norte e Sul da Holanda.
 
Portanto, sob o mesmo Rei que regia Portugal na altura, Filipe II, e devido (claro) a impostos muito elevados cobrados pela coroa espanhola e ao medo/reacção com a perseguição católica contra os calvinistas – resolveram os locais revoltar-se. Batalhas em terra e no mar, saques, violações, cercos de cidades, uma verdadeira guerra civil delapidando o território. Impressionou-me em especial a imagem abaixo de Dick Coornhert chamado "Seditio (Rebellion) or the Separation of the Netherlands"
Dois corpos juntos pela anca lutam entre si. No cenario atras a violencia religiosa, e eles parecem esquecer que formam uma mesma entidade e destroem-se. Isto simboliza a Holanda e a guerra civil que entao ocorreu. Sem reconciliacao mutua and alguma forma de tolerancia, as duas partes da Holanda a combaterem sofriam ambos a derrota. 

Os excessos calvinistas e fervor católico levaram os territórios do sul a se unirem com Espanha, enquanto os territórios do norte defendiam o calvinismo e independência.
Esta guerra teve algum impacto na arte da guerra uma vez que Maurice Nassau criou estudos de guerra de onde nasceu uma infantaria organizada, de formação tática e capacidade de fogo. 
No fim, Espanha acabou por conceder a independência a Holanda com medo, não o fazendo, fazerem crescer Franca, inimigo de Espanha. Em 1648, no Tratado de Westfalia, foi reconhecida a independência a Holanda, em 1648.

Neste quadro a oleo de Theodoor van Thulden, Filipe IV atribui a independencia a Holanda. 

Uma vez a paz conseguida, os Holandeses devotaram-se a piratear colonias pelo mundo inteiro, e algumas (não tão poucas) das portuguesas que não tinham capacidade de defesa.
 
Chegamos tarde e não explorámos o resto do museu. Sem meninos. Com a Cristina e o Pedro. A voltar.
Patricia