27.8.09

Flores

Hoje recebi este bouquet de flores do escritório.

É a forma muito holandesa de agradecer. E um agradecimento foi, por ter assumido durante 3 meses uma tarefa que não era minha (cumulativamente com a que é, claro).

Recebi as flores com prazer. E guardarei o gesto e o seu perfume na memória.

Patrícia

20.8.09

Férias de Verão

A primeira semana foi marcada pelo aniversários dos homens da casa: primeiro o Grandalhão, depois o Campeão. Passámo-los no Algarve, no local que visitamos juntos desde 2001.

Sempre que, no Verão, visitamos o Algarve vem-me à cabeça a imagem criada por Saramago, no seu livro A Jangada de Pedra, de que o território de Portugal continental é uma jangada de terra que se destaca do continente e passa a andar à deriva. COmo quem conta um conto acrescenta um ponto, imagino a tal jangada, no Verão, a virar tal é o peso das pessoas que para lá se deslocam, e ir ao fundo a pique. Estranho encontrar os cafés e restaurantes completamente cheios, quando a crise anda na boca de toda a gente.

Estou convencida que a praia faz bem a toda a gente mas para mim, que sempre adorei a praia e o mar, voltar a pôr os pés na areia soube-me especialmente bem.

Sob um calor abrasador, visitámos com muito agrado o castelo de Castro Marim, onde o Campeão sonhava com cavaleiros em tempos de guerra e a Minúscula com as princesas. Resolvemos atravessar a fronteira (que é dela?) com Espanha e fomos dar um mergulho às praias de nuestros hermanos à Isla Cristina. O Campeão dizia que não queria ir a Espanha porque lá "é muito quente". Ficou surpreendido pela positiva porque adorou o parque (com o característico e maravilhoso cheiro a pinheiros no Verão) à entrada da praia e, a temperatura da água do mar mediterrâneo. Já a Minúscula deliciou-se com o banho e deslumbrou-se com as conchas brilhantes que apanhava à beira-mar, na praia.

Voltando atrás à ideia de fronteira e, portanto da linha que delimita e separa os dois países, de referir que se vê os terrenos em Portugal ao abandono, enquanto os espanhóies tratados e a produzir. Em Portugal terra serve apenas para construir, a ideia de que terra também serve para produzir parece ser um conceito obsoleto por aquelas bandas.

Ainda de referir os gostinhos todos com que nos deliciámos, porque na Holanda não se encontram os nossos petiscos.

Bons momentos, para carregar a bateria da alma e mais tarde recordar.

Patrícia

3.8.09

Gozar um pouco de liberdade

Com os filhotes em Portugal a disfrutar da companhia dos avós, tios e primos, parece que o tempo não acaba. Posso esticar as horas que acordo, despachar-me na maior das pazes e, ainda assim, sou a primeira a chegar ao escritório. Posso ser a última a sair, vir para casa, ler um pouco um livro, ver a net, escrever. Chega o Nuno, decidimos se fazemos jantar ou vamos fora. Há tempo para tudo! Seja lá o que fôr... E descanso.

Há também um enorme buraco pela ausência deles. Silêncio.

Mas sabe tão bem ter este tempo. E no fim de semana o tempo parece não ter fim.
Este fim de semana, em Amsterdão, estivémos numa festa fantástica. Amsterdão tem a reputação da cidade liberal. Eu não tenho nada essa opinião. Este foi o fim de semana da gay parade, uma das festas emblemáticas desta cidade. Um dos canais da cidade estava cheio de barcos com gente bem disposta, a beber, a dançar, a cantar. Ao longo do canal, e sobre as pontes, uma moldura humana apinhava-se para ver os barcos.

E à noite a música levou-nos a uma festa de rua. Regulierswarstraat, no Centro. É uma rua de restaurantes, alguns bastante bons. A música estava a bombar, havia várias colunas (com gente a dançar em cima delas, claro) e montes (mesmo montes) de gente bonita e divertida, a dançar. Nos estamos habituados ao Bairro Alto, onde as pessoas gozam o bom tempo enquanto conversam, bebem um copo e ouvem alguma música. Havia isso, boa temperatura, bebida, boa disposição, gente na rua. Só que era muita, muita gente. Música alta, todos a dançar.

A ideia era divertir-se, beber, dançar . E assim fizémos. Soube-me tão bem!

Patrícia